No Evangelho de São Mateus, capítulo 1 no versículo 5, lemos que entre os antepassados de Jesus havia uma mulher chamada Raab, esposa do guerreiro Salmom que é o tataravô do Rei Davi. No Novo Testamento, ela também é citada em duas cartas, na dos Hebreus (11,31) e na Carta de São Tiago (2,25). Mas quem foi essa mulher que foi tão recordada nas Sagradas Escrituras?
O nome de Raab é citado pela primeira vez no livro de Josué, já no início do seu segundo capítulo. Esse texto narra que Josué enviou secretamente dois espiões para examinar a cidade de Jericó, a qual Deus tinha entregue em suas mãos, e chegando lá entraram na casa de uma prostituta chamada Raab onde ficaram escondidos.
O Rei de Jericó ficou sabendo que os dois espiões tinham se infiltrado na cidade e pediu que Raab os entregasse. No entanto, ela continuou a dar cobertura para que eles não fossem presos.
Em troca da proteção, Raab pediu para que os espiões garantissem sua vida e de seus familiares, dado que ela sabia que Deus tinha feito prodígios em favor dos hebreus, lhes dando a vitória sobre muitos povos, bem como secado o Mar Vermelho e o Jordão para que atravessassem.
Dessa forma, ela confessou sua fé no poder de Deus e agiu em favor do povo eleito. Depois que Josué e o exército derrubaram as muralhas de Jericó, Raab e seus familiares tiveram suas vidas poupadas e ela se juntou ao número dos filhos de Deus.
Raab é lembrada no Novo Testamento como uma heroína que praticou duas coisas essenciais: a fé e as obras. Na Carta aos Hebreus, São Paulo ensina que foi por causa da fé que ela acolheu os enviados de Josué e garantiu assim sua própria sobrevivência.
Já São Tiago nos mostra que Raab agiu com a caridade, ou seja, praticou uma boa obra e isso foi levado em conta para que fosse salva. Esses ensinamentos fazem eco das palavras de Jesus, que nos alerta que pecadores públicos que se converteram, como publicanos e prostitutas, podem nos preceder no céu caso não tenhamos fé nem pratiquemos boas obras (cf. Mateus 21).
Raab se tornou um referencial de coragem, já que diante dos preconceitos e de tantos outros desafios ela soube ficar ao lado de Deus e por isso não pereceu. Ela enfrentou a discriminação por ser mulher em uma época difícil, desafiou as autoridades e não se abateu mesmo sendo pressionada.
Ela se arriscou por um bem maior e, mesmo sendo uma pecadora pública, teve a coragem de mudar de vida e caminhar conforme os mandamentos de Deus.
Podemos aprender muito com ela, principalmente quando passamos por momentos em que precisamos tomar decisões importantes. Raab nos ensina que pela fé somos socorridos no perigo, mas que é necessário que tomemos atitudes santas, ou seja, atitudes inspiradas por Deus.
Ela também nos ensina que não adianta depositarmos nossas esperanças nas estruturas passageiras, pois elas desmoronam rapidamente. Devemos colocar nossa esperança unicamente em Deus, pois só Ele e Sua vontade são para sempre.
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