A misericórdia de Deus está presente desde o Antigo Testamento. No livro Êxodo, o Senhor se apresenta como “Deus misericordioso”. No Novo Testamento, vários Salmos também a destacam, como o Salmo 117 (118): “Dai graças ao Senhor porque Ele é bom; eterna é a Sua misericórdia”.
Como explicou Padre Reginaldo Manzotti durante a Festa da Misericórdia de 2023, “a pessoa de Jesus Cristo, em Sua vida e Suas ações diante dos pobres, do pecador, dos doentes, dos Discípulos e Apóstolos, foi de misericórdia. Percebam algo que é fundamental, Deus Pai, Deus Espírito Santo e Deus Jesus Cristo são misericórdia”.
Esse tema é tão importante para o relacionamento com Deus e a salvação da humanidade que a Igreja dedicou a ele o ano de 2016. Naquele ano, Papa Francisco fez um ciclo de catequeses sobre a misericórdia.
“Porque Deus é grande e poderoso, e o expressa no amor, no carinho, na graça e na bondade. É o amor que dá o primeiro passo, não depende dos méritos humanos, mas de uma imensa gratuidade. Nem o pecado o detém, porque seu amor vai além e sabe vencê-lo e perdoá-lo”, explicou o Pontífice.
Para cada um, vale a lição de que ser misericordioso não se resume a perdoar. A misericórdia é um ato de amor, ensinado por Cristo. Por isso, são também atitudes que Ele espera de cada pessoa.
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com o julgamento com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. (Mateus 7,1-2)
Julgar e condenar são tentações frequentes para todas as pessoas. No entanto, Jesus ensinou a não julgar, referindo-se à alma de cada um, pois só Deus conhece os corações e cada ser por inteiro. Isso não significa que as pessoas não devem e não podem discernir o que é certo e o que é errado. Tampouco entender o que é aconselhável fazer ao conhecer as consequências de seus atos ou omissões. O convite é para cultivar a compaixão e a empatia, lembrar que todos são falíveis e dependem da misericórdia divina.
“E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25, 40)
A misericórdia vai além das palavras e requer ação concreta. É preciso estar atento às necessidades dos outros e agir para aliviar seu sofrimento, a partir das reais necessidades que apresentam, que podem ser a assistência material, apoio emocional ou, simplesmente, estar presente para ouvir e confortar.
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?” (Mateus 7, 7-10)
Reconhecer as próprias limitações e fragilidades é essencial para viver a misericórdia. É preciso ter humildade para pedir a Deus fortalecimento às fraquezas e capacitação para ser instrumento de Sua misericórdia no mundo. Como conhece perfeitamente cada filho, Ele sabe suas necessidades, mas quer que todos também as reconheçam e O procurem.
“Assim, todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo” (Atos dos Apóstolos 2, 44-47)
A vida em comunidade é fundamental para viver a misericórdia de Deus. A igreja deve ser um lugar onde se encontra apoio espiritual, comunhão fraterna e oportunidade para servir aos outros. É pela partilha de nossa fé e dos dons que as pessoas podem manifestar a misericórdia de Deus à humanidade.
“E ele disse-lhes: ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16,15)
O testemunho pessoal e a evangelização são expressões concretas da misericórdia de Deus em ação. Cada um deve compartilhar as graças e bênçãos recebidas, e convidar outros a experimentarem o amor e a misericórdia de Deus em suas vidas.
Agora que você reviu atitudes que levam a misericórdia de Deus às atitudes do dia a dia, que tal colocá-las mais em prática? Todas elas exigem uma mudança de coração e uma disposição constante para agir em conformidade com os ensinamentos de Jesus, que acolhe em Sua misericórdia e quer que Seus filhos sejam instrumentos de Sua graça no mundo.
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