Assim está no Evangelho de Marcos, muitas vezes considerado a fonte primária de informações sobre o ministério de Cristo, que veio para responder à pergunta “quem é Jesus?” por meio da prática da Sua atividade. O livro conta e nos deixa lições eternas sobre o começo da Boa Notícia.
Inspiração de vida para Seus filhos, a biografia de Jesus mostra que, àquela época, existia a ideia de que o Messias viria como rei, superior aos demais, com o esplendor dos tempos de Davi e Salomão. Então chega o Senhor à Terra como humano, humilde, simples. Veio para propagar o amor a todos e o poder da fé que vive dentro de cada um como a força verdadeira de curas e libertações dos mais diversos males – do corpo e do espírito. É a fé que transforma, como mostram os tantos exemplos de cura desse livro, e a sua falta é o que compromete, como visto quando
Jesus chega a Nazaré, sua terra natal, e recebe desconfiança e descrença. Pela falta de fé daquele povo, lá não pôde fazer milagres.
Com grande humildade e compaixão, os Evangelhos nos mostram que Jesus não se coloca acima dos demais. Ele também rompe com a ideia de que só os bons são merecedores ou deveriam ficar perto d’Ele, assim como faz cair os esquemas sociais que dividem os homens em bons ou maus, puros ou impuros. “As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as pessoas que estão doentes. Eu não vim para chamar justos, e sim pecadores” (Marcos 2,17). Como exemplos, basta lembrar que o Filho de Deus convidou um cobrador de impostos para ser seu discípulo e fez refeições ao lado de pecadores.
O Evangelho mostra o dia a dia de Jesus e traz relatos que deixam lições para todas as áreas da vida, especialmente pela graça e consequente responsabilidade de se saber família de Jesus a partir da definição de família que ele nos deixou, que é ampla e misericordiosa.
Marcos Evangelista descreve a cena em que Jesus estava em uma casa após realizar curas e uma multidão se aglomerava ao redor d’Ele. “Nisso chegaram a mãe e os irmãos de Jesus; ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo: Havia uma multidão sentada ao redor de Jesus. Então lhe disseram: ‘Olha, tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram’. Jesus perguntou: ‘Quem é minha mãe e meus irmãos’? Então Jesus olhou para as pessoas que estavam sentadas ao seu redor e disse: ‘Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Marcos, 3, 31-35).
É o mandamento do amor a Deus e ao próximo que baseiam a noção de família. É a partir da observância e vivência desse mandamento e do anúncio da Boa Notícia que se forma a comunidade, pois a verdadeira união com Jesus se faz pelo caminho abraçado e a missão aceita. Assim compartilhamos com Ele o real sentido da vida.
Por tudo isso, fica a reflexão: quem é Jesus para você? Para fazer parte da Sua família e segui-Lo fica o convite para buscar cada vez mais cumprir a vontade de Deus, a partir dos valores cristãos.
O Evangelho de Marcos deixa a mensagem de que os verdadeiros parentes trabalham na construção do Reino e gastam a vida amando e servindo aos irmãos.
Como falou o Papa Francisco durante a Missa celebrada na Casa Santa Marta, em fevereiro deste ano, devemos continuar a Sua missão sendo uns pelos outros, em uma prática de verdadeira união: “Todos nós precisamos ser curados, porque todos temos doenças espirituais. Também todos nós temos a possibilidade de curar os outros, mas com esta atitude. Que o Senhor nos dê esta graça de curar como Ele curava: com a mansidão, com a humildade, com a força do pecado, contra o diabo e ir avante nesta bela missão de nos curar entre nós: ‘Eu curo uma pessoa e me deixo curar por outra’. Esta é uma comunidade cristã”, exaltou o Santo Padre.
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