As preces e a Santa Missa

As preces e a Santa Missa

Que tipo de preces se deve fazer após o Credo? 

Logo que terminamos a recitação do Credo, devemos fazer a Oração da Comunidade, também conhecida como Oração dos FiéisOração Universal ou ainda como preces. Trata-se do último ato da Celebração da Palavra, que junto com o Credo, é como uma resposta ao que foi proclamado nas leituras e na homilia e, por isso, normalmente é feita do Altar da Palavra. 

Você já deve ter notado que sempre têm alguns assuntos que são comuns em quase todas as preces, pois já estão previstas na Instrução Geral do Missal Romano. Elas são: 

  • Pelas necessidades da Igreja 
  • Pelas autoridades e governos públicos 
  • Pela paz e salvação do mundo todo 
  • Pelos que sofrem ou tem alguma dificuldade, como os abandonados, desempregados, doentes, entre outros 
  • Pelas necessidades da comunidade local 

Em celebrações especiais, como uma Missa do Crisma, um casamento ou Exéquias (defuntos), pode ser acrescentada uma prece por aquela circunstância particular. 

Assim como orienta a Instrução Geral do Missal Romano, as preces devem ser formuladas de forma sóbria, com sábia liberdade e em poucas palavras. Isso significa que elas devem ser objetivas, sem exageros ou delongas, mas não devem ser rígidas ao ponto de se privar da ação do Espírito Santo. Papa Francisco recomendou, na Audiência Geral de 14 de fevereiro de 2018, evitar preces que nada tenham a ver com a vida das pessoas ou que queiram persuadir a opinião do povo para assuntos alheios. 

Por isso muitas comunidades acertam ao fazerem preces espontâneas, trazendo para a oração a realidade em que vivem. Isso ajuda a tirar o tom de mecanicidade na relação do povo com Deus, além de tornar a oração mais sincera, como realmente filhos e filhas deveriam falar com o Pai. As respostas da assembleia podem ser cantadas.  

É muito importante que as comissões e grupos de liturgia das comunidades discutam sobre a necessidade ou não de usar subsídios que são distribuídos para as pessoas acompanharem a Santa Missa, como é o caso de alguns folhetos. As sugestões ali escritas não necessariamente precisam ser a regra e as equipes de liturgia podem se abrir para outras possibilidades, como o fazem algumas paróquias que, respeitando os ritos, já produzem seu próprio folheto, livro de cantos, slides, entre outros.  

Rito Sacramental I 

O que se leva ao altar na hora do ofertório? 

Sabe aquele momento em que se levam alguns objetos até o altar? Ele é chamado de Apresentação das Oferendas. No altar as oferendas são preparadas em uma sequência muito significativa: 

Procissão das oferendas: É aquela procissão na qual os fiéis levam os objetos sagrados e outros dons para se colocar no altar. Representa a nossa oferta daquilo que somos e temos nas mãos do Senhor. Recorda-se aqui a oferta de Abel, em Gênesis 4,5. Importante ter atenção para não encher essa procissão com demasiados símbolos que tiram a atenção do que é essencial. 

Como o altar deve ser preparado? 

Logo após a procissão das oferendas, se coloca sobre o altar os objetos sagrados: 

Corporal: Trata-se de um tecido (geralmente feito de linho e engomado) relativamente grande, com formato quadrangular. Como o nome diz, é onde se receberá o Corpo do Senhor, mas na aparência de pão e vinho. Ele é dobrado em três partes para lembrar a Santíssima Trindade e geralmente traz uma cruz pintada ou bordada no meio.  

Purificatório: conhecido por sanguíneo ou sanguinho: é um faixa de tecido normalmente comprido usado para purificar (limpar) os vasos sagrados. É comum que ele tenha uma figura de cruz no meio. 

Cálice: É a “taça” que vai receber o Sangue de Cristo. Por esse motivo nos esforçamos para que não seja feita de qualquer material, e nem deve ser tratada como se fosse um copo qualquer. 

Patena: Em cima do Cálice vem a Patena, que é como um prato, de altura ligeiramente rasa, no qual colocamos a Hóstia magna.  

Hóstia magna: É a hóstia maior, com a qual o padre comunga. Por vezes ele a divide com os acólitos, ministros e com alguns fiéis.  

Pala: É uma espécie de cartão quadrado, revestido de pano, usado para cobrir a Patena e o Cálice.  

Missal: É o livro que reúne as orações realizadas durante a Missa. 

Credência: É a “mesinha” na qual alguns dos vasos sagrados e os tecidos ficam aguardando o momento de serem levados para o altar. 

Cibórios, conhecidos como âmbulas ou píxides: São como taças, mas com uma copa bem maior e com tampa. Dentro deles são colocadas as hóstias pequenas, que também se tornarão Corpo de Jesus. Quando está coberto com o véu, significa que ele tem hóstias já consagradas em seu interior. 

Galhetas: São dois recipientes que portam o vinho e a água. 

Manustérgio: toalha na qual o padre enxuga as mãos. 

