Muito se fala sobre “jejum intermitente”. Enquanto esse tipo e outras práticas de restrição alimentar ganham destaque por seus potenciais benefícios físicos, é importante lembrar que o jejum recomendado pela Igreja durante a Quaresma tem um propósito mais profundo. A busca é por nutrir a alma. Os fiéis são convidados a jejuar e praticar abstinência em certos dias, como forma de preparação espiritual para a celebração da Páscoa, que é o renascimento e a salvação.
Esse período é um convite para refletir sobre seu relacionamento com Deus e com o próximo e o jejum é um aliado. Como explica Padre Reginaldo Manzotti, fundador da Obra Evangelizar É Preciso, é importante observar que o jejum não é uma dieta, mas uma prática espiritual que aumenta a intimidade com Deus e fortalece a virtude da temperança. Pessoas com mais de 18 anos e até os 60 anos completos podem e devem fazer jejum e o Sacerdote explica qual a maneira de seguir essa tradição.
Fiéis podem fazer a refeição do café da manhã e deixar de fazer outra refeição, que pode ser o almoço ou jantar, a qual deverá ser substituída por um lanche simples. O importante é não comer nada fora dessas refeições.
Contudo, ainda que essa rotina de restrições seja fielmente seguida, o Sacerdote alerta que “de nada adianta o jejum se o coração é orgulhoso, se a língua é ferina, e se usamos do jejum para prática da injustiça, porque o jejum que agrada a Deus, como Ele diz através do Profeta Isaías, é aquele que quebra a cadeia da injustiça, é aquele que rompe, liberta os que estão sendo oprimidos”.
Por isso, a oração e a caridade se somam ao jejum para que esse período de preparação seja vivido de forma inteira e completa.
“A oração suplica a Deus, o jejum ajuda a alcançar a graça e a caridade estende-se a quem necessita”, conclui Padre Manzotti.
No Evangelho de São João, há uma demonstração da importância da caridade na vida dos cristãos. Se alguém que vê o outro passar necessidade e não ajuda, não sabe verdadeiramente o que é o amor de Deus.
“Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos. Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1 João 3, 16-17).
Santo Agostinho escreveu um sermão sobre oração e jejum, no qual diz que o jejum “purifica a alma, eleva a mente, subordina a carne ao espírito, cria um coração humilde e contrito, espalha as nuvens da concupiscência, extingue o fogo da luxúria e acende a verdadeira luz da castidade”.
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