Na última semana, trouxemos um texto para vocês sobre os Ritos Iniciais da Santa Missa. Nessa primeira parte, aproveitamos para contar o que significa o primeiro Rito Inicial, explicar os objetos da procissão e o caminho percorrido, bem como a decoração da Igreja. Hoje vamos conferir a segunda parte desse texto?
Quando o sacerdote chega ao presbitério – espaço sagrado, geralmente mais alto, onde ficam o altar, cruz, o Ambão da Palavra e os assentos – , o primeiro ato que realiza é o de beijar o altar. Em seguida, ele se dirige ao seu lugar.
O Altar: o altar representa o próprio Jesus, que é sacerdote, altar e vítima de seu próprio sacrifício (cf. Hebreus 8,1-13; 9,11-14; 10,1-3,12-15; 13,10-16). É o lugar mais precioso e importante da Igreja, pois não haveria Corpo e Sangue de Cristo se não fosse o altar.
O Ambão ou Altar da Palavra: É aquela estante/mesa onde ficam os livros dos quais serão proclamadas as leituras.
A Cruz: Recorda que Jesus é o centro do mistério celebrado. Conforme a Instrução Geral do Missão Romano, no número 308, a cruz deve estar visível para todos para lembrar que a Missa é o próprio sacrifício de Jesus ao Pai.
Os assentos: Você já deve ter notado que entre os assentos que estão no altar sempre tem um que se destaca. Pois bem, aquele assento, também chamado de sedia, significa o trono do rei. E quem é o Rei? É Jesus (cf. Mateus 2,2; Jo,18,37 e 1 Timóteo 1,17)! A sedia do bispo em cada catedral, também é chamada de cátedra (cadeira) do pregador da Boa-Nova, que é o próprio Jesus, e significa que é a sede (pronuncia-se ‘séde’), o lugar onde está o centro da diocese, ou seja, o poder do bispo.
Foto: Izadorah Palhares
Se houver incenso, o sacerdote incensa o altar, a cruz, a imagem do padroeiro e de Nossa Senhora. O incenso significa nossas orações que sobem ao céu, mas também significa o odor de santidade de Cristo. Em seguida, começa a Missa com o Sinal da Cruz:
“Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”.
Esse sinal é importante para lembrarmos em nome de quem estamos reunidos e de quem nos aproximamos (da Trindade Santa). Outras formas, mesmo as cantadas, que mudem essa fórmula de dizer o sinal da cruz não são corretas para nossa fé.
Em seguida o sacerdote celebrante se volta para o povo e de braços abertos os saúda com uma fórmula própria, que geralmente é:
“A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.” (cf. 2Coríntios 13,14).
Esta saudação serve para nos colocar em harmonia uns com os outros e com o celebrante. O povo responde: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”, como povo animado pelo mesmo e único Cristo (Cf. 1Pedro 1,1).
Esse é o momento do Ato Penitencial. A convite do sacerdote, toda a assembleia se coloca numa postura contrita (arrependida) de seus pecados. Nesse momento, podem haver músicas que ajudem na interiorização e o sacerdote pode nos aspergir (molhar) com água, para nos recordar da água batismal que nos lava dos pecados e nos faz nascer para Deus.
Ou, ao invés disso, também se pode rezar algumas das três orações penitenciais, como Confesso a ou a Deus Todo-poderoso, tende Compaixão de Nós, ladainha Senhor que Vieste Salvar. Após isso, o sacerdote recita a oração do Kyrie eléison.
A oração do Kyrie em grego é assim:
Kyrie eléison. Christe eléison. Kyrie eléison.
Que significa literalmente:
Senhor, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós.
Pode significar também: Senhor, acalma-me, consola-me, tira minha dor, mostra-me o seu amor firme. Essa oração está presente na Bíblia, no salmo 50 (51 em algumas traduções bíblicas), recitada pelo próprio Rei Davi.
Observação: a cada aclamação do Kyrie pode ser precedida de um tropo, ou seja, um diálogo com Deus que pode ser cantando.
Texto publicado originalmente no Jornal do Evangelizador
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