Jovens no caminho de Deus

Jovens no caminho de Deus

Viver e fortalecer a fé ao longo das fases da vida é um desafio para todos. Na infância, os hábitos da família, como ir à igreja e fazer orações em casa, por exemplo, costumam envolver as crianças. Porém, quando entram no período da adolescência, muitos jovens se afastam de Deus e do catolicismo. Os motivos para esse afastamento são diversos e vão desde motivações externas, como as atividades sociais, influências de amigos e mudanças de rotina à falta de incentivo dentro de casa. Nesse percurso, o acompanhamento de mães, pais, avós, irmãos e de toda a família é fundamental.

Como disse o Papa Francisco no livro “Deus é jovem” (editora Planeta, 2018), “os adolescentes não estão nem aqui nem lá, estão a caminho, na estrada, em movimento. Eles não são mais crianças – e não querem ser tratados como tal –, porém ainda não são adultos – mas querem ser tratados como tal, especialmente no nível dos privilégios. Então, podemos dizer que a adolescência é uma inevitável tensão introspectiva do jovem. Mas, ao mesmo tempo, é uma tensão tão forte que consegue envolver toda a família, ou talvez seja exatamente isso que a torne tão importante”.

É exatamente essa base de fé da família que sempre fez Emanuelle Dias, hoje com 27 anos, persistir nos caminhos da Igreja. Ela lembra que mesmo na fase da adolescência, período típico de rebeldias e enquanto acompanhava o distanciamento de vários dos seus colegas das atividades cristãs, conseguiu, graças à orientação dos pais e incentivo ao estudo da Palavra, não se afastar. “Dos 15 aos 18 anos, muitos deixam de dar importância à fé motivados por festas, estudo, trabalho, faculdade. A pressão é grande de muita gente ao redor, que acha que ser cristão parece burro, que o legal é ser ateu ou agnóstico para ser bem aceito. É difícil sustentar que você é cristão, mas a minha defesa foi procurar estudar o máximo possível, a Bíblia, a catequese e o Código de Direito Canônico, buscar todo conhecimento para estar preparada e defender a minha fé católica”, lembra Emanuelle.

A jovem conta que, no período de faculdade, chegou a se sentir constrangida devido a deboches por usar peças católicas e a esconder sua corrente de crucifixo, mas depois se sentia triste consigo. Com o tempo e muita oração, assumiu sua identidade cristã sem vergonhas e com muito conhecimento para evangelizar mais pessoas, incentivar os colegas que fazem parte do seu grupo de jovens e fortalecer cada vez mais o que ela acredita. “Se ficar no superficial da fé você vai se afastar, pois vêm questionamentos, vêm deboches. Eu fui fundo e além dos estudos também tirei dúvidas com Padre. Meu conselho é: estude, tenha uma vida de oração pessoal, participe da Missa com frequência, conheça a religião e, para incentivar pessoas que estão fora mostre sempre o amor do Pai por ela”.

Desafio da Igreja

A irmã Valéria Andrade Leal, assessora eclesiástica do setor Juventude da Arquidiocese de Curitiba, fala que o grande desafio da Igreja em relação aos jovens é a linguagem, pois eles têm uma forma de se relacionar com a igreja e com o mundo de maneira muito diferente de décadas passadas. Além disso, não se pode achar que a forma com a qual eles veem e compreendem as coisas é igual à dos adultos. “Nós temos dificuldades de olhar pela ótica da juventude. Às vezes a gente demora um pouco para entender essas dinâmicas e coloca rótulos, como que ‘a juventude está perdida, não tem mais fé, não tem mais valores’ e um dos grandes desafios que a Igreja tem é entender o perfil desses jovens’”.

A religiosa enfatiza a importância da escuta, da verdadeira busca por compreender os seus anseios. “O jovem não se sente, muitas vezes, ouvido e considerado. Para ele se sentir protagonista tem que saber que pode dar sua opinião e que ela tem valor”, afirma, lembrando que esse público deve ser levado em consideração nas tomadas de decisões, pois ele também quer contribuir e é preciso dar espaço para que manifeste esse processo de mudança. Outra questão levantada pela Irmã Valéria é que os jovens querem discutir e buscar o pensamento da Igreja sobre questões contemporâneas e do dia a dia, sempre com questionamentos, dúvidas e busca pelos porquês espirituais e doutrinários.

Dicas para incentivar os jovens

  • Impor ou obrigar jovens a rezar não é o mais aconselhável. Caso estejam mais resistentes, uma dica é mostrar com exemplos.
  • Convide-os com carinho para a Missa, explique que faz questão da companhia e ficaria feliz em tê-la.
  • Busque incentivar leituras, filmes e programação da TV especificamente voltados para jovens para que se sintam representados e ambientados com as linguagens.
  • Incentive a participação em grupos de jovens da Paróquia, pois é um espaço em que eles podem trocar ideias, compartilhar as angústias e adquirir conhecimento sobre Deus, juntos, em um ambiente em que se sentem integrados.
  • Ajude-os a organizar o tempo: muitos reclamam que não rezam ou não vão à igreja por que têm compromissos demais. Peça que reservem 15 minutos do dia. Um conselho diretamente do Papa Francisco é falar da seguinte maneira: “É um ato de amor que você pode fazer a si mesmo: o olhar fixo, assim como você faz com o celular, também pode mantê-lo alguns minutos na oração do terço. Ou você também pode baixar um aplicativo com um rosário virtual e rezar. Nossa Senhora não presta atenção na forma, mas na substância, não é um problema”, Papa Francisco no livro “Deus é jovem.”

Fontes: Deus é jovem (editora Planeta, 2018), Papa Francisco. Programa Café Teológico, da TV Evangelizar (22/10/2018).

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