A Bíblia versa sobre quase tudo. Ou tudo. Por mais moderno que o tema possa parecer, não importa, é possível que haja algum versículo fazendo menção a ele direta ou indiretamente. O empréstimo de dinheiro a juros, por exemplo, que não chega a ser uma novidade, mas com cada vez mais espaço nas rodas e na mídia, também está contemplado pela Escritura Sagrada. Uma ótima forma de saber mais sobre educação financeira, inclusive, é por meio dos ensinamentos do Rei Salomão.
É importante compreendermos de largada que a Bíblia não proíbe o empréstimo de dinheiro. A prática de cobrança de juros, porém, é expressamente reprovada. Além da reprovação bíblica, a agiotagem é considerada uma prática criminosa no Brasil. Segundo o art. 4º da Lei nº 1.521/51, esse é um crime contra a economia popular, com pena prevista de reclusão e multa.
“Se fizerem empréstimo a alguém do meu povo, a algum necessitado que viva entre vocês, não cobrem juros dele; não emprestem visando a lucro” (Êxodo 22,25).
“Vocês não poderão exigir dele juros nem emprestar-lhe mantimento visando a algum lucro”
(Levítico 25,37).“Devolvam-lhes imediatamente suas terras, suas vinhas, suas oliveiras e suas casas, e também os juros que cobraram deles, a centésima parte do dinheiro, do trigo, do vinho e do azeite” (Neemias 5,11).
Vale observar que, de acordo com o versículo extraído do livro Levítico, do Velho Testamento, a prática da agiotagem não se restringe ao dinheiro e a sua proibição também é extensiva aos alimentos. Em Neemias, por sua vez, há uma clara reprovação da usura e da tomada de bens como forma de fazer valer pagamentos.
Apesar de não proibir o empréstimo sem cobrança de juros, a Bíblia traz passagens categóricas contra o endividamento. Há quem passe a vida inteira devendo, que mal sai do aperto de uma dívida e já entra em outra. Ou pior: quem acumula dívidas sobre dívidas e, depois, não têm como pagá-las. E de repente, fazer dívidas pode se tornar um vício.
“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros” (Romanos, 13,8).
O cristão que vive endividado deve colocar-se perante Deus e rezar para que ele lhe dê forças para esse vício seja abandonado. Dívidas ou empréstimos só devem surgir no caminho daqueles que honram o Senhor em caso de real necessidade e, ainda assim, considerando todas as suas possibilidades, o que se ganha e como e quando essas dívidas serão pagas, sem a subtração de necessidades básicas da família.
De Gênesis ao Apocalipse, a Bíblia tem mais de dois mil versículos que tratam sobre dinheiro e administração financeira. São ensinamentos que vão bem além de não fazer dívidas e poupar, como não ter preguiça, trabalhar honestamente, evitar gastos desnecessários, analisar despesas com cuidado, recolher devidamente os impostos e fugir do dinheiro fácil.
“Não seja como aqueles que, com um aperto de mãos, empenham-se com outros e se tornam fiadores de dívidas; Se você não tem como pagá-las, por que correr o risco de perder até a cama em que dorme?” (Provérbios 22,26-27).
O controle financeiro, portanto, é de suma importância para a vida do cristão. Afinal, tudo o que fazemos deve refletir Deus em nós. Assim sendo, não há espaço nem para o endividamento nem para o empréstimo a juros.
“Quem toma emprestado é escravo de quem empresta”. (Provérbios 22,7)
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