Covid-19 e influenza: os riscos da automedicação

Covid-19 e influenza: os riscos da automedicação

Com o aumento da propagação de doenças como a covid-19 e a influenza no Brasil, o número de pessoas em busca de medicamentos que possam auxiliar no controle dos sintomas ou no fortalecimento da imunidade também cresceu. Algumas farmácias já registram a falta de remédios antigripais. No entanto, o uso de medicamentos sem orientação médica pode representar um risco à saúde.

De acordo com o Conselho Federal de Medicina, 77% dos brasileiros costumam utilizar remédios por conta própria. O cientista farmacêutico e professor do curso de Farmácia da Estácio, Lucas Silva, orienta sobre os riscos que a automedicação representa. O profissional explica que, ao escolher o medicamento por conta própria, as chances de realizar um tratamento inadequado são grandes.

“Quando estamos doentes, os profissionais de saúde buscam qual a verdadeira causa dos sintomas, para que seja prescrito o medicamento mais adequado. Se você escolhe o medicamento por conta própria, aumentam as chances de você está fazendo um tratamento incorreto”, afirma.

De acordo com Lucas, as complicações podem variar, mas as mais comuns são reações alérgicas, intoxicação, resistência ao medicamento, agravamento dos sintomas, além da possibilidade de mascarar a real causa da doença. A atitude pode, inclusive, levar a internações hospitalares e, em alguns casos, até ao óbito.

Os riscos da automedicação

O farmacêutico alerta que os casos mais comuns de automedicação são de uso de medicamentos que atuam em doenças e sintomas que aparecem com bastante frequência, como os antigripais.

“Antibióticos, por exemplo, são utilizados inadequadamente, muitas vezes, para tratar gripes e resfriados, sendo que a grande maioria desses casos são causadas por vírus, onde o antibiótico não é efetivo, pois o seu principal alvo são as bactérias”, explica.

Outras classes que costumam ser utilizadas sem orientação médica são as dos analgésicos, anti-inflamatórios e os medicamentos do trato gastrointestinal, para o alívio dos sintomas relacionados à azia e gastrite. No entanto, é preciso ficar atento, já que o mesmo remédio pode agir de formas distintas de pessoa para pessoa.

“Se cada organismo é diferente, então é de se imaginar que os efeitos não vão ser exatamente iguais em todo mundo. Esses efeitos variam de acordo com a gravidade da doença e dos sintomas, com a idade das pessoas, o peso, o estado físico e mental, se o paciente possui sintomas de outras doenças, etc. Para se ter uma ideia, se duas pessoas ingerem comidas diferentes, dependendo do tipo do alimento e do medicamento, já pode causar diferença nos efeitos”, afirma Lucas Silva.

Um outro risco da automedicação é quanto às doses administradas. Se o remédio é tomado em uma quantidade inapropriada, ou ainda, se for combinado a outro com o qual não podia ser associado, ele pode ter reações perigosas ou mascarar sintomas de uma doença mais grave. Existem muitos remédios que, se usados sem prescrição médica, podem ocultar doenças. Por exemplo, os anti-inflamatórios, que além de mascarar sintomas, podem provocar contração dos vasos, retenção de sódio e água, aumentar a pressão arterial e colocar em risco o coração e os rins.

Procure um médico ou um farmacêutico

Segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, cerca de 30 mil casos de internação por ano no Brasil decorrem de intoxicação. Analgésicos, anti-inflamatórios e até antitérmicos estão presentes na lista dos medicamentos que intoxicaram estes pacientes. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária calcula que 18% das mortes por envenenamento no Brasil podem ser atribuídas à automedicação.

A orientação do Ministério da Saúde é a de que, caso esteja sentindo alguma dor ou desconfie de qualquer problema de saúde, procure um médico. Esse profissional irá prescrever para você o tratamento adequado. Evite, assim, recomendações de vizinhos, amigos, parentes ou mesmo dos balconistas das farmácias ou drogarias.

Embora o profissional médico seja o profissional capacitado a fazer diagnósticos e prescrever os remédios de uso mais restrito, o farmacêutico tem conhecimento para resolver e indicar medicamentos para doenças de menor complexidade. A lei, inclusive, obriga que drogarias e farmácias contratem farmacêuticos para orientar o consumidor. Se tem dúvidas, peça que o balconista lhes chamem o farmacêutico de plantão.

Estes profissionais da área são essenciais para realizar a orientação dos consumidores. “A população deve buscar orientação dos farmacêuticos, um dos profissionais de saúde mais acessíveis, que está presente em todas as farmácias, em diversos horários”, conclui o profissional.

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