“Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar” (Gênesis 2,15). A recomendação do Senhor sobre o cuidado com o planeta Terra, casa dos Seus filhos, está presente desde o Velho Testamento. No entanto, basta olhar ao redor para observar como essa criação tem sido agredida, desde as ações rotineiras, como não descartar o lixo corretamente, aos grandes desmatamentos irregulares. O tema ganha destaque em 22 de abril, Dia Internacional da Terra, que faz um convite à reflexão.
Enquanto isso, “a criação geme e está com dores de parto até agora” (cf. Romanos 8,22). A Igreja tem abordado a pauta ecológica em diversos momentos. São João Paulo II falou sobre “a falta de respeito pela vida evidente em muitos dos padrões de poluição ambiental” e que a “crise ecológica é uma questão moral”. Papa Bento XVI reconheceu que o cuidado com o meio ambiente é uma obrigação religiosa de reverência devida à Criação de Deus. Durante o Dia Mundial da Paz de 2008, ele usou a expressão “nossa casa comum”.
Sete anos mais tarde, Papa Francisco o usou no subtítulo (“Sobre o Cuidado da Casa Comum”) da sua encíclica “Laudato Si’”, lançada em 2015, que aborda questões ambientais, sociais e destaca a conexão entre a ecologia integral e a justiça social. O documento enfatiza a responsabilidade humana de cuidar da criação e alerta sobre os impactos negativos das atividades das pessoas no meio ambiente.
O nome Laudato Si’ pode ser traduzido do italiano como “louvado sejas” e trata-se de uma citação do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, que abre a encíclica. Nele, o Santo louva a Deus e medita sobre natureza, como neste trecho: “Louvado sejas, meu Senhor. Com todas as Tuas criaturas, especialmente o Senhor irmão Sol, que clareia o dia e com sua luz nos alumia. E ele é belo e radiante, com grande esplendor. De Ti, Altíssimo, é a imagem”.
Na carta, que tem 180 páginas, a Igreja aborda as mudanças climáticas, as quais considera “atualmente um dos principais desafios para a humanidade” (LS 25). Nesse contexto, o capítulo seis explica os passos que uma pessoa pode dar no processo de “conversão ecológica”, que incluem oração e contemplação, aprender mais sobre a natureza e atenção ao dia de descanso sabático.
Muitas pessoas, poder público e organizações têm procurado unir forças para cuidar da “nossa casa comum”. Uma dessas iniciativas é da A ONG Parceiros do Mar, fundada em 2012 após o trágico afogamento da surfista Renata Turra Grechinski, após seu equipamento ter se enroscado em uma ferramenta de pesca submersa ilegal. A missão inicial é a promoção da segurança marítima. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), há 640 mil toneladas de equipamentos de pesca abandonados nos oceanos anualmente. A World Animal Protection revela que tais detritos são responsáveis por até 30% da redução populacional de certas espécies marinhas.
A Parceiros do Mar trabalha com educação e sensibilização ambiental, a partir de iniciativas como os mutirões de limpeza de praias. A ONG também enfatiza a importância de repensar hábitos de consumo para mitigar a poluição marinha na praia ou na cidade. Nesses 12 anos de atuação, já conseguiu recolher cerca de 40 toneladas de lixo.
“Embora exista uma maior conscientização, ainda há um longo caminho a percorrer para que a sustentabilidade ambiental se torne uma prioridade para todos. É essencial que governos, empresas e a sociedade civil trabalhem juntos para promover práticas sustentáveis, melhorar a gestão de resíduos e investir em educação ambiental. Isso inclui incentivar a reciclagem, reduzir o consumo de plásticos descartáveis, e apoiar iniciativas que busquem soluções inovadoras para os problemas ambientais”, explica Ana Jablonski, que faz parte da comunicação da ONG Parceiros do Mar.
Ana acredita que a questão da contribuição individual para a sustentabilidade e a proteção ambiental é complexa e pode ser influenciada tanto pela falta de conhecimento adequado quanto pela falta de vontade.
“Outro aspecto importante é o contexto em que as pessoas vivem. Normas sociais, valores culturais, e a influência de amigos e família podem desempenhar um papel significativo. Para superar esses desafios, são necessárias estratégias que incluam educação ambiental, incentivos para adotar práticas sustentáveis, e a criação de uma cultura que valorize e priorize a proteção ambiental. Além disso, é importante que as pessoas percebam o impacto coletivo de suas ações individuais para sentir que podem fazer a diferença”.
1. Separação de resíduos: separe os resíduos orgânicos dos recicláveis. Os resíduos orgânicos incluem restos de comida e outros materiais biodegradáveis, enquanto os recicláveis incluem papel, plástico, vidro e metal. A separação correta facilita a reciclagem e diminui a quantidade de lixo que acaba em aterros sanitários.
2. Redução de plásticos descartáveis: minimize o uso de plásticos descartáveis, como sacolas, canudos, copos e talheres. Opte por alternativas reutilizáveis, como sacolas de pano, canudos de metal ou bambu e recipientes para armazenamento de alimentos.
3. Uso de compostagem: se possível, comece uma composteira para seus resíduos orgânicos. Isso não só reduz a quantidade de lixo enviado para aterros sanitários, como também produz um fertilizante natural para plantas e jardins.
4. Descarte correto de eletroeletrônicos e medicamentos: eletroeletrônicos e medicamentos não devem ser descartados no lixo comum. Busque pontos de coleta específicos para esses itens, pois eles contêm substâncias que podem ser prejudiciais ao meio ambiente e à saúde pública.
5. Evite erros comuns no descarte:
6. Conscientização e educação: informe-se e eduque sua família e amigos sobre a importância do descarte correto do lixo e as práticas sustentáveis. A mudança começa com a conscientização e a ação individual.
7. Faça escolhas mais conscientes: opte por produtos e alternativas mais sustentáveis em seu cotidiano. Isso inclui a escolha de canudos e copos reutilizáveis em vez dos descartáveis, cotonetes de bambu ou papel em lugar dos de plástico, assim como produtos de higiene pessoal como shampoos e desodorantes em barras, que evitam embalagens plásticas. Além disso, prefira roupas fabricadas de maneira ambientalmente correta, utilizando materiais orgânicos, reciclados ou de fontes sustentáveis.
8. Seja o exemplo vivo: recolha o lixo encontrado fora do lugar em ambientes naturais ou urbanos, optando por dar o exemplo de responsabilidade ambiental. Eduque as crianças e adolescentes sobre os problemas associados ao lixo e a importância da preservação ambiental. Ensinar os mais jovens a fazer escolhas sustentáveis desde cedo pode gerar impactos positivos duradouros para o meio ambiente.
Fonte: ONG Parceiros do Mar/ @cultivemarketing
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