A correria da vida nos faz perder grande parte dela. “Como assim?”, você deve se perguntar, e lhe respondo que este é um fato, pois estamos perdendo o olhar gracioso por nossos dias devido à agilidade que passamos a ter.
Toda essa agitação se dá por um momento atual em que todos sentem que têm que estar fazendo inúmeras coisas ao mesmo tempo, sendo multitarefas, se autocobrando e sendo o seu maior crítico. A crítica individual, quando pessimista e controladora, é a primeira que pode “lhe derrubar”.
Vivemos nessa pressa em que tudo parece “conspirar contra nós”, caso não conquistemos certas coisas rapidamente.
Essa corrida pelas realizações, se não for bem administrada, pode levar ao caos emocional, que ensejam reações agressivas, emoções destrutivas e descontroladamente ansiosas.
Como bem afirma o psiquiatra e ilustre autor, de quem muito sou admiradora, Augusto Cury: “Não é estupidez um ser humano que morre um pouco a cada dia ter a necessidade neurótica de poder, como se fosse eterno? Não é estupidez um homem que não sabe como gerenciar seus pensamentos ter a necessidade ansiosa de controlar os outros? Não é uma barbaridade querer ser o mais rico, o mais famoso ou o mais eficiente profissional no leito de um hospital? Ninguém quer isso. Mas por que muitos que têm um espetacular sucesso social e financeiro, em vez de relaxar e se deleitar, continuam em ritmo alucinante, procurando metas inalcançáveis?”. Seria irônico, se não fosse uma verdade. Contudo, é a nossa realidade, vivendo num mundo acelerado, quiçá unifocal, gélido de emoções e tantas vezes arisco.
No entanto, apesar de toda essa clareza realística, podemos desfrutar do conhecimento e buscar emendar certas perdas a partir de reparos pontuais e astutos em nós mesmos. É possível ser seu próprio mestre na necessária lucidez da vida, ao provocar seu raciocínio em conjunto com o seu emocional, visando encontrar estabilidade nos momentos de agitação e urgências que, muitas vezes, você mesmo gera em si.
A precisão sobre administrar o seu tempo parece ser uma compreensão já de um todo ciente. Mas como fazê-lo? Eis o desafio pessoal.
O escritor Hal Elrod assevera que, ao alinhar os seus objetivos, é possível atingir resultados reais e acrescenta que: “uma das estratégias mais eficazes é começar a trabalhar em suas tarefas mais importantes – ou menos agradáveis – ao acordar”. Com essa visualização matinal, sem procrastinação e com um propósito específico, é viável organizar o restante do dia a fim de obter dele “espaço para si”, ou melhor, tempo para praticar o autocuidado.
O autocuidado é um tratamento pessoal que tem como premissa a gratidão, sentimento que permeia no zelo necessário de se concentrar nas coisas boas da sua vida ao proporcionar satisfação e autoconfiança a si. Como dicas de autocuidado temos:
a) ter tempo para si;
b) encher sua mente de bons pensamentos de paz, coragem e saúde;
c) ser positivo e otimista;
d) ter esperança e corrigir/aprender com os seus erros, sabendo da grande limitação que é o tempo que não volta;
e) não ficar remoendo erros, mas tirar uma lição deles, não os repetindo;
f) manter-se calmo e mudar suas reações às situações as quais você não concorda;
g) não se importar com o comportamento arredio de muitas pessoas (pois isso fala muito mais sobre elas do que sobre você);
h) enfrentar as situações de cabeça erguida, sempre estabelecendo os seus limites e necessidades.
Considerando e investindo em si, você será capaz de ajustar suas prioridades e, com isso, estará apto a identificar as agitações diárias que podem tentar burlar a sua organização e paz interior.
Mude a frequência e não viva sempre correndo, afobado e irresignado com sua falta de gestão da vida. Procure se reparar e melhorar, assim como bem disse Sêneca: “enquanto você viver, continue aprendendo a viver”. Estagnar e não mudar só irá antecipar eventos ruins e catastróficos em suas experiências. Desacelerar em um mundo acelerado requer paciência, aceitação e mudança. Corrija o que é possível e, com isso, verá que problemas interpessoais e íntimos melhorarão, refletindo, pois, na sua saúde como um todo.
No mesmo azo afirmava com veemência a escritora e jornalista Clarice Lispector: “mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.”
Aja com prudência, trabalhe sua respiração, se lembre de si. Acolha o seu eu interior, seja seu amigo e compreensivo consigo. Ninguém consegue fazer tudo ao mesmo tempo. Você não pode controlar o mundo e nem mudar os outros.
Combine consigo tempos de pausa, tempo para refletir, meditar, orar, beber uma água, andar um pouco e mudar o foco dos pensamentos. Neste momento, você estará cuidando de si.
Priorize a sua vida, acorde mais cedo e veja o nascer do sol, durma cedo e aproveite bem o dia. Seja tolerante consigo, pratique ho’ponopono dizendo: “eu me amo, eu me perdoo, sou grato”. Interaja com o seu lado espiritual, procure algo para crer e se fortalecer, se amando e se aceitando e, principalmente, celebrando a imensa beleza da vida.
Agradeça a Deus por todas as coisas e lembre-se de suas palavras:
“Não se preocupem com nada, mas em todas as orações peçam a Deus o que vocês precisam e orem sempre com o coração agradecido“. (Filipenses 4:6)
Mude, se cuide, seja grato e viva em paz!
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