Como lidar com as correntes de oração enviadas pelas redes

Como lidar com as correntes de oração enviadas pelas redes

Quem nunca recebeu em alguma rede social, como WhatsApp e Facebook, aquelas mensagens com uma oração ou reflexão que terminam pedindo para que você compartilhe com outras pessoas do seu círculo de amigos? Esse tipo de mensagem é conhecido como corrente: uma maneira de divulgar uma “ação” ao maior número de pessoas possível em pouco tempo. Elas surgiram com a criação do e-mail e, até hoje, são adaptadas a cada nova rede social para falar de temas como política, humor e religião, que pode ser dividida em dois tipos: as correntes de oração e as correntes supersticiosas. Que tal conhecer melhor cada uma delas e como agir?

Fauxels/Pexels

Correntes de oração

São basicamente propagadoras de fé. Compartilham novenas, jaculatórias, versículos bíblicos, preces, entre outros conteúdos religiosos. Elas podem ser atreladas à devoção de algum santo da Igreja, à uma dimensão da vida de Jesus, de Nossa Senhora, ou ainda às promessas contidas na Bíblia ou em aparições privadas.

Não há mal nenhum em compartilhar correntes deste tipo, pois é uma maneira de evangelizar e ajudar pessoas que estão passando por momentos difíceis. No entanto, sua eficácia depende da fé particular de cada pessoa, como o próprio Jesus disse em Mateus 17,20:

“Em verdade vos digo: se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela irá; e nada vos será impossível”.

Espalhar certas devoções pode até trazer benefícios para a alma e para o mundo, como o caso da Medalha Milagrosa, pedida por Maria à noviça francesa Catarina Labouré em 1930. Ao final da aparição de Nossa Senhora, a religiosa viu a forma de uma medalha com o escrito “Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a vós” e, em seguida, ouviu a voz da Mãe lhe dizer: “Faça cunhar uma medalha com esses dizeres, e todas as pessoas que a trouxerem consigo receberão grandes graças”. Em 1932, durante um surto de cólera que dizimava Paris, cerca de 20 mil medalhas foram distribuídas entre a população e, por meio da fé dessas pessoas, as curas se multiplicaram. Ou ainda a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, cuja promessa é que seus propagadores terão os nomes para sempre inscritos no Santíssimo Coração de Cristo.

Isso quer dizer que, se você receber uma corrente deste tipo, não é obrigatório repassá-la. Caso queira aproveitar a oportunidade para rezar e evangelizar mais, confira antes de compartilhar se a mensagem está em harmonia com a fé católica e os preceitos da Igreja. Quando tiver dúvidas sobre o conteúdo, pode consultar antes o padre de sua paróquia, por exemplo.

Como lidar com as correntes de oração?Craig Adderley/Pexels

Correntes supersticiosas

Há quem confunda correntes de oração com algum tipo de magia ou superstição. É o caso daqueles tipos de mensagens que, quem escreveu, ameaça quem não as compartilhar de alguma maneira. Por exemplo: “Envie esta oração para 10 pessoas, ou não receberá a graça pedida”, ou “Para que a oração funcione, é necessário acender sete velas de sete dias” ou ainda “Faça um pedido, compartilhe esta mensagem com 6 pessoas e receba seu milagre”. Vale lembrar que elas podem ser feitas também em folhetinhos deixados nos bancos das igrejas, com o pedido para imprimir e distribuir santinhos.

Outra característica desse tipo de corrente é o desejo de satisfazer a própria vontade, ao invés da vontade de Deus. Por isso, é muito comum que elas tenham termos do tipo: “eu ordeno”, “eu determino”, “eu posso”, “eu vou”, entre outros que envolvam o “eu”.

Esse tipo de mensagem pode esconder uma sutil armadilha do inimigo de Deus, que sabe que somos facilmente convencidos por promessas de conquistas rápidas, caminhos fáceis e pelo estímulo de desejos egoístas. No fundo, é sempre uma tentativa de dobrar a vontade de Deus à nossa, ou negociar algo com Ele por meios irrelevantes.

Espalhar esse tipo de corrente é um pecado contra o primeiro Mandamento de Deus: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Pois, a prática atribui sua eficácia à materialidade da oração ou aos seus sinais, deixando de lado a necessidade de conversão interior e de crescimento na prática das virtudes. É ainda um pecado contra o segundo Mandamento, “Não tomar Seu Santo Nome em vão”, a partir do momento em que elas atribuem ao Senhor a imagem de um Deus mau, tirano e chantageador.

Elas são ineficazes em si mesmas. Ao recebê-las, não as repasse e, caridosamente, oriente quem a enviou, alertando sobre os riscos. Quem deixar de compartilhar este tipo de corrente não sofrerá nenhum dano, assim como quem as repassar pode não receber o que quer da parte de Deus, pois com Ele não se negocia.

Fique de olho!

Muitas correntes usam a fé atrelada à caridade. Por exemplo, “A cada compartilhamento, o Hospital ‘X’ recebe R$ 0,10 da empresa ‘Y’”. Antes de sair mandando a mensagem por aí, procure a página oficial dos envolvidos nas redes sociais ou entre em contato pela central de atendimento de um deles para confirmar. Muitas vezes pode ser uma corrente falsa, criada para prejudicar a imagem de alguém.

Como ser um evangelizador legal

Evangelizar pelos meios digitais é um gesto que deve ser cultivado, pois atrai ainda mais pessoas para o caminho de viver melhor por meio da fé.

Como os ensinamentos do Senhor devem ser levados a sério e com todo respeito, devemos estar atentos às nossas posturas no mundo real e, também, à forma que participamos dos meios da internet.

Sempre devemos pensar “Estou agindo com foco no respeito, tolerância e amor ao próximo assim como Jesus faria?”. Partindo desse pensamento, aqui estão algumas dicas e reflexões sobre o assunto:

  • Seja um exemplo de fé e confiança em Deus: quando vivemos o que está no Evangelho com atitudes, nossos testemunhos vivos podem salvar e influenciar outras pessoas.
  • Leia a Bíblia, textos de fontes religiosas confiáveis, ouça músicas e busque mais possibilidades de conhecer a Palavra de Deus. Estude-a! É muito importante conhecer.
  • Compartilhe os testemunhos inspiradores. Outras pessoas podem estar passando por situações parecidas e terem impulsos de fé a partir de você.
  • Nem todos pensam como você e é preciso aceitar isso. Por isso, se alguém está expondo sua opinião religiosa e ela é diferente do que você pensa, não tente impor a sua.
  • Evite postar indiretas ou algo que vai ofender seus amigos ou seguidores das redes sociais. Não é uma boa forma de resolver conflitos e nem é uma boa imagem a expor.
  • Empatia: procure se colocar no lugar da outra pessoa. Será que se fosse comigo eu gostaria? Como eu me sentiria se alguém se comportasse dessa maneira?
  • Respeite e tenha responsabilidade com a Palavra de Deus. Por exemplo, se quer postar um texto bíblico acompanhado de uma foto, pense se aquela imagem está adequada.

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Comentários

  • Pedro Elias Lourenço
    Recebo muitas mensagens ,tenho devidas se devo ou não compartilha-las , 8 em cada 10 eu não passo adiante,. Depois de ler este artigo tenho mais certeza nestas decisões
  • José Costa moura
    Maravilha irmão

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