Como foi o terceiro dia de pedalada no Caminho da Fé

Você está acompanhando a série de relatos do Padre Jean Patrik e a equipe de Guarapuava, interior do Paraná, de bicicleta, superando seus limites para cumprir os 350 quilômetros de percurso?

Caso tenha chegado por aqui agora, pode ver os textos anteriores nos links:

• Que tal encarar uma aventura;
• Caminho da fé – primeiro dia de pedalada;
• Caminho da fé- segunda parte do percurso. 

E hoje, no terceiro dia de pedalada, vamos acompanhar como foi o percurso de 56 quilômetros entre as cidades de Estiva a Paraisópolis. 

Terceiro dia

Na noite do segundo dia de pedal, quando fui dormir, estava na dúvida se ainda iria prosseguir o caminho devido às dores do dia.  Entretanto, apesar do cansaço e das dores, creio que o relaxante muscular e, também a massagem, me ajudaram para que amanhecesse um pouco mais disposto. O corpo parece estar se adaptando ao esforço. 

Como já havíamos feito nos outros dias, acordamos às 5h e fomos para o café. Saímos antes das 7h para o Caminho da Fé. Uma vasta neblina cobria os montes pela manhã e o sol demorou para aparecer durante o dia. Óbvio que isso foi muito bom, pois evitou mais um desgaste. Fizemos a metade do percurso programado para o dia com o tempo nublado. 

No primeiro dia, pudemos ver as plantações de café nas montanhas. Já no segundo dia e hoje vimos do alto as estufas com plantações de morango, chega a impressionar a quantidade. Mas o destaque hoje foi para o frio. A temperatura não passou dos 17 graus antes do meio-dia, e mesmo depois que o sol apareceu, ainda sentimos um vento gelado. Se ontem o sol exigiu de nós, hoje ele foi nosso aliado. 

Depois de 13 km passamos pelo da área urbana da cidade de Estiva. Tive a oportunidade de conhecer a igreja matriz, dedicada a Nossa Senhora Aparecida, uma bela igreja, com traços mais modernos e que, por fora, esconde a sua beleza interior. 

Fui até a capela lateral e lá duas mulheres rezavam o terço diante do Santíssimo que estava exposto. 

Metade do caminho foi cumprida

Fomos ver o sol somente quando chegamos na cidade de Consolação. Nesta cidade, encontramos um grande grupo de motociclistas que estavam participando do Enduro da Independência. Uma prova tradicional próxima a data de 7 de setembro (ela já está em sua 40ª Edição). Chegamos em um posto de combustível e almoçamos um prato feito, com uma deliciosa comida mineira. 

Uma das funcionárias do estabelecimento nos mostrou uma placa que estava no alto da porta que dizia: “parabéns, vocês já completaram a metade do percurso“. 

A emoção foi grande em saber que já estamos rumo ao final dessa jornada. Pelos meus cálculos, em torno de 160 km desde Águas da Prata até Consolação. Mas a viagem continuaria e tínhamos ainda mais 22 km pela frente. 

O sol reapareceu

Após o almoço, pegamos novamente a estrada e agora fomos acompanhados pelo sol, que não deixou a desejar. As paradas foram cada vez mais frequentes, pois já estamos no terceiro dia de viagem. A cada sombra paramos um pouco, bebemos muita água, partilhamos nossas guloseimas (uns trazem balas, outros barra de cereal, chocolate ou paçoquinha), além de suplemento em pó que colocamos em nossas garrafinhas. 

Em uma dessas paradas o grupo até arriscou um passinho de coreografia da música The winner takes it all, do grupo ABBA. A empolgação foi tanta que nem parecia que tínhamos pelado mais de 30 km até aquele momento. 

Pedalando e também empurrado a bike que, em uma serra como as que tem aqui, se torna algo bastante laborioso. 

E foi nesse ritmo que chegamos em Paraisópolis, em uma pousada logo na chegada da pequena cidade. Cumprimos o protocolo de lavar as bikes, tomar banho e partirmos para o descanso. Amanhã nos programamos para levantar um pouco mais tarde. Faremos o café às 6h30 e seguiremos rumo a maior das serras do percurso, a afamada e assustadora Luminosa.

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