“24 Horas em Oração na Presença do Senhor” entregou ao Sagrado Coração de Jesus o fortalecimento dos fiéis

“24 Horas em Oração na Presença do Senhor” entregou ao Sagrado Coração de Jesus o fortalecimento dos fiéis Foto: Felipe Gusso

Nem mesmo o frio curitibano foi capaz de afastar quem tem sede de fé do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe e de Jesus das Santas Chagas. O “24 Horas em Oração na Presença do Senhor” reuniu fiéis de todo o Brasil e do exterior para um final de semana “pela paz e renovação espiritual”.

Tudo começou às 14h de sábado (29), com a 1ª Romaria dos Mensageiros da Capelinha de Jesus das Santas Chagas. Com condução de Padre Jorge Fortunato e Padre Renato Redeson, a tarde foi repleta de testemunhos de fé e motivação aos que propagam a devoção em suas comunidades. O evento, inédito na Associação Evangelizar É Preciso, lotou o Santuário e foi um “esquenta” para o “24 Horas”. 

Primeiras horas

A programação iniciou às 19h, com a Santa Missa de abertura, presidida por Padre Reginaldo Manzotti. O Sacerdote, acompanhado pelos Padres Renato Andrade e Jorge Fortunato, começou com uma novidade: o recebimento das Relíquias do beato Carlo Acutis, do sangue de Santa Rita de Cássia e da Estola usada por São Pio de Pietrelcina, doadas pelo missionário Ironi Spudaro. Em seguida, cumprimentou e acolheu as diversas caravanas presentes.

“Deus não precisa de doze, dezoito, 24 horas. Nós é quem precisamos. Nos propormos a ficar 24 horas em estado de oração enquanto Deus age: seja pela cura, seja por milagres, seja pelo perdão” disse o Sacerdote, ao relembrar que este é o evento mais antigo da Associação Evangelizar É Preciso, e uma oportunidade de rogar a Deus pelo que está no coração.

O Evangelho foi o de Mateus 16,13-19, em que Jesus, na Cesareia, questiona como os Apóstolos O veem. A partir da resposta de Simão, de que Ele é o Messias, Jesus o renomeia para Pedro e dá a ordem de que “tudo que ligardes na Terra, serás ligado no Céu”. Padre Reginaldo começou sua homilia revelando a motivação inicial do evento. “Li o Salmo 84 (porque vale mais um dia nos teus átrios do que em outra parte mil) e Deus suscitou em meu coração o pedido de deixar a Igreja aberta por 24 horas. Por isso, em junho, mês do Sagrado Coração de Jesus, fazemos este evento”. O Sacerdote continuou com um lembrete aos fiéis de que o Cristo que eles vieram encontrar ali, não nega nada aos Seus filhos, e que o Sagrado Coração dará a graça.

Também mencionou a urgência da paz nos corações, o que justificava o tema do evento. “Sem o amor de Jesus, sai a paz e entra uma dor terrível, o alcoolismo, os vícios. Vive-se a vida do outro, a aceitação de migalhas. Você não merece isso”, explicou, ao pedir que, se alguém ali se sentia desprezado, entregasse cada sentimento a Deus pela completa restauração espiritual. “Ele pega as suas dores. Deixe por essas 24 horas. O que Ele pode fazer em um dia, nós não podemos fazer em uma vida. O pouco que você oferece, se transformará numa fartura de felicidade, assim como foi a multiplicação dos pães”, afirmou Padre Reginaldo, ao entoar a canção “Pedi e recebereis”.

A Santa Missa teve mais uma surpresa: a presença do pequeno Pietro, que estava desenganado com leucemia. Padre Reginaldo fez uma visita a ele em 2023, antes da cura, e o recebeu agora, após o transplante e completamente saudável. “Ele teve até uma festa de despedida. Sempre estivemos com o terço na mão, pedindo a intercessão de Maria para que Jesus das Santas Chagas derramasse uma gosta de Seu Sangue. O transplante deu certo e estamos aqui para testemunhar”, disse Carla, mãe do Pietro.

Após a Celebração, houve a exposição e passeio do Santíssimo Sacramento. Assista à Santa Missa de abertura aqui. Em seguida, as primeiras horas seguiram com as pregações de Irmã Zélia – “Paz no sofrimento: ressignificando os acontecimentos” – e de Padre Cleberson Evangelista, que falou sobre “Paz espiritual: conexão com Deus”.

Pela madrugada, a Santa Missa foi conduzida por Padre Reginaldo, com pregação sobre “Paz interior: arma contra o estresse, a ansiedade e a depressão”. Os fiéis também acompanharam a pregação “Paz na sociedade: o papel do cristão como pacificador”, com Diácono Romulo Canuto; pregação “Paz no trabalho: cultivando ambientes pacíficos”, com Padre Carlos Alexandre; pregação “Paz que vem da oração: a confiança para enfrentar adversidades”, com Padre Renato Andrade; e pregação “Paz e saúde mental: a presença de Jesus nos momentos de angústia”, seguida do passeio em torno do Santuário e guarda do Santíssimo, com Padre Everson Kloster.

