Ei, papo sério: cuidado com a autopenitência! O sentido desse importante sacramento é a nossa reconciliação com Deus, para obtenção de perdão dos nossos pecados, mas isso não significa – atenção! – punição física ou espiritual.
É bem verdade que “aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave do que o pecado”, conforte está escrito no Catecismo, e ninguém está aqui para “passar pano”, como dizem por aí, mas a autoimposição de sofrimento e dor não é bem vista. Nem pela Igreja nem por Deus.
Segundo Padre Reginaldo Manzotti, a penitência é de grande valia, pois faz um bem danado à alma, como que “tomar um banho” para se religar com Deus. Porém, ela deve ser orientada por um Sacerdote após a prática da confissão. Ou seja: não é uma decisão unilateral, na qual o único juiz é a própria consciência.
“Você tem que se confessar com frequência e contar todos os seus pecados e não esconder nenhum. O princípio básico de uma penitência, que vem depois da absolvição, que é o perdão em si, é reparar o erro. A penitência deve levar a uma correção. A ideia é mesmo corrigir e, claro, reconectar-se com Deus”, afirma.
Quando olhamos para Jesus, crucificado e em sofrimento, é que conseguimos entender de fato o que é o pecado. Afinal, tudo o que Ele passou foi por nós. Lembra de João 1,29? “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.
Para vencermos nós mesmos, nossas fraquezas e nossas paixões, assim, desordenadas, a Igreja recomenda, por meio de sacerdotes, meios para dominarmos as fraquezas da carne e aproximarmos de Deus. Portanto, não se deve fazer penitências de acordo com o que dá na telha, ainda mais exageradas, capazes de deixar a pessoa doente ou se sentindo mal.
A luta de todos nós deve ser contra o pecado: um desafio constante, sim. E como grande aliada, temos a Igreja. A penitência só admite espaço assim. Ela não pode ser ignorada nem adotada de modo exagerado. Também não há como conceber a sua suficiência para resolver tudo sozinha, sem a prática de outros pontos básicos, como a confissão e a comunhão. Pecar contra si também conta. E muito!
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