Conheça a curiosa história do Padre Donizetti

Donizetti Tavares de Lima nasceu na cidade de Cássia, em Minas Gerais. Terminou seus estudos na cidade de Pouso Alegre (MG) e foi ordenado sacerdote em 12 de julho de 1908. Em seguida, atuou em Campanha (MG), Jaguariúna (SP) e em Vargem Grande do Sul (SP), onde foi perseguido pelo fato de defender os direitos trabalhistas e os mais pobres. Chegou a Tambaú (SP) em 12 de junho de 1926 e, por lá, até então, só os ricos tinham o direito de se sentar nos bancos das igrejas, que inclusive eram sinalizados e reservados com uma fita especial. A primeira ação do padre foi retirar as fitas e fazer bancos para que todas as pessoas que estivessem na igreja se sentassem. 

Cada vez que abençoava os fiéis, o fazia pedindo a intercessão de Nossa Senhora Aparecida. Foi assim que curou as pernas doentes de um vendedor de vinhos que passava pela região. O milagre causou tanta felicidade naquele homem que, mesmo proibido, testemunhava a existência de um padre milagreiro na cidade de Tambaú por onde ia. Entretanto, Padre Donizetti humildemente recusava o título de milagreiro e se justificava dizendo que os milagres eram obras de Deus, por meio de Nossa Senhora que intercedia pelo povo. 

Nas bênçãos das Sextas-Feiras Santas, os fiéis se espantavam pela maneira como ele levitava do chão. Tinha também o dom da bilocação e, por isso, era capaz de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Surpreendia os fiéis que atendia ao profetizar sobre fatos que aconteceriam no mundo e na vida particular de cada um, como certa vez na qual prenunciou que uma criança presente na Missa se tornaria muito famosa no mundo todo, e se tratava ‘apenas’ do futuro jogador de futebol Pelé. 

Há ainda a história do falecido jornalista Joelmir Beting, que sofria de gagueira na infância e foi curado após a bênção do padre Donizetti. Outro famoso jogador, o Braguinha, que sofria de osteocondrite (uma doença que ataca ossos e articulações causando rigidez dos movimentos e dor) e, por conta disso, andava com aparelho nas pernas. Ainda hoje é possível ver as imagens filmadas do menino jogando futebol instantes após o milagre. 

Criou muitas obras sociais e religiosas, como a Congregação Mariana, a Irmandade das Filhas de Maria, a Associação para a Proteção da Maternidade e Infância, a creche Casa da Criança, o Clube dos Operários e o Asilo São Vicente de Paulo. Como se não bastasse tudo o que já fazia, Padre Donizetti ainda capturava cobras pela região e as trocava por soro antiofídico no Instituto Butantã. 

Tudo o que tinha eram alguns livros velhos e duas batinas simples. Dormia em um colchonete no chão e seu travesseiro era um punhado de tijolos. Só aceitou dormir numa cama quando já estava quase no final de sua vida e por ordem dos médicos. 

Entre 1954 e 1955, a cidade chegou a receber 200 mil pessoas em apenas um dia e três milhões de pessoas em um semestre. Para uma cidade com uma população muito pequena, esses acontecimentos eram espantosos e causavam preocupação para algumas autoridades políticas. Até que o governador do estado de São Paulo na época, Jânio Quadros, interferiu na situação e as bênçãos milagrosas foram vetadas ao público. A última bênção coletiva foi no dia 30 de maio de 1955. 

Padre Donizetti faleceu no dia 16 de junho de 1961 em sua poltrona, vítima de insuficiência cardíaca. Seu corpo está sepultado no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Tambaú (SP), o segundo santuário mais visitado do Brasil, logo depois de Aparecida do Norte. Foi homenageado por muitos cantores sertanejos, entre eles, a dupla Kleber e Rafael, Tonico e Tinoco, Walgra Maria, Padre Alessandro Campos e outras personalidades famosas. 

Saiba mais

Nasceu em 3 de janeiro de 1872 

Faleceu no dia 16 de junho de 1961 

Foi beatificado em Tambaú, em 23 de novembro de 2019 

Memória litúrgica em 16 de junho