Ansiedade infantil: diagnóstico e tratamento

Ansiedade infantil: diagnóstico e tratamento

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo divulgou uma pesquisa que aponta que quase 70% dos estudantes da rede estadual estão com sintomas ligados à ansiedade e à depressão. Os dados são alarmantes e refletem várias situações, especialmente o momento de isolamento/distanciamento social vivido por muitas crianças e adolescentes nos últimos dois anos por causa da pandemia de Covid-19. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também estima que a ansiedade afeta de 1 a 3% da população entre 0 e 17 anos, o que corresponde a mais de 8 milhões de pessoas nessa faixa etária em todo o mundo. 

A psicóloga Giovana Bonini comenta que a ansiedade é um sentimento muito natural. “Se algo está por vir, como uma entrevista de emprego ou uma viagem, é comum ficarmos agitados. Com as crianças não é diferente, medos, agitações e angústias podem ser considerados normais durante o estágio de desenvolvimento psicológico na infância”. 

Isso significa que a ansiedade, em muitos casos, é realmente normal. No entanto, ela alerta: “São considerados patológicos quando são exagerados, desproporcionais ao estímulo e de duração prolongada”. 

Há vários transtornos ligados à ansiedade, que se diferenciam em categorias e participação em diferentes idades. Eles incluem o distúrbio de ansiedade generalizada; transtorno de ansiedade de separação (mais comum em crianças pequenas); transtorno obsessivo compulsivo; fobias específicas; fobia social; transtorno de estresse pós-traumático.

É possível notar os sinais da ansiedade nas crianças?

 

Como as crianças ainda não sabem identificar e controlar seus comportamentos e emoções como os adultos, muitas vezes elas acabam sofrendo ainda mais com problemas de saúde mental. Ao mesmo tempo, os adultos não conseguem reconhecer os sinais da ansiedade infantil e os entendem como “birra”, “teimosia” ou “personalidade”

A psicóloga explica que, ao contrário disso, crianças e adolescentes podem sim ter ansiedade e os pais só procuram ajuda quando a escola faz um pedido de avaliação em decorrência de problemas de comportamento, relacionamento, desempenho escolar ou sintomas físicos, que incluem dor de cabeça, tontura e dor abdominal. 

“Os sintomas podem alternar, com mais ou menos ciclos, e mais ou menos intensidade e duração. Uma série de sensações físicas pode acompanhar o indivíduo, tais como: palidez, palpitações, falta de ar, boca seca, tremores, sudorese nas mãos e pés, insônia, etc., manifestando-se numa resposta generalizada que mobiliza todo o nosso organismo pelos mais variados estímulos”, completa Giovana. 

É por isso que pais e responsáveis precisam estar atentos aos sinais que a criança pode manifestar. Em qualquer dúvida, procurar ajuda profissional é o caminho mais coerente e importante. 

 

Diagnóstico de ansiedade em crianças

Crianças e adolescentes com ansiedade, quando não diagnosticada e tratada, podem ter impactos muito negativos na vida. Por isso, quanto antes identificada, melhor será a qualidade de vida da pessoa. 

“O uso de medicamentos, em alguns casos, é apropriado para tratar a ansiedade e associado à psicoterapia. Assim, a criança pode trabalhar a sua comunicação verbal e emocional de maneira saudável, sentindo-se segura e acolhida no processo terapêutico”.

Além disso, outro tratamento pode incluir a presença da família. De acordo com a psicóloga, a terapia familiar também costuma apresentar ótimos resultados. “Lembrando que a criança tem sua individualidade, mas também é reflexo do ambiente em que vive”.

Cabe ressaltar que o diagnóstico deve ser feito por um especialista, assim como o tratamento. Neurologistas pediátricos ou psicólogos especializados no assunto explicarão o melhor tratamento e como a família poderá ajudar no percurso. 

Tratamento para ansiedade

Ansiedade em crianças, assim como a depressão infantil, tem tratamento, que começa pela identificação da doença. Giovana Bonini comenta que o primeiro passo é não julgar os sintomas e ficar disponível para entender o que está acontecendo. 

Depois, a prática de exercícios físicos é necessária. Quanto mais praticam atividades, menos ansiedade têm. Quem comprova isso é um estudo publicado na revista médica JAMA Pediatric, realizado entre 2019 e 2020. 

O terceiro passo no tratamento é a família enxergar a sua realidade e perceber o que está acontecendo. “A ansiedade não depende apenas de fatores externos, mas também é uma questão hereditária”, completa Giovana. 

Por último, a ajuda profissional. Não acreditar em tratamentos milagrosos ou receitas prontas. Cada caso é um e é por meio dessas individualidades que o melhor tratamento será recomendado. 

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Comentários

  • Erica ferreira
    Muito obrigado!!! Fiquei muito preocupada com os meus filhos. Agora sei o por que!
  • Eliana
    Muito útil e esclarecedor !

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