Procissão do ofertório: essa é a procissão que a assembleia faz para fazer sua doação espontânea à Igreja e aos pobres.

Como acontece a apresentação das oferendas? 

Após receber todos os vasos sagrados, o sacerdote tomará a Patena com a Hóstia maior e, se não houver canto, elevando-a rezará: 

“Bendito sejais, Senhor, Deus do Universo, pelo pão que recebemos da Vossa bondade, fruto da terra e do trabalho do homem, que hoje Vos apresentamos e que para nós se vai tornar Pão da vida.” 

A assembleia responde: 

“Bendito seja Deus para sempre.” 

Em seguida, o sacerdote toma a galheta de vinho e coloca o mesmo dentro do Cálice. Junto também derrama uma gota de água rezando: 

“Pelo mistério desta água e deste vinho sejamos participantes da divindade d’Aquele que assumiu a nossa humanidade.” 

Importante: se houver canto, ele deve ser ritual, ou seja, tem de trazer em sua composição a referência ao pão, ao vinho, a oferta, etc. 

 

Rito Sacramental II 

Por que o padre mistura aquela gota de água com o vinho? 

Este momento possui uma riquíssima simbologia. Era comum que os judeus misturassem um pouco de água ao vinho e, provavelmente, Jesus fez o mesmo na última ceia. A água torna-se vinho, ou seja, torna-se uma bebida mais valiosa, pois seu sabor passa a ser o do vinho. Assim também acontece conosco, que por meio da Eucaristia somos assumidos por Jesus e transformados n’Ele mesmo. A gota pequena da nossa humanidade é toda absorvida na imensidão do vinho da divindade de Cristo (vinho da salvação). Adquirimos um novo valor e uma nova dignidade. Também a nossa oferta é multiplicada na oferta de Cristo, como uma gota de água que se une ao oceano. 

Após apresentar o pão, o sacerdote tomará o cálice com vinho e rezará: 

“Bendito sejais, Senhor, Deus do Universo, pelo vinho que recebemos da Vossa bondade, fruto da videira e do trabalho do homem, que hoje Vos apresentamos e que para nós vai se tornar Vinho da salvação.” 

E a comunidade responde: 

“Bendito seja Deus para sempre.” 

Em seguida o sacerdote se inclina e diz: 

“De coração humilhado e contrito sejamos recebidos por Vós, Senhor. Assim o nosso sacrifício seja agradável a Vossos olhos.” 

Por que se incensa sobre as oferendas? 

Se houver turíbulo, nesse momento o diácono ou o padre incensará as ofertas, o altar e a cruz. Esse gesto simboliza as orações dos fiéis que sobem até o céu, como nos ensina o Rei Davi: “Que minha oração suba até vós como a fumaça do incenso, que minhas mãos estendidas para vós sejam como a oferenda da tarde” Salmos 140,2. 

De modo simbólico, tudo o que o incenso toca é purificado e, por isso, ao tocar as oferendas indica que também queremos dar a Deus o amor mais puro que existe em nosso coração. Ao elevarmos a fumaça diante do altar e da cruz, também significa que queremos estar próximos de Deus, exprimindo pelo odor das nossas boas obras o intenso desejo de intimidade com o Altíssimo. 

Em seguida, o diácono ou o acólito incensará o padre ou o Bispo, todos os sacerdotes presentes – por causa dos ministérios sagrados para o qual eles foram ungidos –, e toda a assembleia – por causa da dignidade de serem batizados e também por serem pedras vivas que compõem a Igreja viva (Confira também 1Pedro 2,5 e Apocalipse 8,3-4).

Por que o padre lava as mãos? 

Esse rito significa o desejo interior do padre tornar-se puro interiormente para ser menos indigno de celebrar o Mistério do Senhor. Antigamente este rito também era muito útil, pois logo que o padre recebia as ofertas dos camponeses e agricultores para os pobres, era sempre necessário lavar bem as mãos para poder continuar a celebração. 

Retornando ao altar, ele convida a assembleia para a oração: 

“Orai, irmãos, para que o meu e vosso sacrifício seja aceito por Deus Pai Todo-poderoso.” 

O povo responde: 

“Receba ó Senhor por Tuas mãos este sacrifício, para glória do Seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja.” 

Aqui oferecemos ao Pai o sujeito do sacrifício, que é o próprio Cristo, por meio de um diálogo oracional em uma linguagem digna e majestosa. 

 


Leia mais da série sobre os ritos da Santa Missa:

 

Conteúdo publicado originalmente no Jornal do Evangelizador.

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Comentários

  • Antônio Sérgio Gervason de Macedo
    Muito elucidativo e didático. Parabéns!
  • Arina
    Muito proveitoso, aprendi que devo repassar a quem não conhece, grata.
  • Rosimar Mendes Veiga
    Excelente,me ajudou muito nas dúvidas que tinha, como estou iniciando agora na elaboração da liturgia, intenção,prece para missa foi de grande valor, muito obrigada

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