Católicos perseguidos na Bulgária recebem a palavra de Deus por rádio

Católicos perseguidos na Bulgária recebem a palavra de Deus por rádio Monastério Rila, Bulgária: patrimônio mundial pela Unesco

Pouco se fala sobre o assunto pelas bandas de cá, mas um dos países do mundo onde a perseguição recente a católicos ocorreu de modo mais intenso foi a Bulgária. O regime comunista no país do Leste Europeu durou longos 44 anos e ficou marcado por um rastro de perseguição anticristã.

Dentre os principais alvos do regime estavam os padres católicos. Para se ter uma ideia, de acordo com a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, todos os sacerdotes do país foram presos pelo menos uma vez durante esse período. Todos eles! E não por acaso, até hoje, apenas uma minoria da sociedade búlgara se declara cristã.

Em outubro do ano passado, essa fase perversa ganhou uma virada de página importante, com o lançamento da Rádio Ave Maria, a primeira emissora católica da Bulgária. A data coincidiu com a celebração da festa litúrgica de São João Paulo II, considerado decisivo para o fim das ditaduras comunistas em todo o Leste Europeu.

A inauguração da emissora, que passou a propagar a palavra de Deus direto de Sófia, a capital, para todo o território búlgaro, tornou-se ainda mais emblemática em meio a esse enredo, uma vez que o estúdio passou a funcionar no mesmo local onde residia o emissário do Vaticano Dom Ângelo Roncalli, que mais tarde viria a se tornar o Papa João XXIII.

A Bulgária hoje

No período de 1946 até 1990, a Bulgária viveu uma ditadura que desrespeitava os direitos do cidadão. Liberdades civis foram restringidas e se instaurou a perseguição em todo o país.

A Igreja Católica foi duramente perseguida e sofreu fortes consequências, como propriedades confiscadas e uma verdadeira caça aos seus fiéis. Seminários foram fechados e sacerdotes estrangeiros chegaram a ser expulsos.

Mesmo após algum tempo desde o fim do regime no país, a retomada católica tem acontecido ao estilo “um passo de cada vez”. Atualmente, há apenas 60 padres e 100 religiosos de rito latino e bizantino – para uma população católica de aproximadamente 70 mil pessoas. Pelo menos as que se autodeclaram assim.

No país de 6,8 milhões de habitantes, conforme dados de 2022, a liberdade é um direito recente. Principalmente a religiosa.

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