Acólito? Na sua paróquia certamente existe um

A palavra “coroinha” e a função que ele exerce já são bastantes difundidos, dentro e fora do universo católico. Quando se fala em “acólito”, porém, nota-se certa estranheza em muitos, que não estão familiarizados com o termo e o seu significado.

O termo acólito é de origem grega (akólouthos) e significa “servidor, seguidor ou acompanhante”. A palavra chegou até nós por meio do latim acolythus e virou acólito.  Ele tem muitas funções durante a celebração da missa e também fora dela. Segundo os documentos da Igreja, sua principal função é assistir ao diácono e ao sacerdote no serviço ao altar. Quando necessário, o acólito pode distribuir a comunhão aos fiéis, como ministro extraordinário, durante a missa ou fora dela para enfermos. Pode conduzir a exposição do Santíssimo para adoração, mas não pode dar a bênção. Ou seja, está a serviço da liturgia.

Mas isso não é a atribuição do coroinha? As funções até se parecem, mas a principal diferença que existe entre coroinhas e acólitos são as funções e responsabilidades. O ministério de coroinhas é mais próprio de crianças e adolescentes, meninos e meninas, geralmente na etapa da catequese.

As funções executadas por coroinhas e acólitos são: 

• coroinha (ou acólito extraordinário): jovem que auxilia nas funções litúrgicas no altar e nas paraliturgias.
• acólito (instituído): além de auxiliar no Presbitério e nas paraliturgias, coloca e retira o Santíssimo Sacramento do cibório, píxide ou ostensório durante a cerimônia de Adoração ao Santíssimo Sacramento.

Todos os atos executados pelos acólitos não-instituídos podem ser feitos pelos coroinhas, principalmente quando ministros mais velhos não estão presentes. Ou seja, podem eles ser turiferários, cruciferários, ceroferários, tocheiros, levar os livros, servir ao Bispo, ajudar no altar. Só não podem distribuir extraordinariamente a Eucaristia. Geralmente, em uma missa na qual sirvam acólitos e coroinhas, os primeiros desempenham funções que requerem mais cuidados, enquanto as crianças os ajudam ou carregam objetos menos “perigosos”, adequados à sua condição.

Colaboração importante

O trabalho realizado pelos coroinhas e acólitos durante a celebração é de suma importância. Eles ajudam no andamento das missas e para que tudo aconteça conforme o planejado.
Sem o seu apoio seria difícil para os sacerdotes celebrarem toda a liturgia, principalmente em momentos como o ofertório, quando o auxílio de terceiros se mostra indispensável.
Além disso, tornam a celebração mais humana e bonita, a partir do bom entrosamento de simbolismos litúrgicos com a presença de crianças e adolescentes no altar.

Vestes litúrgicas

As vestes dos coroinhas e dos acólitos devem ser definidas de acordo com a tradição local. No Rito Romano como um todo, o costume é de usar túnica vermelha com sobrepeliz branca. Essa, provavelmente, é a vestimenta mais difundida no Brasil.

Instituídos x não instituídos

A compreensão sobre os acólitos e suas funções passa também pelo conhecimento de que existe o grupo dos instituídos e dos não instituídos.
Chamam-se acólitos instituídos aqueles designados pelo Bispo de uma Diocese. Esse chamamento significa que são convidados a participar muito empenhadamente na celebração da Eucaristia e que devem fazê-lo sempre que estiverem presentes e forem convidados pelo responsável pela celebração.
Dentro da mesma Diocese, o acólito instituído pode ser chamado a realizar o seu serviço em qualquer paróquia, desde que o pároco faça esse convite.
De acordo com a carta apostólica Spiritus Domini do Papa Franciso, de 10 de janeiro de 2021, tanto pessoas  do sexo feminino quanto do masculino podem ser instituídas.
Os acólitos não instituídos, por sua vez, existem em maior número e são comumente mais vistos nas paróquias. Quem os chama é o pároco de cada paróquia e não o Bispo da Diocese, apesar de dependerem, de forma subentendida, da sua aprovação. Esse chamamento, claro, é precedido de uma preparação.