A alegria nasce do encontro com Jesus

“A alegria do cristão não se compra, não se pode comprar; vem da fé e do encontro com Jesus Cristo, razão da nossa felicidade. E quanto mais estivermos radicados em Cristo, quanto mais estivermos próximos de Jesus, tanto mais encontraremos a serenidade interior, mesmo no meio das contradições diárias. Por isso o cristão, após ter encontrado Jesus, não pode ser um profeta de desventura, mas uma testemunha e um arauto de alegria. Uma alegria a partilhar com os demais; uma alegria contagiosa que torna menos cansativo o caminho da vida”, disse Papa Francisco, na Audiência Geral em 17 de Dezembro de 2017.

As palavras do Pontífice definem e inspiram uma vida “alegre” pelo motivo mais potente e que realmente importa. No Dia Mundial da Alegria, celebrado em 8 de julho, o convite não é ignorar as dores do mundo, mas reconhecer que, mesmo em meio à dor, é possível experimentar uma alegria profunda e serena — aquela que vem do Espírito Santo. Para cristãos, a alegria verdadeira está em Deus, fonte de esperança e renovação.

Na carta aos Gálatas, São Paulo compartilha que “o fruto do Espírito é amor, alegria, paz…” (Gl 5,22). Essa alegria não é passageira: é um estado interior sustentado pela fé, que move, consola e impulsiona a vida cristã — e que se torna ação concreta na vida de tantas pessoas que levam consolo e luz a quem mais precisa.

Alegria em hospitais

A alegria fruto do Espírito se torna o melhor dos sons nas vozes do Coral do Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR). Criado inicialmente por colaboradores, o grupo foi reestruturado em 2022 por Telma Marciano Rodrigues, analista da pastoral hospitalar, musicista e regente do coral. Voluntários também passaram a fazer parte da missão de cantar para pacientes, familiares e profissionais da saúde.

“Muitos pacientes se emocionam, sorriem, choram de felicidade ou gratidão ao ouvirem músicas, especialmente quando as canções têm significados pessoais ou remetem a alguma memória”, conta Telma. O canto rompe com a rotina dura do ambiente hospitalar, leva humanidade, beleza e afeto.

Telma Rodrigues, a regente do coral./Foto: arquivo pessoal

Além do coral, o hospital conta com iniciativas de voluntariado que incluem contação de histórias, visitas solidárias, momentos de oração, acolhimento e até interações com palhaços e cãezinhos terapeutas — animais treinados para estar em ambientes de cuidado. São gestos simples que renovam o ânimo.

Pacientes e seus familiares passam por momentos de muitas angústias e provações. Mesmo assim, bons sentimentos podem existir quando há abertura. “É possível ser alegre mesmo em tempos de muita dificuldade, como durante uma doença ou quando alguém querido está internado. Essa alegria não é uma euforia superficial, mas uma serenidade profunda que pode coexistir com a dor”, acrescenta Telma.

Ensaio do coral no Hospital Cajuru./Foto: arquivo pessoal

Para isso, a espiritualidade tem um papel fundamental, pois conecta a algo maior, dá sentido e esperança. “A fé, a oração, o sentimento de pertencimento a uma força divina ou ao mistério da vida podem nos sustentar, alimentar nossa confiança e até nos trazer momentos de paz e alegria, mesmo no meio da tempestade”, complementa. Buscar sentir alegria e ser canal dela para o próximo é um movimento que começa no interior de cada pessoa e irradia para os outros.

Santos como São Filipe Néri e São João Bosco revelaram que a alegria é também pedagogia e está ligada à caridade e à esperança. Não é contrária à Cruz, mas pode florescer mesmo nela. Portanto, ser alegre — e promover alegria — é parte da missão cristã. No hospital, nas famílias, nas redes sociais, nas comunidades e por todos os lugares.

Foto: arquivo pessoal

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Conteúdo adaptado do Jornal do Evangelizador – Ano XVIII – n° 214 – julho/2025