As fortunas e curiosidades guardadas nos selos postais

As fortunas e curiosidades guardadas nos selos postais

Pouca gente sabe, mas o Brasil foi o segundo país do mundo a adotar o selo postal. A iniciativa foi de Dom Pedro II, por meio de um decreto assinado em 1841. Porém, a valiosa série de selos “Olhos de Boi”, de 30, 60 e 90 réis (a primeira nacional) só passou a circular a partir de 1843 e fez do país efetivamente o terceiro a lançar um selo postal no planeta.

Nessa série inaugural, inclusive, o selo de 60 réis era usado para cartas dentro do país e o de 90 réis em postagens para o exterior. Foram impressos 1,5 milhão de selos de 60 réis, 1,15 milhão dos de 30 réis e apenas 350 mil de 90 réis. Mesmo assim, sobraram 466.711 selos, que acabaram incinerados em 1844 para o lançamento de uma nova sequência.

No início, os selos brasileiros não eram picotados, como conhecemos. Os funcionários dos Correios tinham que recortá-los das cartelas com uma tesoura. Um a um.

A criação dos selos postais está ligada ao processo de escolarização da humanidade e o consequente aumento da comunicação via cartas. Foi preciso criar uma tarifa para os Correios poderem prestar os serviços de postagem e entrega das correspondências. O selo, portanto, garantiria que o serviço estaria pago quando o documento chegasse ao destinatário.

De tão popular, acabou ganhando um Dia Nacional, comemorado em 1º de agosto, data em que foi emitido o primeiro selo brasileiro em 1843.

Pioneirismo

A história de pioneirismo do Brasil em relação ao selo postal não ficou restrita à vanguarda do século XIX. Em 1974, por exemplo, o país criou e emitiu o primeiro selo do mundo em braille – a linguagem para pessoas com deficiência visual –, o que tornou o serviço postal brasileiro pioneiro na filatelia de inclusão.

A Suíça é outro país que escreveu igualmente a sua história ao lançar, em 2001, o primeiro selo com cheiro de chocolate para homenagear seus tradicionais fabricantes. Portugal, por sua vez, também faz parte da vanguarda. Inclusão que se deu em 2007, após lançar o primeiro selo postal de cortiça do planeta.

Em 2010, o Brasil voltou a ser protagonista nesse universo com a produção de selos em tecido sintético. Os primeiros registrados nas Américas.

Filatelismo

Filatelista é o nome que se dá ao colecionador de selos postais. O inglês T.H.S. Smith é considerado o primeiro filatelista da história mundial. Foi ele quem enxergou no objeto um motivo para coleção.

O selo mais raro e mais valioso, por sua vez, é o 1 Cent Magenta da Guiana Britânica. Ele foi arrematado por 6,2 milhões de libras esterlinas. O fato de existir apenas um no planeta tornou esse carimbo uma verdadeira raridade.

A Federação Brasileira de Filatelia (Febraf) é a entidade representativa dos filatelistas no país. Fundada em 17 de dezembro de 1976, é uma sociedade civil de caráter cultural, sem fins lucrativos, destinada a promover e integrar as atividades filatélicas no Brasil, bem como representá-lo internacionalmente. A estimativa é que o Brasil tenha hoje cerca de cinco mil filatelistas.

Os Estados Unidos são o país com maior incidência: cerca de 20 milhões de pessoas colecionam selos por lá. O selo postal mais popular nos “states” é de 1993 e tem estampada a figura do cantor de rock and roll Elvis Presley. Foram vendidas mais de 120 milhões de cópias.

Raridade

Outro fato curioso sobre selos postais diz respeito a um erro acontecido há mais de cem anos. O Serviço Postal dos Estados Unidos, cuja sigla é USPS, relançou em 2013 o “Jenny Invertido”, de 1918, um dos equívocos mais memoráveis da história da filatelia, que mostra a imagem do avião Curtiss JN-4H, o “Jenny” de cabeça para baixo.

Na impressão, um lote saiu com a moldura e o biplano em direções diferentes. Na época, a produção foi toda recolhida, mas um colecionador ainda conseguiu comprar uma folha com 100 selos. Uma unidade do original com a imagem invertida vale uma pequena fortuna e eleva o status do filatelista que ostentar um desses em sua coleção.

 

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Comentários

  • Tatyana Casarino
    A minha avó paterna, Dona Maria Casarino (apelido Marusca), é muito fã de Elvis. Foi ela que me mostrou a Associação Evangelizar é Preciso pela primeira vez e os filmes do Elvis pela primeira vez. Agora eu preciso mostrar esse selo do Elvis para ela (hehehe).

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