Quando chega o mês de junho – e com ele as tradicionais festas juninas – um instrumento se firma como a estrela maior da temporada. O acordeon (também conhecido como sanfona e gaita) brilha nos arraiais, anima quadrilhas e bailes por todo Basil.
Na verdade, a forma de escrever o nome do instrumento é tão diversa quanto o seu uso na música. Acordeão, acordeom ou acordeon. A palavra tem origem no alemão (akkordium) e no francês (accordéon).
Seu nome varia de acordo com a região país. No sudeste, por exemplo, é mais conhecido por acordeon mesmo. No Nordeste, o seu nome é sanfona. Já no Sul, gaita.
É o instrumento principal do forró e de outros ritmos nordestinos como xote, baião, xaxado. Porém, é amplamente utilizado em vários outros gêneros, do popular ao erudito, capaz de executar arranjos sofisticados e complexos.
Além dos nordestinos, o acordeon conduz vários ritmos tradicionais gaúchos, como vanerão, xote, o chamamé e a milonga.
A versatilidade do uso do acordeon é tanta que o instrumento também tem sido bastante utilizado para fins evangelizadores. Adepto da sanfona na difusão da palavra de Deus, o Padre Luiz Telmo é responsável pelo Santuário do Lima, dedicado à Nossa Senhora dos Impossíveis, no sertão do Rio Grande do Norte. Volta e meia, um vídeo do religioso com a sanfona na mão dentro da igreja circula pelas redes sociais.
O acordeon foi trazido para o Basil pelos imigrantes alemães e italianos, que se instalaram na região Sul – no Paraná, Santa Catarina e, principalmente, no Rio Grande do Sul -, entre os anos de 1836 e 1845.
A acodeon (gaita) é o instrumento símbolo do Rio Grande do Sul graças ao Projeto de Lei de número 112, aprovado no ano de 2010.
Já o Nordeste se encantou com o instrumento logo em seguida ao Sul e o batizou de sanfona – do latim, symphonia.
Há uma versão de que o acordeom teria sido adotado por soldados nordestinos que estiveram em combate na Guerra do Paraguai. Foi o pernambucano Luiz Gonzaga, conhecido nacionalmente como o Rei do Baião, que popularizou o instrumento em todo o Brasil, pincipalmente com o clássico “Asa Branca”, uma das músicas mais tocadas nesta época do ano.
Em 1829, o austríaco Cyrill Demian, construtor de instrumentos musicais, inventou o “acordeon diatônico”, baseado nas experiências anteriores de Friedrich Buscmhann, construtor de Berlin, inventor da gaita de boca.
Ele queria construir um instrumento musical com foles manejados pela mão ao invés do sopro.
Demian patenteou o acordeon em 6 de maio de 1829, na cidade de Viena, capital da Áustria.
• O tchneng (ou cheng), instrumento que deu origem a vários outros, teria originado também o acordeon. Ele foi criado na China por volta de três mil anos antes de Cristo, formado por uma palheta de bambu presa aos lábios, que vibrava ao se manuseado pelos dedos e aproveitava a acústica da boca.
• O Brasil já teve cerca de 65 fábricas de acordeon, a grande maioria no Rio Grande do Sul.
• O acordeon é chamado de sanfona no Nordeste desde do século XX.
• O instrumento também é conhecido como “pé-de-bode”, “gaita de fole”, “cordeona” e “concertina”.
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