Um dos grandes ícones da TV brasileira, Cid Moreira, morreu hoje aos 97 anos de idade. Jornalista, locutor e apresentador, por muitos anos o Brasil ouviu o seu “boa noite” ao término do Jornal Nacional, telejornal de Rede Globo. Cid Moreira estava internado em um hospital em Petrópolis (RJ) e teve falência múltipla de órgãos.
O apresentador fez aniversário no último domingo (29). Nasceu em Taubaté (SP) em 1927. Inicialmente, trabalhou em rádio a partir da década de 1940. Sua carreira no jornalismo televisivo teve início no Rio de Janeiro em 1963, no Jornal de Vanguarda. Passou pelas emissoras de TV mais importantes do país. Em 1969, tornou-se apresentador do Jornal Nacional, o primeiro jornal transmitido em rede em todo o Brasil. Em 1973, também passou a apresentar o Fantástico, programa dominical da Rede Globo, revezando-se com outros apresentadores.
Cid Moreira deixou a bancada do Jornal Nacional (JN) em 1996, após 26 anos como o principal rosto daquele telejornal. De acordo com o projeto Memória Globo, ele apresentou o JN cerca de 8 mil vezes. Uma curiosidade confirmada pelo próprio locutor no programa Altas Horas em 2023, é que, por uma única vez, ele comandou o jornal vestindo o paletó do terno, camisa e gravata e, na parte de baixo, usava bermuda. Imprevistos causados por chuva forte fizeram com que chegasse quase na hora de ir ao ar. Ele voltava de uma partida de tênis, esporte pelo qual era apaixonado, e só houve tempo de trocar a parte de cima do vestuário. Naquela época, os apresentadores permaneciam sentados atrás de uma bancada e suas pernas não eram vistas no vídeo, o que gerava curiosidade e brincadeiras.
Um quadro com o mágico californiano conhecido como Mister M fez muito sucesso na programação do Fantástico em 1999. Nele, Mister M, mascarado para manter o anonimato naquele momento, revelava os truques de diversos números de mágica e ilusionismo. A narração de Cid Moreira e o seu famoso bordão “Mister M” ainda são lembrados. No ano seguinte, Val Valentino, o homem por trás da máscara do mágico, foi entrevistado pelo próprio Cid Moreira. Em 2023, os dois voltaram a se encontrar para as gravações de comemoração dos 50 anos do Fantástico.
Outro famoso bordão na voz do locutor foi para a Copa do Mundo de Futebol de 2010, que aconteceu na África do Sul. A bola utilizada nos jogos tinha um nome e ele foi convidado a registrar sua interpretação da palavra para vinhetas usadas na programação da Rede Globo. Assim, a bola de futebol “Jabulani” ficou eternizada por Cid Moreira.
O livro com sua biografia “Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil”, escrito por sua esposa, a jornalista Fátima Sampaio Moreira foi lançado em 2010. Em 2020, o já nonagenário jornalista encarou a internet e criou o canal O Cid Moreira no YouTube. Ele também marcava presença no Instagram.
Antes de narrar a Bíblia, Cid Moreira participou da gravação de Salmos na década de 1990. Em 2011, concluiu a gravação em áudio das Sagradas Escrituras na íntegra. O projeto de registrar a Bíblia em áudio levou cerca de seis anos para ser finalizado.
Cid Moreira foi um comunicador que “visitou” as casas de inúmeras famílias todas as noites por mais de duas décadas. Sua voz grave e marcante era inconfundível. Símbolo de longevidade, ele utilizou o seu reconhecimento, popularidade e o dom de interpretar e narrar para levar a Palavra de Deus a milhares de corações.
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