Sentir uma dor intensa e aguda na região abdominal pode ser angustiante para qualquer pessoa, imagine para aquelas que, muitas vezes, ainda não conseguem explicar o que estão sentindo. Muitas vezes, o cálculo renal é considerado um problema só de adultos e idosos, mas não é tão raro entre os pequenos quanto se imagina.
Os sinais de pedras nos rins em crianças podem variar e identificá-los não é fácil. Segundo o Instituto Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil (Pensi), existem muitos tipos de pedras renais em crianças. Sangue na urina é frequentemente o sinal mais urgente e evidente. Contudo, devido à dificuldade das crianças em expressar a localização exata da dor, a queixa muitas vezes se manifesta como desconforto abdominal, o que torna o diagnóstico um desafio.
A detecção das pedras nos rins em crianças pode ocorrer durante uma consulta de rotina com o pediatra, quando são relatadas situações atípicas nos hábitos urinários dos pequenos. Em alguns casos, exames de sangue ou até mesmo a simples observação visual podem ser necessários para confirmar o diagnóstico.
Uma vez identificadas, as pedras renais em crianças demandam tratamento específico. A ingestão de líquido em maior quantidade e frequência é passo principal para eliminar as pedras de forma natural. Em casos mais graves, pode ser necessário recorrer a intervenções como medicação intravenosa para aliviar a dor e incentivar a micção (urinar).
Quando as pedras atingem um tamanho considerável, cirurgia ou litotripsia podem ser necessárias. Apesar da apreensão inicial, esses procedimentos são seguros e não causam danos permanentes aos rins.
Como muitas outras situações, a prevenção é a chave para evitar o surgimento de novas pedras e proporcionar um ambiente saudável para o desenvolvimento renal das crianças. Recomendações como a ingestão adequada de líquidos, limitação de sais minerais na dieta e restrição de sódio e refrigerantes são fundamentais.
De acordo com informações do Hospital Pequeno Príncipe (Curitiba – PR), que é referência nacional no atendimento pediátrico, e a Sociedade Brasileira de Pediatria, esta é a recomendação do consumo de água de cada faixa etária:
- 0 a 6 meses – até os 6 meses, os bebês devem tomar apenas leite materno. Bebês alimentados com leite artificial devem ingerir 700ml de água.
- 7 a 12 meses – 800ml.
- 1 a 3 anos – 1,2l.
- 4 a 8 anos – 1,7l.
- 9 a 13 anos – 2,4l.
Optar por alimentos naturais em vez de ultraprocessados, limitar o consumo de sódio, evitando salgadinhos, refrigerantes e fast food.
Controlar a quantidade de sais minerais na alimentação diária.
Realizar consultas regulares com uropediatras ou nefrologistas pediátricos e investigar alterações urinárias diante de qualquer sintoma.
O aumento da incidência de cálculos renais em crianças tem sido associado ao estilo de vida moderno, caracterizado por uma alimentação rica em sódio e açúcares, além do baixo consumo de água. Essa mudança de padrão alimentar, aliada a fatores genéticos e metabólicos, contribui para o aumento dos casos.
Embora os sintomas do cálculo renal em crianças possam não ser tão intensos quanto nos adultos, a condição ainda demanda atenção e investigação detalhada. Por isso, consultas com uropediatras e nefrologistas pediátricos são essenciais para garantir o diagnóstico preciso e o tratamento adequado.
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