Brincar com os amigos, ir à escola, aprender a escrever. Tudo isso faz parte da lista de coisas a fazer e viver na primeira década da vida. Para Laura Pardin, que tem apenas nove anos e já muita história pra contar. Um dia, ela quer ser modelo, atriz, professora e pediatra. Parece muita coisa, mas para a menina de Paranavaí (PR), que já venceu um câncer, serão apenas algumas das suas conquistas.
Afinal, ela aprendeu muito cedo o poder da determinação, especialmente quando se soma à fé. Desde pequena, Laurinha sonha alto e encanta quem troca algumas palavras com ela e descobre seus tantos gostos, como por músicas de Marília Mendonça, Roberto Carlos e até Balão Mágico.
Essas canções são ouvidas enquanto brinca no celular e assiste aos vídeos, embora não goste de, tantas vezes, só poder ter essa distração. Ela queria mesmo é brincar com os amigos e ir à escola, mas o tratamento de saúde, há alguns anos, requer cuidados de gente grande.
A história de Laurinha não foi fácil. A descoberta da doença veio após meses de dores de cabeça, tonturas e enjoos. Para sua mãe, Cristiane Pardin, de 39 anos, a notícia foi devastadora. “Ali meu mundo acabou. Pedi a Deus pra médica ter lido errado o exame”, relembra ao contar como o câncer foi descoberto, após os primeiros exames passados por um neuropedriatra e explicados pela médica que estava de plantão no pronto atendimento quando a filha passou mal mais uma vez.
Quando o tumor foi descoberto, a família procurou um hospital de referência em Curitiba (PR), onde Laurinha fez a cirurgia e passou três dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sem reagir. Depois de apresentar uma melhora e ir para o quarto, novas batalhas começaram, pois a biópsia mostrou que o tumor era maligno e poderia “aparecer” em outros locais, o que aconteceu.
Por isso, foram mais dois anos de sessões de quimioterapia, acompanhamento e exames constantes, além de muitas restrições, inclusive financeiras.
“Aprendi a cuidar da minha filha com uma força que desconhecia possuir”, conta a mãe.
Mas, apesar de todas as adversidades, a esperança foi também persistente. A fé em Deus e as orações da comunidade fortaleciam a família. A menina passou a precisar se alimentar por meio de sonda e a sua alimentação tem alto custo. Esse foi um grande obstáculo enfrentado pela família, que passou a contar com apoios essenciais para a continuidade do tratamento, como do Apoio à Criança Com Câncer (APACN), que é parceira da Associação Evangelizar É Preciso. A instituição possibilitou a estadia da família na capital paranaense para que o tratamento fosse realizado.
Aquilo que parecia não ter fim ganhou um novo capítulo de alegria em janeiro de 2024: o tumor “sumiu”. O tratamento de quimioterapia, que precisa continuar, agora está mais leve que antes e Laurinha anda animada com a vida. O dia que soube da notícia, como ela conta, foi o mais feliz da sua vida, mas não o único. Outro dia, quando foi a uma loja de atacados fazer compras, também ficou na memória. Afinal, ela adora ganhar presentes e ter muitos brinquedos também é um dos objetivos da sonhadora Laurinha.
Seus dias, mesmo nas fases de maiores provações, são cheios de cores, pois ela conta com apoios que considera especiais. Alguns deles são o passarinho Dora, que é seu bichinho de estimação; a irmã mais velha, Alessandra, a pessoa que mais a inspira; a melhor amiga, Júlia, que desde cedo mostra o valor da amizade; e a mais importante, sua mãe.
“Minha mãe é maravilhosa, linda, eu amo e ela é tudo”, diz Laurinha sobre Cristiane.
Para a mãe, a filha tem ensinado muito, principalmente a ser forte. Ela também sente o poder da união de todos ao redor: família, amigos, instituições caritativas e poder público pelo bem de uma criança que tem muitos sonhos a realizar enquanto é exemplo do amor e da esperança.
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