“Fala com sabedoria, ensina com amor”. Este é o lema bíblico, extraído de Provérbios 31, 26 que nos sensibiliza ao tema da Campanha da Fraternidade (CF) 2022, lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): “Fraternidade e Educação”.
Nos convidando a multiplicar a misericórdia e fraternidade do Pai, o estímulo faz parte da essência quaresmal de fortalecermos a espiritualidade. Motivada pelo Pacto Educativo Global, convocado pelo Papa Francisco, esta é a terceira vez que a Igreja brasileira adota este tema na CF.
“Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna” (Mensagem do Papa Francisco, 12/09/19).
Aproximando este desafio das cristãs e cristãos, o Papa nos lembra que esta missão não deve ser valorizada e cobrada apenas de nossos governos, mas de cada um de nós, que como partes da Igreja Católica, somos agentes dessa luta.
“As religiões sempre tiveram uma relação estreita com a educação, acompanhando as atividades religiosas com as educativas, escolares e acadêmicas. Como no passado, também hoje queremos, com a sabedoria e a humanidade das nossas tradições religiosas, ser estímulo para uma renovada ação educativa que possa fazer crescer no mundo a fraternidade universal” (Discurso, 5/10/21).
Instrumento genuíno para uma educação humana e fraterna, a catequese, como todo processo de formação, se modifica com os novos desafios e missões.
Meriele Cristina Ferreira Haçul tem 46 anos, é professora do Ensino Fundamental I, e iniciou na caminhada catequética ainda na adolescência. Hoje, como membra da Pastoral da Educação na Paróquia Bom Jesus, em Guarapuava, vê esse momento de retomada das atividades educacionais presenciais, incluindo a catequese, como amplamente oportuno para se debater os desafios potencializados pela pandemia no ambiente educativo, pois considera que esse período mostrou a face humanista da educação.
“A CF-2022 convida-nos a olhar o ser humano em sua integridade. Jesus era um educador por excelência, usava de suas parábolas para educar. Aberto à escuta e ao diálogo, conseguiu mudar a vida de muitas pessoas de sua época. Da mesma forma somos convidados, na atual realidade, a traçar o mesmo caminho, podemos começar em casa, com nossas famílias, lugar privilegiado da educação, berço da convivência e de se crescer “[…] em sabedoria, idade e graça”, pondera a professora.
Com a ciência de que, também através da catequese, podemos exercitar a pedagogia do diálogo, sem buscar culpados pela atual situação e deficiência da educação, mas visando um ensino capaz de olhar o próximo, a Igreja, seus aparelhos e missionários têm muito a contribuir nas reflexões e transformações que buscam a educação fraterna.
Para Meriele, a Igreja Católica está atualmente em processo sinodal, em tempo de escuta. “Esse é o momento propício para acolhermos todos os clamores e anseios que nos chegam. A partir deles, podemos traçar metas e ações para uma educação fraterna, acolhedora, missionária, pois a transformação que podemos fazer agora, será instrumento importante para a formação das gerações futuras”, avalia.
A CF -2022 nos instiga a buscarmos dentro de nós e estimularmos no outro a capacidade de educar a sociedade para o cuidado humanitário, visando o bem-estar de todos e o cuidado com a Casa Comum. “Somos provocados a participar da educação por meio da família, dos profissionais da educação e alunos como imagem e semelhança de Deus”.
Convidamos você a reservar um tempo do seu dia neste período quaresmal para refletir sobre o tema da CF 2022, buscando caminhos que fortaleçam o humanismo integral e solidário, avaliando seu próprio papel enquanto família, comunidade de fé e parte da sociedade na transformação que nossa Igreja busca.
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