Aprenda a organizar os gastos e investimentos com a saúde da família

Vamos falar sobre saúde. Imagino que você possa perguntar: “Mas o que isso tem a ver com finanças pessoais”?

Saiba sim que tem muita relação! Há estudos que mostram que pessoas cuidadosas com a saúde têm maior probabilidade de terem as finanças organizadas.

Há quem pergunte se são gastos ou investimentos quando se trata do dinheiro dedicado à saúde. Para fins do orçamento pessoal mensal são gastos. O tipo é que pode variar. 

Vejamos a seguir uma classificação que faço para fins didáticos de educação financeira para meus clientes e alunos.

Prevenção

Academia, esportes, orientação alimentar, dança, terapias (psicologia ou artes) são exemplos de como podemos prevenir gastos inesperados com saúde.

Costumo dizer que o quanto gastamos por mês com esses itens pode ser uma medida do quanto estamos nos cuidando para viver de forma mais saudável.

Quanto gastar? A resposta varia conforme os hábitos de vida saudável. Para iniciar nos gastos mensais, pode-se considerar 15% do total que recebe. Contudo, alerto que deve ser avaliado de forma personalizada e conforme a maturidade financeira de cada pessoa.

Plano ou seguro saúde: quando ter?

Esses tipos de gastos são os mais conhecidos quando se fala em saúde e renda mensal. Chamo de seguro porque a forma como funciona é uma mensalidade paga para a cobertura do evento, caso a pessoa esteja doente e precise recorrer a consultas médicas, exames, cirurgias, internações, etc.

Em resumo, o gasto ocorre independentemente do uso dos serviços médicos e hospitalares. Há diferentes tipos de contratos que cito a seguir com alguns exemplos.

No Brasil, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o total de consumidores de planos de assistência médica totalizam 49,1 milhões, conforme dados divulgados em março de 2022. 

Quanto gastar?

Dependerá do tipo de cobertura e serviços do plano (pacote oferecido): hospitalar, ambulatorial, nacional, internacional, tratamento, reembolso. E também da faixa de idade e doenças pré-existentes.

Informações úteis para avaliar o melhor custo-benefício do plano

Planos familiares costumam ser mais vantajosos do que planos individuais. Em média, as reduções nos respectivos gastos no orçamento anual da família são de 15%. 

Recebemos algumas dúvidas com relação a priorizar os planos para crianças ou adultos. Alerto que existem planos para crianças em valores inferiores aos familiares. Contudo, defendo aqui a lógica de segurança nos aviões: “caso seja necessária a utilização da máscara, primeiro ajuste a sua (adulto) e na sequência a da criança.” 

Ao trazer para a saúde: a criança precisa de um adulto saudável que cuide dela. Isso é um direito da criança, e a gente explica tudo sobre isso nesse texto.  Logo, neste caso, a minha orientação financeira é para que o planejamento familiar contemple os gastos com o plano família. Contudo, esse tema requer uma análise mais detalhada da situação financeira de cada uma.

Planos com coparticipação

Eles reduzem o gasto mensal, contudo paga-se uma parte adicional ao fazer uma consulta ou exame, por exemplo. Nesses tipos, sugiro que faça uma conta e verifique se o total de valor adicional estimado no ano é inferior ao valor do plano sem coparticipação.

Se você tem uma empresa com CNPJ, existem opções que podem baratear o plano em média 25% por pessoa.

Planos coletivos 

Temos dois tipos de planos coletivos. O primeiro, empresarial, os beneficiários possuem vínculo empregatício com a empresa. O segundo é o por adesão, quando o vínculo é por classe profissional.

Procure verificar antes de contratar se os médicos que você conhece atendem pelo plano escolhido, assim como se os laboratórios, os hospitais e as clínicas de sua preferência/comodidade fazem parte da rede credenciada. 

Mas atenção: certifique-se com os respectivos lugares se ainda atendem, pois a lista da rede pode estar desatualizada. Caso tenha médicos de preferência que não atendem por plano, veja se o reembolso cobre no mínimo 50% do valor da consulta e avalie se cabe no seu “bolso”!

Reserva para saúde

Parcela do dinheiro investido dedicada aos gastos com saúde quando da realização dos exames preventivos anuais ou algum evento imprevisto. 

Nesse caso, em geral, as pessoas não pagarão mensalidade de planos, mas terão que ter orientação de profissional de finanças para fazer os cálculos com base em estimativas que, de fato, traduzam o padrão de vida da família. Assim, evitam surpresas que possam comprometer o orçamento da família.

Existem produtos, como seguros saúde e vida, que em geral são contemplados no orçamento anual no item reserva saúde. Contudo, ressalto que é indicado a família ter algum plano de saúde. Obediência ao princípio da diversificação em planejamento financeiro como trava de segurança em eventos imprevistos e que dependem do comportamento e maturidade financeira das pessoas envolvidas.

Espero ter ajudado a esclarecer as suas dúvidas e a fazer a sua parte na prevenção e cuidados com a saúde.  E se ainda tiver alguma dúvida, pergunte lá no Instagram IDe+.

Mas sabe o que realmente te desejo? Muita saúde!