Mais uma vez, começo um artigo dizendo-lhes “que pergunta difícil de ser respondida”. E pior, não tem resposta certa ou errada.
Porém, os desafios de entendermos que devemos nos preocupar mais com a nossa carreira, pois ela contém a profissão, que contém um trabalho.
Explico melhor, comecemos pelo trabalho: é uma atividade em específico, já a profissão se refere à área em que atuamos, ou seja, nossa ocupação profissional, a qual requer uma especialização formal. E quanto à carreira profissional, é a soma de todas as suas experiências de trabalho, bem como de graduação, qualificação e especializações em uma ou mais área de atuação. Falar em carreira profissional quase sempre remete à jornada de uma pessoa em seu trabalho.
Por se tratar de uma jornada, assim como nossa vida, ela terá altos e baixos e, muitas vezes, vêm os questionamentos: será que eu estou vivendo de forma plena no que eu estou fazendo? Será que eu estou vivendo onde eu realmente gostaria? Será que eu estou realmente vivendo com quem quero? No fim do dia, o que buscamos é responder é se a minha jornada de vida, ou carreira profissional, está me fazendo feliz.
Então, quando pensamos em nossa carreira, inevitavelmente não conseguiremos nos desconectar da nossa vida pessoal, pois elas se complementam o tempo todo. Razão pela qual pensar na carreira nos permitirá mudar nossa profissão quando quisermos, se não mais estamos satisfeitos com ela, ou mesmo mudarmos de ambiente quando estamos na profissão que queremos e o local onde a exercemos não nos é mais saudável. Com isso, muitas vezes, a carreira que trilhamos faz com que mudemos nossas profissões de forma gradual e repetidamente até de maneira involuntária.
Como a profissão nos exige qualificação e a maioria delas são no âmbito técnico, isso nos dá o livre arbítrio de iniciarmos uma nova profissão quando quisermos ou acharmos necessário. Porém, devemos ter consciência que isso nos demandará recursos financeiros, tempo, dedicação e humildade de iniciarmos em uma posição de princípio e que nos colocará em nossa zona de incompetência, o que nos proporcionará inúmeros desafios.
Quando temos isso claro para nós, que o que importa é a carreira (jornada), a profissão passa a ser o meio e não mais o fim para buscar sermos mais felizes em nossa vida.
Eu vivi 35 anos atuando no mundo corporativo de média e grandes empresas. Nele, construí a minha carreira de forma sólida e consistente, porém o que me movia era entender que, a cada ano, eu deveria aprender algo novo e me tornar uma pessoa e um profissional melhor.
Isto me ajudou até a planejar a minha nova profissão, quando eu estabeleci a hora de sair do mundo corporativo como empregado e iniciar minha jornada atual de empreendedor. E tenham a certeza de que isso me coloca ainda hoje em muitas zonas de incompetência, pois ela não era a profissão que eu exercia na minha função de executivo. Porém, juntando os aprendizados da minha carreira, hoje consigo atuar de forma muito feliz.
Eu acredito, pois não tem resposta certa, que é quando o que fazemos não nos faz alcançar o que planejamos para nosso futuro. Ou seja, se não soubermos o que queremos no curto, médio e longo prazos, podemos deixar a vida nos levar e que outras pessoas nos digam o que fazer e muitas vezes até o como fazer, mesmo que isso nos machuque de alguma forma. Em resumo, quando sentimos que perdemos o comando da nossa carreira e usamos somente a profissão como meio de sobrevivência.
A palavra que temos que entender como o sentido da nossa vida é propósito! Quando o descobrimos, entendemos o que nos faz acordar e levantar da cama todos os dias. Nos desafiamos a conquistar o que nos fará feliz. E aqui não estou falando somente de conquistas materiais, mas de ter uma profissão na qual além da realização financeira, temos também o salário emocional, que atualmente tanto se fala.
É com o salário emocional que conseguimos saber quando trabalhamos em um ambiente que usa o acrônimo saudável, onde as relações são sustentáveis, onde temos autonomia para atuar, onde a busca pela universalidade nos permite aprender culturas e ideologias diferente e de forma respeitosa e agregadora.
Esse ambiente deve nos desafiar profissionalmente e pessoalmente, nos permitir aprender uns com os outros o tempo todo. Não podemos esquecer que um ambiente que nos nutre deve ser vivo, pois nós trabalhamos com pessoas para atender pessoas, então temos diversidade e aprendizados diários.
Que eles nos exijam pensar e agir de forma mais estratégica em nossa carreira, o que nos permitirá exercer a liderança que existe dentro de cada um de nós, sobre a nossa vida e carreira. Quando conseguimos viver um ambiente assim, que nos desafia a todo momento a buscar o nosso propósito, não pensamos mais em nossa profissão, mas em nossa carreira, pois ela irá nos ajudar a conquistá-lo.
No fim do dia, quando estamos trabalhando em algo que só nos permite fazer menos de 70% do que que gostamos e ainda não nos dá o mínimo que temos de expectativa, devemos repensar e replanejar nossa carreira. A profissão que escolhemos poderá nos ajudar na busca do nosso propósito, entendendo que hoje as competências humanas comportamentais, muitas vezes, pesam mais que as técnicas. Não esqueçam que a maioria dos profissionais são contratados pelas suas competências técnicas e demitidos pelas competências comportamentais. Dica: cuide do seu autoconhecimento.
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