Falar da Imaculada Conceição é olhar para a delicadeza de Deus, que preparou Maria com uma graça única desde o início. E, ao compreender esse mistério, entendemos melhor a profundidade do amor redentor de Cristo. Para citar esse dogma, seriam necessárias páginas e páginas para traduzir sua grandeza. Porém, o propósito desse artigo é, de forma bem concisa, iluminar o que ensina a Doutrina da Igreja Católica, por meio de seu Magistério, sobre o significado da “Imaculada Conceição” de Maria, a “Mãe de Deus” (Theotokos).
A missão de Maria tem um peso especial para os católicos porque toca diretamente no próprio mistério de Cristo e no jeito como Deus escolheu entrar na história. Se eu pudesse resumir em uma linha, diria assim:
A missão de Maria é levar Cristo ao mundo, primeiro fisicamente, depois espiritualmente, e ensinar a Igreja a viver como discípula fiel.
Mas por que Maria foi redimida de todo pecado desde a sua concepção? Para se chegar a essa verdade de fé, a Igreja entende que Deus, em Sua infinita sabedoria, preparou Maria de maneira única. Para que Jesus, a fonte de toda a santidade, pudesse nela habitar e nascer como o Redentor, Maria foi cumulada de uma graça singular: a de ser preservada da mancha do pecado original. Essa preparação especialíssima ressalta a relevância de sua missão.
Aqui estão os trechos exatos, fiéis aos documentos oficiais do Magistério da Igreja Católica:
“Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente e em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha do pecado original, é doutrina revelada por Deus e, por isso, deve ser firme e constantemente crida por todos os fiéis.”
490
“Para ser a Mãe do Salvador, Maria ‘foi enriquecida por Deus com dons dignos de tão grande missão’. O anjo Gabriel, no momento da Anunciação, a saúda como ‘cheia de graça’ (Lc 1,28). Para poder dar o assentimento livre da sua fé ao anúncio de que acolheria o Filho de Deus, era preciso que estivesse totalmente possuída pela graça de Deus.”
491 — Enunciado do Dogma
“Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, ‘cheia de graça’ por Deus (Lc 1,28), foi redimida desde a sua concepção. E isso é o que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 por Pio IX: A Virgem Maria foi, no primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente e em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha do pecado original.”
492
“Essa ‘resplandecente santidade’ de Maria, completamente livre do pecado original desde o primeiro instante da sua existência, é uma graça totalmente singular de Deus, concedida em vista dos méritos de Jesus Cristo. Maria é ‘remida de um modo mais sublime’ em atenção ao mérito de seu Filho.”
493
“Os Padres da tradição oriental e ocidental chamam a Mãe de Deus ‘a toda santa’ (Pan-hagia), celebram-na como ‘imune de toda mácula do pecado’ e como tendo sido formada pelo Espírito Santo e feita nova criatura. Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal por toda a sua vida.”
Também é possível encontrar na Constituição Dogmática da “Lumen Gentium 56”, do Concílio Vaticano II (1962-1965):
“Desde os primeiros momentos de sua existência, a Virgem Maria é enriquecida com esplendores de uma santidade singular.
Por ordem de Deus, o anjo Gabriel a saúda como ‘cheia de graça’ (Lc 1,28).
Com efeito, ela, descendente de Adão, mas preservada imune de toda mancha do pecado original, desde o primeiro instante de sua concepção, supera de muito todas as criaturas.”
Portanto, podemos, pela fé e de coração, afirmar que Maria, agraciada desde o primeiro instante de sua existência, foi escolhida para oferecer ao mundo o próprio Salvador e conduzir todos os corações a Ele. Toda a sua história é um “sim” silencioso e profundo ao amor de Deus, que a tornou sinal de ternura, obediência e confiança absoluta. Nela contemplamos a obra perfeita da graça e o caminho ao qual também somos chamados: viver com pureza de coração, docilidade ao Espírito e entrega total à vontade divina.
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