Ao longo da história da humanidade, há registros de diferentes maneiras de sepultar os mortos. Em algumas culturas e religiões, era habitual fazer o sepultamento parecido com o que temos hoje, enterrando os mortos junto aos seus pertences. Já em outras civilizações, foi usual guardar os corpos em templos ou até mesmo deixá-los sem qualquer cuidado.
No cristianismo, é preferível que se faça o sepultamento dos corpos, porque como está exposto na Bíblia Sagrada:
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Tessalonicenses 4- 16,17).
Padre Reginaldo Manzotti explica a passagem destacando que quando Jesus retornar, ele irá ressuscitar os vivos e os mortos, e a carne ressuscitará. “Nesse sentido, devemos fazer memória de nossos falecidos, porque somos o templo do Espírito Santo e resultado da fé”, disse.
O Vaticano explica que cristãos podem ser cremados. A possibilidade existe desde 1963. No entanto, só é permitida caso o ato não seja uma contestação da fé da pessoa.
Apesar de permitir, há um consenso na Igreja que prefere o sepultamento, porque o ato é uma demonstração de estima aos mortos e uma lembrança do que a pessoa viveu.
“Em outras culturas era comum deixar os mortos serem comidos por animais. E isso era feito para que a memória de que a pessoa existiu fosse extinta. Nós, como cristãos, respeitamos nossos mortos e precisamos fortalecer esses laços de memória construídos”, completou o Sacerdote.
Em 2016, o Papa Francisco aprovou e o Vaticano publicou a instrução da Congregação para a Doutrina da Fé. No documento, estão descritas as regras para cremação dos cristãos.
A principal delas, de acordo com o documento, é a proibição de conservação das cinzas do morto em casa, a fim de que não sejam uma lembrança comemorativa do falecimento ou até mesmo um objeto de joalheria, já que algumas pessoas as colocam em anéis, colares, etc.
Por isso, se um cristão optar pela cremação, é recomendado que as cinzas sejam depositadas e mantidas em um lugar sacro, ou seja, espaços próprios para a oração e memória do falecido.
“Não pode dividir entre os familiares, muito menos guardar em casa. É preciso que o espaço reservado seja um lugar de oração. Um lugar em que depositamos a nossa esperança na ressurreição”, confirmou Reginaldo Manzotti.
Ao longo da vida cristã, se aprende que o corpo humano é o templo do Espírito Santo. Como espaço sagrado, é preciso ter respeito a esse lugar. A memória também é o resultado de toda a fé dos pais, avós e tantas outras pessoas que ensinam dia a dia a Palavra de Deus.
Sendo assim, respeitar o corpo mesmo depois da morte é um princípio necessário para a fé cristã. Nenhum cristão deve negar a sua fé diante da morte, e a cremação é possível a todos aqueles que têm essa iniciativa sem abdicar dos ensinamentos de Deus.
Ficou mais curiosidades sobre o assunto? Então se liga no vídeo do Padre Reginaldo Manzotti que conta mais sobre a cremação para católicos.
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