Como diferenciar Transtorno de Ansiedade de outras doenças ou sintomas

Como diferenciar Transtorno de Ansiedade de outras doenças ou sintomas

O Brasil se tornou o país mais ansioso do mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 19 milhões de pessoas no país sofrem com os sintomas de ansiedade, quase 10% da população brasileira. O número é alto, mas a psicóloga especialista em Terapia Cognitivo Comportamental Luma Praxedes explica que é praticamente impossível não sentir ansiedade nos tempos modernos.

Segundo a profissional, existe a ansiedade considerada “normal”, uma vez que é uma emoção inerente ao ser humano em certos momentos mais decisivos da vida, e a ansiedade “patológica”, quando passa a atrapalhar o bom funcionamento das rotinas e, de certa forma, começa a impactar outras áreas da vida.

“A ansiedade é uma emoção adaptativa, ou seja, serve como um alerta para possíveis perigos. É como um sistema de alarme do nosso corpo e é essencial para a nossa sobrevivência. Em casos extremos, ajuda a evitar situações que colocam a nossa vida em perigo. Já em situações menos extremas, a ansiedade nos ajuda a nos preparar para algo com o qual nos importamos. É problemática quando interfere no seu funcionamento ou causa mais estresse do que a situação justifica”, explica.

Psicóloga explica como identificar os sinais

Quando é considerada transtorno?

Ainda de acordo com a psicóloga, nem toda ansiedade problemática é transtorno de ansiedade. “Para ser considerada transtorno, precisa haver frequência e intensidade. No caso do TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), é precisa haver uma intensidade dos sintomas por um período de seis meses, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. É importante lembrar que na maioria dos casos, não será patológica. A prevalência no mundo é de 4,3%. Para ser considerado transtorno, precisar haver frequência, intensidade e sofrimento clinicamente significativo”, acrescenta.

E de que forma se pode fazer diferenciação da ansiedade que é transtorno e da que não é? A psicóloga enumera:

  1. As preocupações associadas ao TAG são excessivas e geralmente interferem de forma significativa no funcionamento psicossocial. Enquanto as preocupações da vida diária não são excessivas e são percebidas como mais manejáveis.
  2. As preocupações associadas ao TAG são mais disseminadas, intensas e angustiantes; tem maior duração; e frequentemente ocorrem sem precipitantes.
  3. As preocupações diárias são muito menos prováveis de ser acompanhadas por sintomas físicos (por exemplo, inquietação e sensação de estar com os nervos à flor da pele).

As características principais para diagnosticar o transtorno de ansiedade generalizada, segundo a profissional, são:

  • Ansiedade e preocupação excessivas;
  • Dificuldade em controlar essa preocupação;
  • Ansiedade ou preocupação associada a sintomas como inquietação;
  • Fadiga;
  • Dificuldade de concentração ou sensação de branco na mente;
  • Irritabilidade;
  • Tensão muscular e perturbação do sono;

A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida e esses sintomas não podem estar associados aos efeitos de substâncias.

“É importante ressaltar que a intensidade, duração ou frequência da ansiedade e preocupação é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento antecipado. Quando a gente fala de prejuízo no funcionamento, a gente pode falar sobre o indivíduo ter muita dificuldade de controlar a preocupação e de evitar que os pensamentos preocupantes interfiram na atividade em questão”, finaliza.

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