Em primeiro lugar, precisamos entender que, como o nome já diz, a dependência química gera uma dependência no ser humano que vai muito além do seu discernimento natural ou sua condição racional.
Em virtude do vício que a substância perfaz no corpo do usuário, é extremamente difícil, quase impossível, que o dependente saia ileso, sem consequências ou sem dificuldades, no que diz respeito a efeitos físicos, mentais ou espirituais. O certo é que o toxicômano (pessoa intoxicada por substância psicoativa) se torna uma espécie de hospedeiro para um parasita figurativamente chamado “dependência química”. Por esse motivo, precisamos nos compadecer daqueles que são tomados pelo vício e estão aprisionados nessa cadeia.
O ébrio habitual, assim destacado em nosso Código Civil de 2002, é aquela pessoa que não consegue ter seu discernimento próprio em virtude da embriaguez rotineira, frequente e diária a que está submetido. Com isso, as pessoas acometidas por essa condição já não são mais capazes de racionalizar, tornam-se incapazes civilmente, não conseguem mais exprimir coerentemente a sua vontade e ficam à mercê dos cuidados de outras pessoas, que servirão para administrar seus atos e bens por meio de uma curatela.
O desvio comportamental que alcança os dependentes químicos advém de inúmeros fatores psicológicos e neurais, sendo o mais comum a depressão. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a depressão é uma patologia com a presença de tristeza, pessimismo e baixa autoestima que, se não cuidada, pode se tornar uma doença silenciosa capaz de interferir na vida diária, capacidade de trabalhar, comer, dormir e aproveitar a vida. Pode levar, inclusive, a pensamentos suicidas ou atitudes autoflagelantes. Infelizmente, os dependentes químicos detêm como precursora essa incapacidade emocional, que é a depressão.
Então, com esses conceitos, você já parou para pensar o que é que está “dentro” do dependente químico que você provavelmente conhece? Quando buscamos ter compaixão por aquele que está doente, conseguimos compreender que se trata de uma pessoa que precisa de ajuda e de uma “ação de salvamento”. Essa ação literalmente pode salvar uma vida! Em um outro olhar, portanto, pense que algo assim poderia ser com você. Já pensou? Já imaginou que se você estivesse sob uma dependência química gostaria de ser ajudado, bem tratado e amado?
Em muitos casos, lamentavelmente, ocorre o contrário. Há o isolamento, expurgo, raiva, desleixo e exclusão completa do dependente doente. Contudo, ainda há tempo de nos revestirmos de bondade e sempre nos doarmos pelo outro, nos desprendermos de nossas amarras, egoísmo e descrença.
Jesus nos ensina que “a fé Nele é a chave para a vida eterna” (João 3:16) e que “o espírito do Soberano Senhor está sobre mim, porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros” (Isaías 61:1).
Dessa forma, sob a chama da benignidade do Espírito Santo, misericórdia e complacência, com a força e fé em Nosso Senhor, somos capazes de auxiliar em qualquer libertação.
“Saber amar é saber deixar alguém te amar”. Permita-se amar, doar, perdoar e ajudar quem precisa do seu amor.
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