Fotos: Cícero Oliveira
Essa é uma história sobre oportunidade e o que ela pode fazer. “Com essa porta que foi aberta, eu pude me encontrar”, resumiu Maria José Monteiro, que mora em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Essa é uma história que envolve criatividade, esforço e oportunidade.
Agora artesã de bolsas com detalhes regionais e sustentáveis, como folha da palha de carnaúba e fuxico, ela estava desempregada em 2019, quando encontrou em uma oportunidade de curso, ofertado à comunidade por um empreendimento imobiliário próximo de onde morava chamado Smart City Natal, a chance de recomeçar e ter renda para contribuir com o sustento da família, composta por cinco pessoas. Além dela, três filhos e o marido, que é serralheiro e a quantidade de trabalhos varia a cada mês.
A nova oportunidade na vida dessa família surgiu no fim de 2019, quando Maria soube que bem perto da sua casa a inciativa privada lançou um condomínio residencial com espaço ações de inovação e inclusão social, tanto para moradores quanto para a comunidade do entorno, com oferta de cursos gratuitos em suas instalações.
Até então a potiguar já havia trabalhado em escritórios, no comércio, em pousadas e restaurantes. Sem trabalho fixo desde 2014, apesar de sempre ter gostado de costura e artesanato, acabava se dedicando a essas atividades de maneira não profissional.
“Eu tive filho em 2012 e depois disso encontrei dificuldades para voltar a trabalhar, pois não tinha com quem deixar. Comecei a costurar e também fazia faxina como diarista, mas após o curso resolvi que vou investir e me dedicar à minha oportunidade como artesã”, conta.
Enquanto participava da oficina, a partir da qual teve seus primeiros contatos com as possibilidades da palha de carnaúba, e desenvolvia seu novo ofício, o filho mais novo de Maria, hoje com sete anos, ficava na biblioteca.
“Foi também um incentivo para ele ler. Hoje já pede para eu ficar lendo para ele em casa. Então também foi beneficiado com a oficina, porque eu nem teria com quem deixar para poder fazer o curso”, comemora Maria.
Enquanto aprendia a nova arte, ela postava no WhatsApp algumas bolsas em produção e assim as primeiras encomendas começaram a acontecer. “A partir desse curso e com a articulação de uma associação de artesãos, abriu-se uma porta para algo que eu tinha muita vontade de participar, que era feira de artesanato para expor meu trabalho. Neste momento, estou produzindo as peças que vou expor na Feira Internacional de Artesanato de Natal”, explica, referindo-se a um tradicional evento cultural do Rio Grande do Norte.
Além das bolsas, Maria também tem produzido sousplats e tapetes. Todas as peças envolvem as técnicas aprendidas no curso, mas também detalhes que têm se tornado suas marcas e imprimem personalidade ao trabalho. “Por meio do curso, vi como posso usar minha criatividade em um artesanato que eu sei que é vendável e procurado, como as bolsas da palha de carnaúba, com alças ou fechos de crochê e detalhes em fuxico ”. As peças têm valores entre R$ 10,00 e R$ 70,00, que variam de acordo com modelo, tamanhos e detalhes do crochê e do fuxico.
Maria José Monteiro quer continuar participando de oficinas. Atenta ao seu futuro como artesã de produtos regionais, em breve, pretende participar do curso de inglês que o empreendimento vai disponibilizar para poder se comunicar melhor também com turistas.
Ela já pensa em criar a própria marca, que deve ser chamar Mariju, e também sonha com novos produtos, como camisetas bordadas a mão. “Já até imaginei camisetas como o nome Mariju bordado pequenininho”, sonha e realiza.
Maria é um exemplo de alguém que buscou possibilidades diante da sua realidade, não perdeu a fé e procurou se capacitar e inovar.
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