Nada é óbvio quando se trata de ser humano. E essa é a principal falha na comunicação das pessoas, que leva ao desgaste com quem nos relacionamos profissionalmente ou com nossos familiares e amigos.
Se você não pergunta ou não diz algo porque “está subentendido” ou “porque é óbvio”, cuidado! Você pode estar sofrendo da “síndrome da bola de cristal”.
Parece brincadeira, mas estou falando sério. Continue acompanhando essa linha de raciocínio e logo fará sentido.
Meu marido costuma usar a frase: “me explique como se eu fosse uma criança de oito anos.” E acredite, funciona!
Nunca vi forma mais eficiente de manter as expectativas alinhadas. Funciona porque quando eu me coloco em posição de explicar algo para uma criança de oito anos, eu me obrigo a explicar com calma e paciência todos os detalhes – inclusive as informações que eu consideraria óbvias.
Dessa forma, quando por vezes esquecemos de conversar sobre nossas expectativas, vivemos mais tempo na tentativa e erro por pura falta de alinhamento.
Ou seja: o que estou dizendo é que você tem que assumir que o que é óbvio para você pode não ser óbvio para as pessoas ao seu redor, e se você depende delas ou precisa delas para certas tarefas, é importantíssimo que haja uma boa comunicação onde esse “óbvio” seja dito. Não assuma que as pessoas tenham uma bola de cristal com elas para adivinhar o que você espera delas e das situações. Você entenderá nos próximos minutos dessa leitura como essa mudança de atitude pode ser libertadora.
“Não assuma que as pessoas tenham entendido.
Verifique se de fato entenderam o que você espera delas e das situações.”
– Carol Tormena
Você alguma vez já teve a sensação de que faz tudo e ninguém reconhece o seu esforço? Que você cuida de todos na sua casa, mas quando é você quem precisa de ajuda tem que pedir ou se virar sozinho? E se eu te dissesse que para melhorar isso, basta que você aprenda a gerenciar expectativas? Bom, é bem isso.
Expectativa é o que você promete ao outro com seus atos, palavras e ações, seja explícito, seja implícito. Consciente ou inconscientemente. Isso porque o fato é que as palavras correspondem a somente 7% da comunicação, os outros 93% estão na linguagem corporal e no tom de voz.
O fato é que as palavras correspondem a somente 7% da comunicação, os outros 93% estão na linguagem corporal e no tom de voz.
Mas você pode pensar: “Carol, eu nunca prometi que iria buscar as crianças na escola todos os dias!” Nesse caso, eu te digo: talvez você não tenha prometido com palavras, mas sim com ações. Afinal, provavelmente foi sempre você quem buscou mesmo! Quero dizer que tanto as atitudes quanto a ausência delas também falam por si. Observe que interessante. E faz sentido!
Quando eu começo a fazer uma tarefa sem comunicar verbalmente, na prática eu estou assumindo aquele papel e, portanto, as pessoas vão esperar que eu faça, mesmo sem eu ter dito que faria. E como consequência, se eu não fizer fico abaixo da expectativa. O problema disso é que vou me sentir mais cobrada e menos reconhecida. Já sentiu isso?
Quando eu começo a fazer uma tarefa sem comunicar verbalmente, na prática eu estou assumindo aquele papel. Portanto, as pessoas vão esperar que eu faça, mesmo sem eu ter dito que faria.
O primeiro passo é entender o seu papel e o de cada membro, dividindo as tarefas com a concordância de todos.
Lembre-se que isso pode ser feito dentro da família, também com amigos e, inclusive, na área profissional.
Uma vez estabelecidos os papéis de uma forma equilibrada e que esteja ao alcance de todos cumprir, aí o desafio é superar essas expectativas.
Fazer surpresas, coisas diferentes que destaquem a sua alegria em servir daquela forma. Coisas simples, como um almoço em casa se você normalmente almoça fora, ou almoçar fora com seus familiares se vocês normalmente almoçam em casa, entende? Pode ser uma ajuda a alguém no seu trabalho ou uma visita a alguém que você não vê há um tempo, ou quem sabe uma mensagem de amor para a pessoa que você considera muito… as possibilidades são várias!
Se você nunca almoça com seus filhos (pode saber, eles já esperam que você não almoce se é assim na sua rotina), mas eventualmente você consegue encaixar um almoço com eles em forma de surpresa, pronto! Eles ficarão muito felizes.
Pense para cada relacionamento que você mantém e responda: como está a expectativa deles em relação a você?
Pegue o que é mais importante para você e converse a respeito. Se é no seu relacionamento conjugal, o que você espera e o que é esperado de você no dia a dia? E o que é esperado de você em relação a filhos, responsabilidades da casa, a orçamentos, por exemplo. No trabalho, o que seu chefe espera que você realize naquele projeto, ou naquele mês, ou naquele ano?
E é agora que vem a importância de alinhar expectativas: lembre-se de repetir o que você entendeu, pois é isso que vai fazer com que vocês alinhem a comunicação: assim evita-se frustrações, desentendimentos, e problemas causados por simples falta de comunicação. Sem adivinhações. É só uma questão de melhorar a comunicação. Simples, né?
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