Quando alguém que amamos se aproxima da morte, o coração parece buscar um modo de acompanhar aquela pessoa no último trecho da caminhada. A Igreja, com sua sabedoria materna, oferece o Santo Viático, a comunhão recebida por quem está prestes a deixar esta vida. Entenda mais detalhes!
A palavra viático vem do latim viaticum, que significa “provisão para a viagem”. Na vida cristã, esse nome passou a designar a Eucaristia dada ao fiel que está em perigo de morte. É a Comunhão que acompanha o cristão em sua passagem desta vida para a eternidade.
O Catecismo explica que a Eucaristia, recebida nesse momento, é o sacramento da passagem da morte para a vida, porque une a pessoa à Páscoa de Cristo — àquele que morreu e ressuscitou para nos conduzir à vida eterna.
Por isso, o Viático é chamado de “alimento para a viagem”. É Cristo que se oferece como força, companhia e esperança diante do último passo.
Entre todos os sacramentos, a Eucaristia ocupa um lugar singular, pois é o próprio Cristo se doando. Quando recebida na hora da morte, é o sacramento que encerra nossa peregrinação terrena.
A tradição da Igreja o chama de último sacramento. Porém, não é um gesto “de despedida”, mas a coroação de toda a vida cristã. É a comunhão que sela a fé do batismo, sustenta o coração na hora da fragilidade e aponta para a vida que não se acaba.
Quando possível, o Viático é precedido por dois sacramentos que ajudam na preparação espiritual:
O perdão é sempre a primeira forma de cura. Na hora da morte, devolve a paz, reconcilia com Deus e com a comunidade e abre espaço para a confiança.
A unção é chamada, nesse contexto, de sacramentum exeuntium — o sacramento daqueles que “estão para partir”. Ela fortalece a alma, une o doente à paixão de Cristo e oferece consolo diante do sofrimento e do medo.
Os três sacramentos juntos formam o cuidado mais completo que a Igreja pode oferecer no momento final.
O rito é simples e profundamente humano. O sacerdote leva a Eucaristia até o doente, que recebe o Corpo de Cristo com a reverência possível. Depois, há orações que pedem para que o Senhor sustente o fiel e o conduza à vida eterna.
O Código de Direito Canônico lembra que o Viático não deve ser adiado. Deve ser oferecido enquanto a pessoa ainda está consciente e capaz de receber o sacramento. Por isso, familiares e cuidadores devem procurar o sacerdote assim que a gravidade se torna evidente.
Se o doente está inconsciente, o sacerdote orienta a família e administra os sacramentos conforme a disciplina da Igreja, considerando o desejo prévio do fiel.
O Viático não acelera a morte, nem é um “sinal de que acabou”. É expressão da fé mais profunda da Igreja e que ninguém atravessa a morte sozinho. Cristo, que venceu a morte, faz-se presente exatamente na hora em que mais precisamos de coragem e esperança.
Receber a Eucaristia nesse momento significa confiar tudo ao Senhor, entre alegrias, medos, pecados e sonhos, e deixar que Ele conduza o coração ao encontro definitivo com o Pai.
É um gesto que consola a família, fortalece o doente e revela, de forma tocante, que o amor de Deus acompanha até o último suspiro.
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