Alguns nomes de personagens se repetem na Bíblia, fato que acaba criando pequenas confusões no entendimento daqueles fiéis menos atentos aos escritos sagrados. Um deles é Lázaro, que nomeia um homem em situação de mendicância, apresentado no livro de Lucas, capítulo 16, e um amigo de Jesus Cristo. E é sobre o segundo Lázaro, protagonista de um dos milagres mais marcantes do Novo Testamento, que queremos falar.
“Estava, porém, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta” (João 11,1). O Lázaro em questão é fácil de ser identificado, não somente pela sua enfermidade, mas também pelas adjetivações que lhe são feitas e pela sua proximidade com Jesus: “Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas” (João 11,3).
De acordo com o Evangelho de João, as irmãs de Lázaro, Maria e Marta, informaram Jesus sobre a sua doença e o quanto precisavam de ajuda. Porém, Ele respondeu que a enfermidade sofrida pelo amigo não era para a sua morte, mas sim para a “glória de Deus”, para que o Filho de Deus fosse glorificado por ela.
Mesmo após receber a informação das irmãs, Jesus permaneceu onde estava e, passados dois dias, foi que comunicou os seus discípulos que voltaria a Judeia. Eles advertiram o Senhor, porém, de que poderia não ser uma boa ideia, pois Jesus corria o risco de ser apedrejado pelos judeus, ao que ele retrucou:
“Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; Mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz” (João 11, 9-10).
Naquele momento, Jesus já sabia que Lázaro estava morto e comunicou o fato aos discípulos, que não compreenderam de imediato o que ele quis dizer quando afirmou que o amigo “dormia”. Cientes do falecimento, partiram ao seu encontro.
Quando Marta, uma das irmãs, viu Jesus, disse a ele: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (João 11,21), dando início a um dos diálogos mais marcantes do Novo Testamento:
Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.
Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia.
Jesus: Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?
Marta: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.
João 11,23-27.
Jesus, emocionado, vai ao sepulcro de Lázaro, uma caverna com uma pedra sobre ela e pede que a mesma seja retirada. Ele então dialoga com Deus e, em seguida, clama em voz alta: “Lázaro, sai para fora”.
O homem então surge, para a surpresa de todos, com as mãos e os pés atadas com faixas e o resto envolvo num lenço. A voz de Jesus é novamente ouvida. Diz o Filho de Deus: “Desatai-o e deixa-o ir”.
O túmulo de Lázaro, onde aconteceu o milagre, fica a poucos quilômetros de Jerusalém, em Betânia, e registra expressivo número de visitantes todos os anos.
Lázaro, para os muçulmanos, teve outro irmão, chamado Ozir, homenageado na cidade com uma mesquita que recebeu o seu nome. Há ainda duas igrejas ao lado do templo islâmico dedicadas à celebração da ressurreição de Lázaro.
Acima da mesquita, uma escada de 24 degraus leva ao átrio, de onde se tem acesso à câmara funerária de Lázaro, com dois metros de largura e três nichos em forma de arco nas paredes. A caverna, cenário de um dos milagres de Jesus, à vista do visitante, onde num passado longínquo foi possível testemunhar que o Filho de Deus era não somente a vida, mas também a ressurreição.
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