Julia Santos, 15 anos, é uma adolescente como a maioria das jovens brasileiras. Acorda pela manhã, vai para a escola e além de estudar, passa um bom tempo conversando e interagindo com seus amigos. Depois do almoço, dedica parte da tarde para complementar as atividades escolares e, é claro, navegar pelas redes sociais. Sua meta é passar no vestibular, embora ainda não tenha decidido qual curso vai fazer. “Estou na dúvida ainda, tenho algumas coisas em mente, mas não sei bem o que decidir”.
A dúvida de Júlia é a mesma de boa parte da turma. Passar no vestibular, escolher uma profissão, cumprir as etapas e desafios escolares e ainda lidar com as mudanças no corpo que atingem os adolescentes em cheio. Resultado? Mais de 35% dos jovens brasileiros apresentaram sintomas de ansiedade e depressão durante a pandemia, conforme relatou uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP).
“Tem muita pressão, né? Eu tento nem pensar tanto no futuro porque aí fica pior”, completou a adolescente.
Apesar de os termos de uso e serviços de muitas redes sociais proibirem os perfis de crianças e adolescentes, uma pesquisa realizada pela TIC Kids Online Brasil mostrou que 88% das crianças e adolescentes do país usam alguma rede social, incluindo Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e TikTok.
Julia usa as quatro últimas (para ela, o Facebook já é coisa ultrapassada). A frequência acompanha os números nacionais, em uma média de 3 horas diárias. “Eu até ficaria mais tempo, mas eu sei que isso prejudica meus estudos”.
Quando questionada sobre o que faz nas redes, a adolescente diz que fica “passando o tempo” consumindo conteúdos diversos, que vão desde dancinhas a assuntos relacionados aos temas de redação do vestibular.
Mas o espaço também é dedicado à conversa e ao desabafo. A pesquisa da TIC Kids apontou que as redes são um canal de amparo ou conversa com amigos, fundamentais para os adolescentes. Isso porque, de acordo com a pesquisa, é comum que jovens não conversem tanto com seus pais nessa faixa etária. Medo, vergonha, insegurança e até mesmo dificuldade de comunicação são os principais motivos.
“Eu posto no Twitter quando estou na bad. Lá faço todas as reclamações. Algumas são mais sérias, outras é mais como uma brincadeira. Reclamo da escola, das atividades, até do meu irmão”.
A atitude de Julia é uma prática considerada comum entre os jovens de sua idade. Usar as redes sociais para desabafar ajuda a expor as fragilidades e demonstrar que nem tudo nas redes sociais é uma vida perfeita. Mesmo assim, é preciso ter cuidado e atenção, principalmente se as atitudes afetarem a vida do adolescente.
As redes sociais não podem ser excluídas da vida de um adolescente por insegurança de seus pais. A forma mais correta é o acompanhamento e monitoramento do uso das redes. Muitas vezes, segundo a pesquisa da TIC Kids, esses acabam sendo o único local de desabafo e compartilhamento das angústias dos adolescentes. Ali também eles encontram fontes de informação e conhecimento.
Adolescentes podem usar redes sociais (com moderação e supervisão), fazendo do local um espaço responsável e adequado. Saber da importância, como ela afeta e das potencialidades é a melhor maneira de garantir que elas não prejudiquem o desempenho e desenvolvimento dos jovens.
Além disso, observar a vida do adolescente fora das redes é importante. Sinais de depressão, ansiedade e demais problemas de saúde mental são emitidos dentro e fora do universo online. Saber se está tudo bem fora dos stories garante mais saúde e felicidade ao adolescente.
Quer saber mais sobre como usar de maneira equilibrada as redes? Acesse esse link e confira um texto completo sobre o tema.
Embora os jovens permaneçam muito tempo online, é preciso ter cuidado com a saúde mental deles a partir do uso excessivo das redes. Cuidar, monitorar e prestar atenção aos detalhes fazem a diferença nesse momento, principalmente porque é nessa faixa etária que muitas descobertas vêm à tona.
Usar excessivamente as redes sociais podem ser prejudiciais porque, como já ressaltamos no texto “Qual a influência das redes sociais nas nossas vidas”, há excessos que prejudicam a vida offline. Isso porque é no meio digital que sentimos a necessidade do imediatismo, da felicidade constante, que resulta em ansiedade e consumo excessivo.
Em relação ao consumo do conteúdo, a nossa dica é também usar as redes para fortalecer a espiritualidade. Sobre esse assunto, leia: 3 influenciadores católicos que você precisa conhecer.
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