Você já deve ter visto por aí crianças (e até mesmo adultos) com um cordão com desenhos de girassóis no pescoço. Se o objeto de identificação já lhe é familiar, ótimo. Mas se não é, você precisa entender do que se trata. É uma questão de cidadania e de amor ao próximo.
O governo federal oficializou no último mês esse cordão como símbolo de identificação das pessoas com deficiências ocultas ou não aparentes. Ou seja: aquelas que podem não ser percebidas à primeira vista, como autismo, surdez e algumas deficiências intelectuais. O grupo também inclui síndromes como a fibromialgia.
Seu uso já é bastante difundido mundo afora e, no Brasil, passou a ser mais facilmente encontrado, inclusive com a adoção de legislação específica em alguns municípios. Porém, agora é oficial em todo o país, a partir de uma alteração no Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Tão difundido quanto, o cordão com imagens de quebra-cabeças já é bastante visto pelo Brasil. A diferença entre este e o que exibe girassóis é simples: enquanto as populares flores amarelas abrangem todas as deficiências ocultas, os quebra-cabeças remetem apenas à comunidade autista.
A presidente da Associação Brasileira de Apoio à Pessoa com Deficiência (Abaped), Andiara Freitas, comenta sobre um dos símbolos.
“No quebra-cabeça, temos que reunir todos os pedaços para ser perfeito e nenhum de nós é perfeito, porque cada pessoa é única, com qualidades próprias e defeitos”, explica ela, que é mãe de um menino autista, Francisco, de 4 anos.
Sobre a oficialização do cordão de girassóis, ela acha muito positivo.
“É importante porque chama a atenção para o tema e diminui os julgamentos. A pessoa autista é muito julgada em razão das estereotipias, os movimentos repetitivos. A identificação permite que julguem menos a pessoa e os seus acompanhantes”, comemora.
Além do respeito, os cordões ajudam a garantir o acesso ao suporte necessário, em atendimentos prioritários ou em caso de emergência.
O uso do cordão é opcional e o exercício aos direitos da pessoa com deficiência não depende da utilização do acessório. Da mesma forma, ele não substitui a apresentação de documento comprobatório de deficiência quando solicitado.
Os cordões podem ser encontrados na internet e custam, em média, R$ 10.
Entende-se com deficiências ocultas aquelas que podem não ser percebidas de imediato, como é o caso da surdez, do autismo e das deficiências cognitivas, entre outras.
Em outras palavras, elas não possuem sinais físicos óbvios, embora possam afetar significativamente a vida cotidiana das pessoas. É justamente para representar e identificar essas necessidades que os símbolos dos girassóis e dos quebra-cabeças, no caso específico do autismo, se tornaram convenções internacionais.
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