A confiança de São João Paulo II de que o bem vencerá o mal

Em meio a tantas notícias de violência, problemas sociais e de saúde, pode haver uma sensação de que o mundo parece se inclinar para a desesperança. São João Paulo II, porém, era um otimista nato sustentado pela fé, a qual não é fuga, mas uma firme confiança. Para ele, o mal não tem a última palavra. Isso não significa que o Papa fechava os olhos para as tragédias. Ele permanecia certo de que, com Deus, podemos resistir ao mal com o bem.

Na sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2005, João Paulo II escolheu como tema uma frase da Carta aos Romanos: “Não sejais vencidos pelo mal, mas vencei o mal com o bem” (Rom 12,21). Ele entendia essa postura como missão concreta de cada cristão, de fomentar justiça, paz, caridade, solidariedade, mesmo quando tudo parece conspirar contra.

Mensagem de esperança

No documento de 2005, o Santo afirma que a paz é o resultado de uma batalha longa e exigente, que só é vencida quando o mal é derrotado pelo bem. Com isso, ele convoca líderes e todos os homens e mulheres de boa vontade a fugir do mal e apegar-se ao que é bom.

Ele sinaliza que o mal não é uma força impessoal, mas fruto da liberdade humana, de escolhas conscientes que ferem. Assim, resistir ao mal exige responsabilidade pessoal e comunitária.

O Papa também enfatizou que a violência não resolve problemas e destrói aquilo que pretende defender. Diante dos horrores de agressões, guerras, conflitos civis, terrorismo, desigualdades extremas, é tentador reagir com mais violência, com vocabulário de vingança, com ódio. Contudo, João Paulo II oferece outro caminho, do bem cotidiano, da misericórdia, do perdão.

“Diante das inúmeras situações trágicas presentes no mundo, os cristãos confessam com humilde confiança que somente Deus pode capacitar indivíduos e povos a vencer o mal e alcançar o bem. Por sua morte e ressurreição, Cristo nos redimiu e resgatou ‘por um preço’ (1 Cor 6,20; 7,23), obtendo a salvação para todos. Com sua ajuda, todos podem derrotar o mal com o bem”.

Como aplicar essa esperança hoje

• Nenhuma escuridão é total. Lembre-se que Cristo venceu o pecado e a morte. Há uma ressurreição já anunciada.
• Respostas visíveis ao mal: praticar o bem onde estiver, cuidar do próximo, solidariedade concreta, atos de justiça, defender a vida.
• Armas espirituais: oração, sacramentos, penitência. João Paulo II recorreu sempre à Eucaristia, ao Rosário, à oração pela paz.
• Construir pontes, não muros: em vez de alimentar o ódio, cultivar diálogo, reconciliação, perdão, mesmo que seja difícil.
• Esperança que transforma: não é otimismo ingênuo, mas fé que opera com humildade, comprometimento e coragem.