Conheça a Judy, uma simpática “cão de guerra”

Conheça a Judy, uma simpática “cão de guerra”

Cada vez mais presentes na sociedade, cães fazem parte do dia a dia das pessoas e podem criar vínculos com seus tutores, que trazem benefícios sociais, psicológicos, físicos, de saúde ou de serviço público. Há quem os sinta como parte da família e é comum ouvir os termos “cãopanheiro” ou “aumigo”. Pesquisadores e comunidade científica têm realizado estudos quanto a novos hábitos em relação a cachorros como animais de estimação e suas conclusões expressam mais vantagens que eventuais prejuízos para os humanos. Na Seção de Cães de Guerra da Força Aérea Brasileira (FAB), onde os animais são cães de trabalho, desde a década de 70 as habilidades dos cachorros são aproveitadas para a segurança militar e da comunidade.

No Grupo de Segurança e Defesa de Curitiba da Força Aérea do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II), em Curitiba (PR), o adestramento dos 12 cães da raça Pastor Belga Malinois ocorre de uma forma que, para eles, parece mais um dia de brincadeiras junto a seus condutores, soldados que são orientados por um adestrador. Além do Pastor Belga Malinois, podem ser empregados animais das raças Pastor Alemão, Pastor Holandês e Doberman.

Novos cachorros a serem treinados, de um modo geral, são os filhotes gerados por matrizes do próprio canil. Em alguns casos, os animais são doados por outras instituições. Desde que nascem até os 4 meses de vida, os cãezinhos são observados e avaliados de acordo com seu temperamento e aptidões. A partir dessas análises, é decidido por mantê-los no serviço militar e para qual atividade serão destinados. Para permanecer na seção, é necessário que o indivíduo apresente alto desempenho.

Os cães atuam no faro de entorpecentes e explosivos, guarda e proteção, busca e captura e apresentações públicas em formato show dog. Além disso, são utilizados na revista de instalações, conforme necessidade. No Cindacta II, fazem guarda e ronda do local, faro no Correio Aéreo Nacional e, eventualmente, atuam em momentos de perigo aviário, quando aves representam riscos de colidir ou serem sugadas por motores de aeronaves que pousam e decolam. Conforme o perfil de cada cachorro, ele é treinado de modo particular para uma das atividades e se torna um especialista naquela função. 

A Judy, por exemplo, uma Belga Malinois de 1 ano e 9 meses, que é conduzida pelo soldado Bruno Fernandes, é especializada em localizar explosivos e também se apresenta em show dog. O condutor demonstra a habilidade de Judy por meio de um exercício utilizado no treinamento, em que uma amostra de explosivo é escondida para que ela vá farejando até localizar o artefato. Assim que consegue, recebe um petisco como recompensa. Esse reforço positivo faz com que o animal seja bem sucedido e o estimula e agir rapidamente. 

“O cachorro sempre busca a recompensa”, explica o soldado Bruno Fernandes. 

Judy ao lado do soldado Bruno Fernandes, seu condutor

Eficiente e amável

Cada soldado condutor fica encarregado pelos cuidados diários do cão sob sua responsabilidade. São eles que alimentam e mantém a higiene dos pastores. A ração destinada aos animais é de qualidade superior, equivalente à alimentação que seria fornecida a um superatleta, caso fosse a nutrição para um ser humano. Os Malinois são assistidos constantemente por médicos veterinários. Quando saem em missão, existe um kit de primeiros socorros especialmente desenvolvido para eles, caso fiquem feridos.

É da natureza desses animais a busca e localização devido a seu instinto de caça. As atividades de treinamento auxiliam os cachorros a gastar energia e provocam uma sensação de bem-estar para eles, pois diminuem a ansiedade e afastam a depressão e o estresse. Além disso, de acordo com a FAB, os cães são insubstituíveis na detecção de odores. Ainda não existe equipamento ou robô que supere a precisão do olfato dos cães.

A presença física dos Malinois, que têm porte grande e muita força, impõe respeito em meio às pessoas e previne atos hostis em situações de guarda e proteção. A raça é considerada a mais inteligente entre os cães. O adestramento intensivo promove o desenvolvimento cognitivo dos pastores, o que beneficia os resultados das missões.

