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Você já deve ter visto na Bíblia muitos relatos sobre pessoas que tiveram sonhos impressionantes e que foram verdadeiros sinais divinos. Também a história da Igreja conta com muitos exemplos de santos que, enquanto dormiam, receberam profecias do Senhor. Na sua vida, já deve ter acontecido algo parecido. Mas como saber se um sonho é de Deus?
É importante ter em conta que Deus tem uma pedagogia particular para cada um de nós, pois Ele sabe qual linguagem pode usar para que você O escute e compreenda Sua vontade. Se Deus escolher falar por meio de sonhos, Ele vai providenciar os meios para que você mesmo o interprete, por intermédio de outras pessoas ou de acontecimentos pontuais. Não significa, porém, que todos os sonhos sejam sinais divinos. É preciso ter prudência e discernimento para não atribuir ao Senhor algo que Ele nunca disse ou fez.
O Altíssimo não fala apenas para “jogar conversa fora” ou para dar status a alguém. Ele o faz para manifestar a Sua graça salvadora, ou seja, para a salvação das almas. É importante ser humilde diante da voz divina, pois muitos almejam receber “revelações” para poderem se sentir importantes diante dos outros.
Muitos que comem alimentos pesados antes de se recolher acabam naturalmente tendo pesadelos. Outros vão se deitar com muitas preocupações na cabeça, tristes, melancólicos, com autoestima baixa, resultando em sonhos ruins e até mesmo aterrorizantes. Nesses casos é bom ter a devida diligência para não confundir maus hábitos e sentimentos ruins com sinais divinos.
Não podemos confundir a graça de Deus com superstições, magias ou qualquer tipo de esoterismo. Não se deve querer ter posse dos acontecimentos futuros, pois não nos pertencem. É muito perigoso buscar livros ou sites que supostamente interpretam os sonhos como sortilégios futuros. Esse tipo de coisa apenas alimenta as fantasias que criamos em nossas cabeças.
Nosso cérebro continua trabalhando enquanto dormimos, inclusive organizando as informações que recebemos ao longo da vida. Muito do que sonhamos são apenas os processos neurofisiológicos que acontecem diariamente. Em via de regra, os sonhos são irreais, e por isso não podemos levá-los tão a sério o tempo todo. Interpretações psicológicas dos sonhos devem ser feitas com o auxílio de um bom profissional.
A espera em uma ação sobrenatural para aliviar ou justificar o sofrimento acaba por fazer as pessoas acreditarem em coisas naturalmente explicáveis como se fossem algo do além. O autoengano é uma maneira imatura de encarar a realidade. Deus age com a verdade e não com mentiras. Além disso, o diabo também é interessado em nos enganar e nos fazer acreditar em qualquer coisa. Pela oração peçamos a graça de discernir o que é real e o que não é.
Em grande parte dos casos bíblicos e da vida dos santos que tiveram revelações por sonhos, ou eles já viviam em oração ou se tornaram pessoas muito orantes. Sem oração não há como discernir o que é de Deus, o que é da carne ou do inimigo.
Nenhuma revelação divina contradiz o Magistério da Igreja, a Sagrada Tradição ou as Escrituras. Qualquer coisa que se oponha pode ser fruto da imaginação ou da ação do demônio.
Quem experimenta a voz divina não pode se conformar em viver sem lutar pela santidade. Seria como jogar as pérolas aos porcos, que as pisoteiam e as sujam (Mateus 7,22).
A mensagem de Deus não nos induz à preocupação desordenada, ao desespero, ao pecado a o sentimento de culpa. Deus não é confuso no que fala e muito menos deixa espaço para dubiedades. Muitas pessoas ficam inquietas com determinados sonhos. Isso é sinal que não passa disso mesmo: um sonho.
Santa Teresa diz que essa atitude é própria dos humildes. Muitos santos já foram atacados em sonhos onde o inimigo apareceu disfarçado como anjo de luz e até mesmo como a Virgem Maria. Por isso eles sempre submeteram tudo à autoridade da Igreja. O humilde sempre deixa que Deus vá à frente e conduza, principalmente por intermédio dos que foram escolhidos para serem nossos pastores.
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