A primeira Bíblia impressa: a obra-prima que mudou a história da leitura, da cultura e da evangelização

A primeira Bíblia impressa: a obra-prima que mudou a história da leitura, da cultura e da evangelização Bíblia de Gutenberg: exemplar na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos

Há quase seis séculos, um ferreiro e editor alemão, Johannes Gutenberg, provocou uma revolução na história da humanidade. Com a criação da prensa de tipos metálicos móveis, por volta de 1450, tornou possível algo até então impensável: a impressão rápida e em série de livros.

E o primeiro grande livro que Gutenberg escolheu para demonstrar a força de sua invenção foi justamente aquele que reúne a Palavra de Deus: a Bíblia.

Pode parecer natural hoje, mas a escolha de Gutenberg de imprimir a Bíblia não foi óbvia. No século XV, o Livro Sagrado não estava no centro da vida cotidiana da Igreja como conhecemos atualmente.

Na época, as partes da Sagrada Escritura eram utilizadas principalmente nas celebrações, mas não na ordem sequencial que aparece na Bíblia completa. Ainda assim, Gutenberg percebeu que, se queria que sua invenção fosse bem-sucedida, precisava apostar em um projeto que tivesse apelo e mercado em toda a Europa Ocidental.

E ele acertou: todas as cópias da Bíblia foram vendidas antes mesmo da conclusão da impressão.

Antes da Bíblia, Gutenberg realizou diversas experiências. Entre elas, produziu o “Donatus”, um manual escolar de gramática latina. Embora não tenha inventado o conceito de impressão — práticas semelhantes já existiam na China e na Coreia desde o século IX —, Gutenberg aperfeiçoou a técnica e possibilitou a produção rápida e consistente de múltiplos exemplares.

O impacto

Concluída por volta de 1455, a Bíblia de Gutenberg revolucionou a maneira como os livros eram produzidos e também acelerou a transição da Idade Média para o mundo moderno.

A partir dela, a impressão de textos no Ocidente se tornou massiva. Em menos de 50 anos, livros impressos se espalharam pelas rotas comerciais da Europa Ocidental.

Obra-prima

A Bíblia de Gutenberg é é considerada uma obra-prima. Cada uma das suas 1.282 páginas foi impressa com uma tipografia gótica delicada e nítida, que imitava a caligrafia feita à mão pelos monges copistas. O texto, baseado na Vulgata Latina, tradução realizada por São Jerônimo no século IV, foi impresso em blocos densos, com cerca de 42 linhas por página.

Mesmo após impressas, as páginas recebiam um acabamento artesanal: letras maiúsculas e títulos eram ornamentados com tinta vermelha e ilustrações feitas à mão. A maioria das Bíblias foi encadernada em pele de porco branca, dividida em dois ou mais volumes.

A estimativa é que Gutenberg tenha produzido cerca de 180 cópias da Bíblia: 135 em papel e 45 em pergaminho, material fino e durável feito com pele de bezerro.

Hoje, restam 48 exemplares conhecidos, embora nem todos completos — muitos são apenas fragmentos.

Três cópias em pergaminho completo ainda existem:

  • Na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
  • Na Bibliothèque Nationale, em Paris.
  • E na Biblioteca Britânica, em Londres.

O Dia da Imprensa é comemorado em 1º de junho em homenagem a Gutenberg.

Monumento a Gutenberg na Alemanha

 

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