Água-viva: o que você precisa saber sobre o animal marinho belo e perigoso

Água-viva: o que você precisa saber sobre o animal marinho belo e perigoso

É verão! Tempo de praia, brincadeiras com crianças na areia e no mar e de muitas belezas naturais para se admirar. No meio delas, uma em especial atrai pela aparência e carrega grandes riscos. As águas-vivas são corpos translúcidos e atrativos pela forma, mas que escondem um mecanismo de defesa perigoso que pode transformar um dia de diversão em momentos de desconforto e dor intensa.

Composta por mais de 95% de água, a água-viva pertence ao filo dos cnidários e se destaca por sua estrutura em forma de sino ou campânula, além de ser capaz de nadar. A beleza hipnótica, no entanto, é apenas uma parte da história. Desprovida de cérebro, ossos ou coração, o ser marinho utiliza sensores luminosos e táteis para se mover e se defender. Seus tentáculos têm células que agem como armas e liberam um veneno quando entram em contato com algo considerado uma ameaça.

O biólogo marinho da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) Renato Nagata, que é idealizador do “Guia sobre águas-vivas e caravelas no litoral gaúcho”, explicou ao Jornal da USP que a maioria das espécies encontradas nas praias é inofensiva. São cerca de 2 mil tipos conhecidos pelos pesquisadores, dos quais apenas 70 são peçonhentos, ou seja, liberam veneno. Como há características ecológicas distintas nas praias do Brasil, muda a composição e o período de mais ocorrência das espécies. Ao chegarem ao litoral, a maioria desses animais encalha na praia e morre desidratada ou por insolação.

Queima mesmo?

Ao contrário do que muitos imaginam, o contato com uma água-viva não resulta em uma queimadura convencional e elas não “perseguem” suas presas, como explica o pesquisador Nagata. O que ocorre é um envenenamento acidental, desencadeado pelo estímulo das células que liberam o veneno ao tocar a pele humana. As toxinas presentes no veneno têm propriedades neurotóxicas e necrosantes e desencadeiam uma dor intensa, bolhas e feridas, o que simula os sintomas de uma queimadura.

O que fazer se tiver contato com a água-viva? Veja mitos e verdades

Caso o encontro indesejado com esses seres marinhos aconteça, é importante saber como agir. Muito se fala sobre os primeiros-socorros, mas algumas “ideias” não se sustentam, como alertam a Sociedade Brasileira de Dermatologia e os pesquisadores responsáveis pelo guia sobre águas-vivas e caravelas.

Contrariando crenças populares, não se recomenda o uso de urina, álcool, limão ou sabonete para tratar a área afetada, por exemplo. A melhor abordagem é:

  1. Lavar com água do mar ou soro fisiológico: remover os tentáculos e aliviar a dor. É necessário evitar esfregar a área afetada para não romper as estruturas que liberam o veneno.
  2. Evitar água doce: ela estimula a liberação de toxinas, o que pode agravar a lesão. Use água doce apenas após remover completamente os tentáculos.
  3. Neutralizar com vinagre: aplicar uma compressa de vinagre na região afetada por 30 minutos ajuda a neutralizar as toxinas.
  4. Remoção segura dos tentáculos: procure proteger as mãos com algo que “simule” uma luva e remova os tentáculos com um cartão, palito de picolé ou objeto similar após lavar com água do mar.
  5. Proteção solar e atendimento médico: proteja do sol a área afetada e procure atendimento médico em casos de sensibilidade maior, formação de bolhas persistentes ou sintomas graves como vômitos e dificuldades respiratórias.

Decore todas as dicas e passe-as adiante. E lembre-se: sempre é melhor prevenir do que remediar.

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Comentários

  • Tatyana Casarino
    Muito importantes as informações sobre a melhor forma de socorrer alguém no caso de contato. Eu não sabia que é recomendável evitar água doce depois. Já vi água-viva nas praias do Ceará, mas nunca tive contato.

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