Domingo de oração – manhã

A manhã do domingo (30), começou com Santa Missa e pregação com o tema “Paz entre nações: pedindo para que os conflitos sejam resolvidos com justiça e fraternidade entre todos”, com Frei Vilson Rech, seguida da pregação “Paz pessoal: encontrando equilíbrio na vida moderna” e Guarda do Santíssimo, com Padre Marcos Polak. Às 8h, aconteceu a Santa Missa e pregação com o tema “Paz ambiental: harmonia e cuidado com a criação”, presidida por Padre Adenilson Santos Junior.

Na pregação “Paz e perdão: a prática da misericórdia do Coração de Jesus”, Padre Pierre Mauricio emocionou a todos os fiéis ao invocar que se inspirem na misericórdia de Jesus. “Quem tem pecado, levanta a mão. Todos somos pecadores e penso: queremos ser filhos da misericórdia, mas não somos semeadores. Todos precisamos de uma graça. Mas, na condição de pecadores, somos merecedores? Não. Entretanto, Ele é misericórdia. Por isso, você receberá seu milagre. Temos de ser misericordiosos, para sermos semeadores, com um coração que saiba perdoar, como Jesus”, afirma.

Padre Pierre segue ao abordar sobre o tema “vingança” e explica que este sentimento é um prazer momentâneo. Já o perdão é felicidade para a vida inteira. Desta forma, é importante não fazer ou desejar o mal a quem o fez, pois todos devem ser semeadores da misericórdia de Jesus. “Não podemos pagar mal com mal. Quem tem consciência do que Deus faz não se importa com o que disseram ou fizeram em sua vida. É isso que Jesus faz, vai honrar e perdoar quem lhe fez mal, pois a benção d’Ele é infinitamente maior que o ódio humano. Busque o coração de Jesus, um coração infinito de perdão”, finaliza.

Na Santa Missa das 11h, Padre Reginaldo foi quem conduziu a celebração e deu as boas-vindas a todos os fiéis que enfrentavam o frio rigoroso da capital paranaense e parabenizou a todos os presentes pela grande prova de amor a Jesus. Ainda na abertura, o Sacerdote resgatou as pregações da noite de sábado, madrugada de domingo e completou que todas abordaram uma perspectiva sobre o tema do evento: “pela paz e renovação espiritual”. “Nesta Missa, refletiremos sobre a paz nas famílias, algo tão importante e necessário. Se há intrigas em sua casa, se percebe pessoas distantes, este momento é para você. Pediremos perdão pela paz não vivida, não trabalhada e não rezada”, confirma.

Na homilia, para refletir a Leitura do Evangelho de Mateus (16,13-19), Padre Reginaldo pediu que todos tenham um coração onde depositar as dúvidas e que este coração seja o de Jesus. Isso porque, é imprescindível se apegar ao Salvador para enfrentar o inimigo dentro das casas. Ele reforça que a paz requer obediência à Palavra e ao Filho de Deus.

“Se queremos a paz d’Ele em nossas famílias, temos que sair do discurso e do querer sem compromisso”. E chamou a todos para repetirem juntos: “Peça ‘Jesus, pelas Tuas Santas Chagas, traga a paz na minha família.’ Alguns aspectos são importantes para não só pedir, mas colocar em ação: amor, compaixão e fortalecimento nos laços. Se já conhece esses termos, pense se conhece no Espírito Santo”.

Em seguida, o Sacerdote destaca que as bases dos escritos na Bíblia Sagrada estão na família. “Então, quando se ataca a família, ataca a raiz da nossa fé. Portanto, cruzar os braços e dizer que não tem nada a ver com isso, é desobediência. Família é a base da própria religião e da sociedade. É preciso cuidar da sua, perdoar e se perdoar, estar em Cristo. Quando estamos n’Ele, somos uma ameaça, mas positiva”, conclui Padre Reginaldo ao entoar a oração do “Creio”, com toda a igreja.

Domingo de oração – tarde

A programação continuou com as pregações “Vivendo a paz do Evangelho: o Coração de Jesus como modelo”, com Padre Cleber Leandro, seguida da pregação “Paz na adversidade: agindo com calma nas tempestades da vida”, com Padre Chrystian Shankar. “É impressionante a sede de Deus, das pessoas que estão aqui e de milhares que nos acompanham de casa. Chegaram ontem e estão até agora sedentas, felizes, com o coração aberto. Eu também tive uma noite não dormida por causa da viagem, mas senti no momento da pregação uma força, uma energia que vem do próprio Espírito Santo, que nos leva a testemunhar que a paz é possível mesmo durante as adversidades. Por isso, foi o que tentei passar para todos: quando vier uma provação na vida, é Deus trabalhando, colocando pressão para que o carvão possa virar um diamante”, comentou Padre Chrystian após sua palestra. 

