Igreja São Francisco de Assis, Minas Gerais
O Brasil celebra em 15 de dezembro o Dia Nacional do Arquiteto. Essa profissão, que carrega história, simbolismo, discussões urbanas e sociais, sempre dialogou de perto com a comunidade católica. Isso porque sua atuação sempre esteve presente nos espaços sagrados que expressam essa religiosidade: as construções monumentais, simbólicas, exuberantes e históricas que se apresentam nas Igrejas católicas, com toda certeza, são marcantes para a comunidade. Quem não lembra de conhecer ao menos uma igreja que o impressionou por sua exuberância, presença e grandiosidade?
Embora essa seja uma característica conhecida atualmente, esse não é um aspecto de igrejas contemporâneas. Muito pelo contrário, essa prática está presente desde os séculos XI e XV (Idade Média) e ainda pode ser vista, nos dias de hoje, já que alguns desses locais sagrados sobreviveram em lugares da Europa por mais de mil anos e outras foram copiadas em diversas partes do mundo. A Catedral de São Paulo, por exemplo, é uma reprodução do estilo gótico medieval.
Na época em que as construções arquitetônicas monumentais começaram a surgir, existia um propósito claro nessa decisão: as enormes catedrais, compostas por muitas imagens e vitrais, retratavam personagens e passagem da Bíblia Sagrada. Como grande parte da população europeia era pobre e analfabeta, era uma forma eficiente de apresentar aos cristãos os ensinamentos bíblicos. Outro ponto valioso das exuberantes construções desse período era impressionar os fiéis, fator que, ainda hoje, têm efeito.
Aqui no Brasil, o movimento Barroco teve grande efeito nas construções de Igrejas Católicas, entre 1700 e 1800. Nesse período, líderes religiosos da comunidade determinaram que a arte deveria ser a responsável por recuperar a imponência divina pelas obras grandiosas que permitissem uma simples compreensão popular. Com isso, grandes e conhecidas igrejas católicas do país, são referência dessa expressão forte e grandiosa da arquitetura no Brasil.
Vamos conhecer três delas?
Começamos pelo amado Pernambuco e a exuberante Basílica e Convento de Nossa Senhora do Carmo. Construída no Recife, a igreja é um exemplo de construção barroca presente na região litorânea do Nordeste, financiada pela cana-de-açúcar.
Ela atrai fiéis por suas pinturas em cores vivas e, ainda, por possuir a mais alta torre barroca do Brasil, com 50 metros. Outra peculiaridade é que seu principal altar e os outros 12 secundários são decorados com talha dourada que possui valor inestimável.
Maior representante da arte barroca no Brasil, Antônio Francisco Lisboa ou Aleijadinho, é conhecido no mundo pelas estátuas dos Doze Profetas, em Congonhas.
Quando o artista identificou uma doença degenerativa que lhe causou a perda dos dedos dos pés e a deformação das mãos, foi com a ajuda da população, sobretudo de pessoas negras escravizadas, que seguiu seu trabalho, deixando um legado artístico rico e único.
Seguindo a linha clássica do barroco, com a presença de ondulações côncavas da fachada e inclinação dos planos externos, foi na Igreja de São Miguel que os chamados Missionários dos Setes Povos catequizaram os índios.
A famosa e emblemática igreja gaúcha foi uma das primeiras construções barrocas do Brasil e tem influência marcante da cultura portuguesa, ligadas também às missões jesuítas.
E aí, você já conhece algumas das igrejas citadas? Conte pra gente qual a sua igreja favorita pela arquitetura e magnitude.
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