Você já ouviu falar do casamento Josefino? O matrimônio chamado Josefino não é tão conhecido, embora não seja tão incomum. Paulo Pacheco, teólogo e supervisor de orientação espiritual da Obra Evangelizar É Preciso diz que antes de entender como funciona o casamento Josefino, é preciso entender o que significa a terminologia.
“Ele é assim chamado tendo como exemplo o casamento de São José com a Virgem Maria. Eles eram casados legalmente, seguindo a tradição de sua época”.
Porém, conforme explica o teólogo, um milagre espiritual surpreendeu a história, assim como exposto na passagem de Mateus 1, 18.
“Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo”.
Foi quando depois do casamento, Nossa Senhora revelou a São José seu desejo de se entregar totalmente a Deus com sua virgindade consagrada, a qual José respondeu que também era seu desejo a entrega como virgem consagrado a Deus.
“Esse foi um verdadeiro milagre espiritual. Deus foi preparando o coração da Virgem Maria e, ao mesmo tempo, o coração de São José. Quando os dois se casaram, aquilo que era impossível para os dois por causa da cultura judaica tornou-se providencialmente possível. Então aconteceu que, depois de casados, fizeram um voto de castidade”, afirma Paulo.
Alguns casais atualmente optam por esse tipo de matrimônio também nos dias de hoje. Segundo o teólogo, a escolha acontece por questões de saúde ou motivos particulares do casal. “Porém, é importante entender que o matrimônio Josefino precisa ser muito bem discernido, pois não é a opção de um, mas de ambos”.
Padre Reginaldo Manzotti explica que a sexualidade no casamento é importante (leia mais aqui). Para ele, a vida sexual acaba sendo um termômetro da vida afetiva, espiritual e emocional do casal. “Não é algo nojento ou depreciativo. É, na verdade, algo bom e abençoado, está nos planos de Deus. Se é feito com amor e dignidade é reflexo de uma relação que vai bem no dia e na vida inteira”, explica Manzotti.
Paulo Pacheco complementa. “O sexo no casamento é algo sagrado, pois é através dele que se expressa o amor mútuo do casal, a manifestação unitiva entre esposo esposa, e também tem a função procriativa. É através desse amor que pode vir mais um filho ou filha de Deus”.
A Igreja não se opõe a essa escolha do casal, desde que vivido dentro da castidade.
Quando se casam, é como se o homem dissesse: meu corpo agora te pertence, e a mulher, da mesma forma diz, o meu corpo também agora te pertence.
“Santo Tomás de Aquino explica, quando um casal se casa, a promessa matrimonial consiste em dar direito um ao outro, como esposo e esposa, de terem relações sexuais. Por isso é tão importante o discernimento para se chegar a essa decisão”, complementa Paulo.
O mais importante, como em todo o relacionamento, é que o casal chegue a essa decisão em conjunto. Isso porque, pode-se cair em um pecado ainda maior quando a necessidade humana do sexo faça o indivíduo cometer outros pecados, incluindo a pornografia ou outras formas pecaminosas em busca da satisfação.
“No casamento Josefino, vive-se integralmente a vida em castidade e também por isso é necessário a autorização do casal para se viver plenamente esse dom. Aconselha-se que antes do casal tomar uma decisão tão séria, converse com um Diretor Espiritual para que esse Discernimento seja muito bem definido à luz de Deus”, finaliza Paulo.
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