Como se guiar pelo cristianismo?

Como se guiar pelo cristianismo?

Foto: Felipe Gusso

 

Nenhum ser humano é igual – apesar de que para Deus sejamos todos igualmente tratados. Por existirem diferenças, mesmo dentro do cristianismo, há diferenças de compreensão, interpretação e atitudes dos cristãos.

 Sendo assim, como é possível pensar, compreender e respeitar as diferenças entre todos que vivem na fé? É possível acreditar que cristãos que se guiam pelo cristianismo são tão distintos uns dos outros?

Talvez as perguntas sejam difíceis de responder, mas o Padre Jean Patrik Soares explica que há coisas que nos unem e nos diferenciam enquanto indivíduos, e isso é completamente normal. 

 

Padre Jean Patrik conversa com o IDe+ para explicar mais sobre como se guiar pelo cristianismo

 

Criticar em busca do bem comum

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” ( 1 Coríntios 10, 23).

Padre Jean cita a passagem para auxiliar a compreender o quanto podemos sim criticar outros cristãos por seus atos e atitudes, mas desde que isso seja feito para a caridade. A mesma que Santo Agostinho reafirmou ao dizer: “No essencial, a unidade; na dúvida, a liberdade; em tudo, a caridade”. 

Isso significa, de acordo com o Padre Jean Patrik, que a crítica ao outro deve ser sempre em busca do bem comum. “Corrigir é um ato evangélico, mas criticar para ofender, para magoar, não é uma atitude de fé. Se você critica o outro por questões individuais suas, você não está sendo crítica, e sim chata”, diz. 

Para completar a explicação, o Padre reforça a importância de não fazer julgamentos nessas críticas. “Tudo tem um jeito de como falar. Algumas pessoas precisam de uma orientação e, por isso, a crítica precisa vir com caridade, nunca como ofensa”. 

 

Ser tolerante 

A construção do cristão acontece pela caridade, mas também pela tolerância. Mas dar a outra face nem sempre é aceitar e ser submisso ao que vai contra os ensinamentos de Deus para nós. 

“Uma coisa é ser tolerante, a outra é ser conivente”, completa Jean Patrik. Sendo assim, não podemos ser tolerantes com as questões contrárias ao cristianismo, mas precisamos entender que somos diferentes e respeitar as individualidades. 

“A Palavra de Deus nos lembra dos dons do Espírito Santo e as formas de pensar e agir. Por isso, o principal para nos guiarmos pelo cristianismo é imitar Jesus, que soube trabalhar com pensamentos diferentes, mas que convergiam para a mesma ideia”. 

Em 2022, no dia da fraternidade, Papa Francisco completou esse ideal, reforçando que somos todos irmãos.  “Ou somos irmãos ou tudo desaba. E esta não é uma expressão meramente literária de tragédia, não, é a verdade! Ou somos irmãos ou tudo desaba, o vemos nas pequenas guerras, nesta terceira guerra mundial em pedaços, os povos se destroem, as crianças não têm o que comer, diminui a educação… É uma destruição. Ou somos irmãos ou tudo desaba.”

Esse princípio de fé, amizade e fraternidade, é também um convite para que sejamos abertos uns com os outros. “Devemos ser capazes de buscar no outro o que nos falta, e na acolhida entre os irmãos a premissa para seguir um caminho de fé. É um trabalho árduo, mas necessário”, completa Padre Jean Patrik. 

 

O diálogo como modo de compreensão

Jesus nos ensina a ser tolerantes, e o cristianismo é o guia para essa tolerância. Porém, se esse cristianismo respeita as diferenças e, ao mesmo tempo, possibilita a crítica construtiva, como fazer isso sem que os irmãos se afastem e entendam sem falhas essa mensagem?

“A base principal da compreensão do outro deve ser o diálogo. Somente sabendo agir com o outro é que somos capazes de acolhê-los inteiramente”, completa Padre Jean. 

Além disso, outra dica é a compreensão em prol de estabelecer pontos de convergência entre as mensagens e atitudes. “Não devemos nos colocar ao contrário uns dos outros, não é positivo nem para a fé, nem para o cristianismo”. 

Quanto mais fraternidade, mais essa premissa guiará o bom cristão. 

“A proposta é caminhar lado a lado, “fratelli tutti”, para ser concretamente artesãos de paz e de justiça, na harmonia das diferenças e no respeito da identidade de cada um. Irmãs e irmãos, avante juntos neste caminho da fraternidade!”, finalizou Papa Francisco. 

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Comentários

  • Sueli
    Muito bom ,mais. Aprendizado pra levar vida afora!!

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