A Copa do Mundo Feminina 2023 FIFA começou na madrugada da última quinta-feira, 20, e tem como sedes a Nova Zelândia e a Austrália. A cerimônia de abertura foi no Estádio Eden Park, na cidade neozelandesa de Auckland. A Seleção Brasileira estreou com vantagem hoje, 24, ao enfrentar o Panamá, na cidade australiana de Adelaide. O placar foi de 4 x 0 para o Brasil.
A participação das atletas brasileiras na 9a edição da competição é marcada por histórias de garra e superação de mulheres fortes e guerreiras que tiveram – e ainda têm – de enfrentar o domínio masculino nesse esporte.
O futebol feminino foi historicamente marcado pelo preconceito e pela desigualdade. Tudo sempre foi mais difícil para elas, que até hoje precisam encarar o desrespeito, a falta de incentivo, de profissionalismo e as más condições de trabalho impostos pelo mercado futebolístico no Brasil e no mundo.
A Copa do Mundo Feminino FIFA Nova Zelândia-Austrália promete trazer mudanças relacionadas ao esporte ao conferir maior visibilidade mundial à modalidade, que contará com um aparato de divulgação e cobertura inéditos até então, além do apoio cada vez maior das torcidas.
Um sinal de que as coisas estão realmente mudando e que o futebol feminino vem ganhando cada vez mais admiradores no mundo e, particularmente no Brasil, é o interesse de importantes empresas multinacionais em patrocinar a seleção brasileira e a transmissão dos jogos pela grande mídia, que tem alcançado audiência crescente.
Além disso, o Governo Federal, por meio do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, publicou portaria que estabelece horários diferenciados de expediente nos dias dos jogos da Seleção Brasileira, com um esquema de compensação e flexibilização, tal qual é feito nas partidas da Copa do Mundo de futebol masculino. Vale lembrar que não foi decretado feriado e a medida se aplica apenas a servidores federais. Entretanto, medidas semelhantes foram adotadas em alguns Estados e municípios do país.
A prática do futebol feminino foi proibida no Brasil por quase 40 anos, desde a assinatura de um decreto pelo presidente Getúlio Vargas durante o Estado Novo (1937/1945). A lei tinha como prerrogativa a alegação de que o esporte não era adequado para elas por ter contato físico, desenvolver músculos reprováveis nas meninas, bem como por afetar a gravidez e a reprodução.
Ainda falta muito para o futebol feminino receber a mesma atenção que o masculino. Mas algumas ações vêm sendo adotadas para mudar essa realidade. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por exemplo, tem estimulado o fortalecimento da modalidade a partir da criação de novos campeonatos oficiais e regras, que visam a uma maior adesão dos clubes, os quais começam a investir em suas equipes femininas.
O Papa Francisco é um grande admirador de futebol e torce pela equipe do San Lorenzo, de Buenos Aires, Argentina. Por iniciativa do próprio Pontífice, o Vaticano criou, em 2019, seu primeiro time de futebol feminino, formado por funcionárias da entidade, parentes e também filhas de colaboradores.
O Vaticano já possuía um time de futebol masculino há quase 50 anos e a intenção do Papa era fazer justiça e promover a igualdade com as atletas do esporte.
“O Papa Francisco deu um impulso considerável às mulheres do Vaticano e esta iniciativa é uma extensão dele”, declarou à época, Danilo Zannaro, representante de esporte da cidade-Estado.
O time de futebol feminino do Vaticano estreou no dia 26 de maio de 2019, mas perdeu para as meninas da Primavera de Roma por 10 a zero. Apesar da goleada, a partida acabou se transformando em uma grande manifestação de amizade e de força do esporte.
Veja a seguir quem está transmitindo os jogos da Copa do Mundo Feminina de Futebol:
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