O significado do nome Belém já pode ser uma curiosidade para você. Bayt Lahm, em árabe, ou então Beit Lehem, em hebraico, significam a mesma coisa: a Casa do Pão. O nome tem origem nas encostas das colinas ao redor, que formam campos que fornecem terras férteis para a colheita do trigo. Ali também floresciam grandes pomares de oliveiras, com espaço para muitas cavernas naturais e propícia ao cultivo de ovelhas e cabras. Foi nessa cidade que fica em território palestino, mas que há quase meio século já está ocupada por Israel, que Jesus nasceu.
Há 10 quilômetros de Jerusalém, o distrito de Belém compreende 30 aldeias, Belém, Beit Jala, Beit Sahour e três campos de refugiados. Somadas, as populações dessa localidade ultrapassam 210 mil pessoas. Só Belém, no entanto, tem uma população aproximada de 40 mil pessoas. Veja no mapa abaixo a localização da cidade.
O localizador vermelho é o lugar exato onde fica Belém
Hoje, a cidade que já teve a maioria cristã é predominantemente muçulmana. O turismo é a principal fonte de renda, já que são mais de 2 milhões de visitantes todos os anos.
Além dos conflitos pela dominação de seu território, Belém também divide uma importância religiosa. Isso porque o berço da civilização cristã é também um lugar sagrado para o judaísmo e para o islã.
Até hoje, a maior parte da população que visita Belém é cristã. No entanto, há muitos espaços sagrados para o islamismo e também judaísmo. A cidade é a terra natal do rei Davi, onde ele foi coroado Rei de Israel.
“Se teu pai notar a minha ausência, dirás: Davi me pediu muito que o deixasse ir correndo a Belém, sua cidade; porquanto se faz lá o sacrifício anual para toda a linhagem” (Samuel 20, 6).
É também onde está o túmulo de Raquel, muito importante para o judaísmo. “Assim, morreu Raquel e foi sepultada no caminho de Efrata; esta é Belém. E Jacó pôs uma coluna sobre a sua sepultura; esta é a coluna da sepultura de Raquel até o dia de hoje“(Gênesis 35,19-20).
Por ter um simbolismo e importância para as três religiões, é comum encontrar fiéis de todas as partes do mundo e religiosidades na cidade.
Basílica da Natividade
O local mais visitado e buscado pelos turistas é a Basílica da Natividade, construída sobre a manjedoura onde Jesus nasceu. Uma pedra com forma de estrela é o ponto em que todos fazem fila para encostar. Durante o passeio, há cânticos, orações e oferendas diversas.
Gruta da Natividade, onde está a Estrela de Prata
Administrada pelas Igrejas Católica, Ortodoxa e Armênia, a Basílica possui uma decoração diferente, a fim de atender às três vertentes cristãs. São lustres no teto que dão um destaque ainda maior para o espaço e iluminam a decoração especial.
A Igreja da Natividade é, desde 2012, Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco.
Além da Basílica, outro lugar de destaque de Belém é o Campo dos Pastores. O espaço que historiadores acreditam ser os Campos de Boás também é conhecido como o lugar onde foi anunciado o nascimento de Jesus aos pastores que estavam cuidando das ovelhas. Há ruínas de casas, cozinhas, armazéns e até igrejas feitas no século I. Inclusive, a capela celebra a anunciação do nascimento de Cristo.
Túmulo de Raquel, localizado no sul da cidade, é muito visitado pelos judeus
Mais um espaço de visitação, o Túmulo de Raquel, localizado no extremo sul da cidade, é também outro ponto importante ao catolicismo. O local é Patrimônio Cultural da Unesco.
Belém é uma das cidades mais antigas do mundo. Por isso, resistiu ao tempo, guerras e muitos conflitos. Porém, quando Jesus nasceu, há mais de 2 mil anos, a cidade era apenas uma pequena vila.
Matthew J. Grey, da Brigham Young University, em publicação, explicou que, no vilarejo, os historiadores já encontraram uma casa que compartilha características comuns às das casas descobertas em outras partes desta região.
“O trabalho de escavação realizado na região montanhosa da Judeia mostrou, por exemplo, que as casas não pertencentes à elite no período, geralmente tinham uma ou duas salas de estar feitas com paredes de pedras empilhadas; telhados rebocados planos; pisos de terra compactada ou de rocha, sobre os quais esteiras de junco podiam ser colocadas para comer e dormir; e um pequeno pátio para atividades de preparação de alimentos. Esta configuração doméstica não permitia quase nenhum espaço privado, especialmente ao acomodar famílias grandes ou multigeracionais”, escreve.
Uma das casas antigas em Belém
Além disso, o professor aponta que era comum que as casas fossem construídas sobre cavernas de calcário, que depois acabavam sendo reaproveitadas para abrigo dos animais da família. Há espaço para lamparinas e bebedouros para água dos animais.
“Esta última característica foi quase certamente o que Lucas imaginou, quando descreveu os pastores vendo o bebê Jesus envolto em faixas e deitado em uma manjedoura (Lucas 2, 12). Embora nenhuma casa completa do período tenha ainda sido escavada dentro da própria Belém, é bem possível que algumas das cavernas reaproveitadas, preservadas pela Igreja da Natividade, tenham funcionado como este tipo de estábulo, para casas que ficavam perto ou acima delas no época do nascimento de Jesus”, finaliza.
Ficou interessado em conhecer Belém? Apesar dos conflitos de território, o lugar é seguro e faz parte dos roteiros de viagens para a Terra Santa. A forma mais rápida é sair de Jerusalém, e aí é possível ir de ônibus, táxi ou excursão.
Uma maneira muito interessante de conhecer cidades sagradas e ter uma experiência transformadora de fé é por meio das peregrinações. No dia 20 de maio de 2023, Padre Reginaldo Manzotti vai conduzir um grupo de fiéis pela Terra Santa e o Egito. A viagem segue até o dia 2 de junho e tem uma programação diversificada, – cultural, religiosa e turística. A novidade desta edição será o show católico internacional sob as Muralhas de Jerusalém com a participação do Sacerdote.
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