Às 15h, na Hora da Misericórdia, Padre Renato Redeson conduziu a pregação com o tema “Paz que transforma relações interpessoais: curando mágoas e restaurando relacionamentos”. O Sacerdote incentivou os fiéis a buscarem o perdão, dos outros e de si mesmos. “Erga suas mãos para o Mestre e diga o nome da pessoa a quem você precisa perdoar. Se você deve algo a alguém, nunca ficará em paz. O perdão é um ato jurídico, por isso eleja o Senhor como juiz dessa história. Diga: ‘Senhor, eu não devo mais nada e ninguém me deve mais nada’”, instruiu. O momento foi finalizado com o Terço da Misericórdia e de Jesus das Santas Chagas. 

Depois, com o tema “Paz diante das perdas: encontrando conforto em momentos de luto”, o missionário e pregador Ironi Spuldaro confortou os fiéis sobre as perdas e falou sobre a promessa de Jesus. “Quando não aceitamos a morte, não cremos no que diz o Senhor: ‘aquele que crê em mim, terá vida eterna’. Se acreditamos na Palavra, devemos entender que a morte gera vida. Temos dois partos na vida: quando nascemos do ventre de nossa mãe e quando nascemos para a eternidade, e os dois tem dor. Mas é uma dor justa, de amor. Você só sofre por quem ama. Por isso, quando alguém que você ama parte, alegre seu coração e tenha paz. Desapegue das pessoas, deixe elas descansarem”, orientou.  

Ironi também exemplificou com o que diz o artigo 1020 do Catecismo da Igreja Católica: o cristão, que une sua própria morte à de Jesus, vê a morte como um caminhar ao seu encontro e uma entrada na Vida Eterna. E ressaltou, ainda, a importância de rezar pelas almas que ninguém ora e que estão no purgatório a espera do paraíso. 

Antecedendo a Santa Missa de encerramento, Padre Jorge Fortunato conduziu a Adoração e Passeio do Santíssimo Sacramento. “Essas 24 horas em oração foram preparadas para renovarmos a nossa fé, o nosso compromisso com Jesus Eucarístico.  Voltaremos restaurados para nossa casa, renovados pela ação de Deus na vida de cada um de nós”, afirmou.  

Padre Reginaldo presidiu a última Missa da programação e, com muita emoção, falou sobre a “Terra Prometida”. “Moisés não pôde entrar na terra prometida, mas Deus o fez vislumbrar lá de cima do Monte Nebo. Hoje, filho e filha, estamos neste mirante vislumbrando, ainda não entramos, mas Deus suscita no coração que faremos as próximas “24 horas” na “Terra Prometida”, declara.  

Foto: Felipe Gusso

Inspirado na primeira leitura (At 12,1-11), o Sacerdote falou sobre a despreocupação de Pedro que tirou as sandálias e desafivelou o cinto. “Parece que, naquele momento, Pedro estava desacreditado, passando por uma noite escura, por um momento difícil. Às vezes, nós padres e pregadores, tiramos demais o sapato da missão. Nós católicos, afrouxamos demais o cinto, desafivelamos nosso compromisso com Jesus. Mas, Deus envia o anjo que diz: ‘Levanta, coloca o sapato, o cinto’. Não somos nós que mandamos em nós mesmos. Por isso, filhos, Padres, não fiquem descalços, vistam o sapato do Evangelho, o cinturão da fé e sigam o anjo da luz. No final dessas 24 horas, você vai voltar para casa diferente, libertado e curado. O texto mostra o quão grande é a ação de Deus”, ressaltou. 

Ainda em sua homilia, Padre Reginaldo destacou a presença dos jovens no evento e relembrou a participação dos fiéis mais novos na celebração do Corpus Christi. Com isso, fez um apelo aos religiosos e à Igreja. “O número de jovens me marcou demais. Isso é sinal da Obra Evangelizar, do Beato Carlo Acutis, que aqui temos as relíquias. Irmãos, a juventude está procurando a igreja e nós temos que dar resposta e fazer tudo com boa vontade”, enfatizou. 

Para finalizar, deixou como exemplo três passos para não perder a paz interior. “Primeiro, com humildade, reconheça a sua falta. Segundo, levante-se, principalmente com o Sacramento da Reconciliação, e terceiro, continue andando, porque a paz interior é um processo da vida”, aconselhou. “Quando estiver preocupado, confie na providência divina e lembre-se: para cada dia, há sua preocupação. Deus é bom e poderoso, e pode utilizar a nosso favor todo e qualquer sofrimento”, encerrou o Sacerdote.  

Ao final da Santa Missa, Padre Reginaldo Manzotti agradeceu aos pregadores, voluntários e colaboradores que fizeram o evento acontecer. O “24 horas” encerrou com a emocionante coroação do Senhor Jesus Cristo e a bênção com todos os Sacerdotes presentes. 

FONTE: Associação Evangelizar É Preciso

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