O Deserto da Judeia, onde Jesus passou 40 dias e 40 noites em jejum e oração, está descrito em São Mateus 4, 1-11. No lugar, o Senhor venceu batalhas físicas e espirituais, foi tentado por Satanás, jejuou, sentiu fome e venceu o mal pela Palavra de Deus.
O Messias foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto depois de escolher ser batizado por João Batista, para ser tentado pelo diabo, a quem respondeu com palavras das Escrituras para negar aos seus enganos.
“Em seguida, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo demônio. Jejuou quarenta dias e quarenta noites. Depois, teve fome. O tentador aproximou-se dele e lhe disse: ‘Se és Filho de Deus, ordena que estas pedras se tornem pães. Jesus respondeu: ‘Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’ (Dt 8,3). O demônio transportou-o à Cidade Santa, colocou-o no ponto mais alto do templo e disse-lhe: ‘Se és Filho de Deus, lança-te abaixo, pois está escrito: Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; eles te protegerão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra’ (Sl 90,11s). Disse-lhe Jesus: ‘Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus (Dt 6,16)’. O demônio transportou-o uma vez mais, a um monte muito alto, e lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-lhe: ‘Eu te darei tudo isto se, prostrando-te diante de mim, me adorares’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Para trás, Satanás, pois está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás (Dt 6,13)’. Em seguida, o demônio o deixou, e os anjos aproximaram-se dele para servi-lo” (São Mateus 4, 1-11).
A descrição do deserto como um local árido, de privações e solidão, mostra sua natureza desafiadora e purificadora. É também um lugar no qual a presença divina se manifesta, e a resistência de Jesus às tentações simboliza a vitória sobre o mal.
Hoje em dia, o Deserto da Judeia continua a ser uma região de grande importância histórica e cultural. Está entre a margem oeste do Mar Morto e o Mar Mediterrâneo, ao sul de Jerusalém, em uma área de aproximadamente 1.500 quilômetros quadrados, com montanhas, penhascos, sítios históricos e uma rica diversidade natural.
Visitada por peregrinos e turistas de todo o mundo, a região atrai pela oportunidade de vivenciar a história bíblica e mergulhar na cultura milenar da Terra Santa. Também há mosteiros ao redor do Deserto da Judeia, no mesmo ambiente que influenciou a vida de eremitas e monges ao longo dos séculos.
Além disso, o Deserto da Judeia é um lugar de importância geológica, com sua formação rochosa e paisagens variadas. A ocupação do lugar é escassa. Tem comunidades beduínas e eremitas, o que reflete a natureza do ambiente, que não é tão “simples” para se viver.
Como escreveu Padre Reginaldo Manzotti, fundador da Obra Evangelizar É Preciso, na Quaresma o deserto tem um significado especial. Assim como Jesus enfrentou as tentações no local, os fiéis são convidados a refletir sobre suas próprias provações, a buscar Deus em meio às adversidades e a se preparar espiritualmente para a Páscoa.
“O deserto é um lugar de dependência de Deus, lugar de provação, de silêncio, de solidão, de confronto com as nossas fraquezas e limites. Mas também é um lugar de encontro, de escuta, de purificação, do essencial, de conversão e de confiança em Deus. No deserto, Jesus nos ensina a viver de toda Palavra que sai da boca de Deus, a não colocar Deus à prova, a não adorar outros deuses, contextualiza o Sacerdote, que ainda lembra que a Quaresma é o tempo de viver de maneira profunda o deserto, ou seja, se preparar para a Páscoa, a festa da vida da luz e da vitória.
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