O soldado Breno Gomes comenta sobre a interação entre cão e condutor que, por sua experiência, precisa ser completamente integrada e transforma os parceiros de trabalho em “extensões” dos militares. Para Gomes “as emoções passam pela guia”, ao se referir à sintonia da dupla. Ele alerta que, por isso, o condutor deve ter autocontrole e equilíbrio para o sucesso do serviço do cachorro. Quanto, ao trabalho com os Cães de Guerra, o soldado declara:

“Tenho um sentimento de realização, pois sempre gostei de animais em geral e trabalhar em uma área onde, no cotidiano, lidamos com esses animais maravilhosos é super gratificante. Cada função que ensinamos ao cão e vemos ele realizar com perfeição é gratificante!”

Tempo de serviço

Seções de Cães de Guerra estão localizadas em 17 Grupos de Segurança e Defesa da Força Aérea em todo o país. Ao todo, a FAB conta hoje com 178 cães adestrados ou em processo de adestramento.

A Judy, assim como os demais cães, estará em atividade até completar oito anos de idade. Esse é normalmente o momento para que os cães deixem a FAB, porque é quando sua capacidade de atuação começa a diminuir. Então, em geral, os cães são doados para os próprios condutores. Mas também podem ser doados a qualquer outra pessoa de fora das Forças Armadas, desde que feita uma avaliação criteriosa para uma adoção responsável.

  • No momento, há 2 cães à disposição para doação. Se você se interessou em adotar, faça contato com o Cindacta II e descubra como se candidatar.

O soldado Bruno Fernandes, que faz dupla com a Judy, declara:

“Meu sentimento é de conexão. Trabalhar com seres tão simples e complexos ao mesmo tempo é prazeroso, entender o comportamento no dia a dia por meio do olhar desses animais faz tudo fazer sentido, e levar um pouquinho de alegria para as pessoas por meio da Judy (minha cadela) é algo incrível.”

Assista ao vídeo a seguir e veja alguns “cães de guerra” em ação

Aviso

As imagens de “contenção” que aparecem no vídeo aconteceram em ambiente controlado e com soldados aptos para a ação.

A simulação faz parte de um exercício profissional e não deve ser repetida, a não ser por pessoas habilitadas.

 

Show Dog

Os Cães de Guerra são bem treinados e cuidados, o que pode ser conferido em apresentações para a sociedade civil no formato show dog. A Seção de Cães de Guerra recebe a visita de famílias e outros grupos em suas instalações para demonstrar os talentos dos animais de serviço ou vai até locais externos para se apresentar. O objetivo é aproximar a Força Aérea da comunidade e  estabelecer um relacionamento de confiança. 

O Cindacta II também integra o Profesp (Programa Forças no Esporte) das Forças Armadas e do Governo Federal, que abre suas portas à sociedade civil e recebe crianças, adolescentes e jovens dentro de organizações militares. Tem por finalidade promover a valorização da pessoa, reduzir riscos sociais e fortalecer a cidadania, a inclusão e a integração social dos participantes, por meio do acesso à prática de atividades esportivas e físicas saudáveis e de atividades socialmente inclusivas, realizadas no contraturno escolar.

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E-mail: protocolo.cindacta2@fab.mil.br
Telefone: (41) 3251-5292

As visitas são feitas por grupos a partir de 10 pessoas, com no máximo 40. Devem ser solicitadas por meio de ofício ao comandante, onde precisa constar qual o local que o grupo deseja visitar (como canil, banda, etc.), quantidade e faixa etária das pessoas, data de interesse, responsável pela solicitação e contato telefônico. O documento pode ser enviado por e-mail ao  e estará sujeito à análise do comandante, o que significa que pode ser aprovado ou não. A confirmação acontece somente após contato realizado pela Comunicação Social do Cindacta II.

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Comentários

  • Isabel Cristina Kruger
    Que fofo
  • Valéria
    Muitooo legal! Foi uma experiência sensacional :)

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