Doenças renais: quais os sinais e como prevenir?

Doenças renais: quais os sinais e como prevenir?

Você já deve ter ouvido, pelo menos uma vez na vida, que a dor no rim é uma das dores mais fortes e difíceis de suportar, não é? É realmente muito comum escutar sobre a intensidade dos sintomas causados àqueles que apresentam algum tipo de problema renal. Isso ocorre porque os primeiros sinais costumam surgir apenas quando a perda da função do órgão já está entre 80% e 85%, ou seja, quando existe um grau intenso de dano. 

De extrema importância para a saúde humana, o rim é responsável por filtrar as toxinas do organismo, pelo transporte do oxigênio para todo o corpo e, ainda, pelo controle da pressão arterial e equilíbrio dos íons responsáveis pelo fortalecimento dos nossos ossos e coração. Por essas funções essenciais, seu bom funcionamento é indispensável.

No entanto, as doenças envolvendo esse órgão estão em uma crescente nos últimos anos. Patrícia Bellas, em conteúdo especial ao Portal VivaBem, do UOL, enfatizou que, segundo a SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia), em 2040, a DRC (Doença Renal Crônica) pode ser a 5ª maior causa de morte no mundo. 

Mas, afinal, muitas doenças podem afetar nosso rim?

Normalmente, quando falamos em doenças do rim, é comum recordar da ocorrência de cálculos renais. Popularmente conhecidos como “pedras nos rins”, essa forte lembrança ocorre porque, de fato, sua incidência é considerável. De acordo com o Portal de Urologia, “a formação de cálculos na via urinária e todas as consequências dessa doença são de amplo conhecimento da população. Até 10% da população sofrerá algum sinal ou sintoma decorrente da presença de cálculo”. 

Conforme o médico  Ernesto Reggio, essa doença é conhecida há muitos séculos, apresentando descrições em múmias egípcias. Por isso, seus sintomas são muito famosos para a população em geral: dor de início súbito, intensidade severa, tipo cólica (em ondas), localizada na região lombar, que se irradia para o abdome anterior, usualmente em um dos lados. Além disso, sintomas miccionais, como a sensação de que a bexiga não esvazia, podem estar associados. 

Em relatos de casos assim, é comum ouvirmos que não existe uma posição de conforto para o paciente, que busca o tempo todo encontrar uma maneira de aliviar a dor. Foi exatamente isso que ocorreu com Jussemar Lanes, em 2021. “Eu tinha dor nas costas, na região lombar, já há muito tempo, mas eu tomava remédio, injeção e ia levando. Mas ano passado eu já tinha muitas pedras e uma delas estava grande”, detalha o administrador. “Essa pedra acabou se deslocando para o meu canal da bexiga e, por ser maior, ela não sairia sozinha, por isso, tive que fazer uma cirurgia a laser para quebrá-la e poder sair”, recordou Jussemar, que também relatou que o pós-cirúrgico foi um período difícil. 

Embora seja a mais conhecida, a pedra no rim está longe de ser uma das únicas doenças dolorosas que envolvem os rins. Entre os principais diagnósticos estão as doenças renais policísticas, glomerulares, câncer renal, infecção urinária, sepse, LRA (lesão renal aguda) e DRC (doença renal crônica).  

Como posso identificar que meu rim não está bem?

Alguns sintomas mais comuns são cansaço, inchaço dos membros inferiores, formigamento, aumento da pressão arterial, alterações na urina e na glicemia, assim como a anemia descontrolada. Todos devem ser investigados pois podem ser sinais iniciais. 

Além disso, existem os sintomas específicos que são indicativos de casos mais graves e complexos. Nestes casos, assim que observados, a orientação é para se buscar imediatamente a ajuda médica. São eles: dor lombar, dor no pé da barriga, febre, urina com espuma ou ardência, arritmia e paralisia, coceira, hipertensão, náuseas, vômitos, redução do volume urinário, tremores, dor no peito e falta de ar. 

Como posso cuidar do meu rim?

Ouvimos muito que basta beber água para garantir uma boa saúde renal, mas, este cuidado não é o único preciso. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, é necessário um conjunto de ações preventivas para evitar um quadro irreversível. Confira algumas dicas:  

  • Beba, no mínimo, 2 a 3 litros de líquidos por dia;
  • Use o mínimo de sal possível no preparo dos alimentos;
  • Prefira os alimentos integrais aos refinados;
  • Consuma legumes cozidos ou crus e verduras de folha;
  • Consuma, pelo menos, 3 a 4 frutas ao dia. 

Evite

  • Azeitonas, bacalhau, salgadinhos, queijos amarelos, temperos e molhos prontos (catchup, mostarda, shoyu, caldos concentrados, molho inglês, sopas de pacote, cubos de caldos de carne e outros), produtos embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, salame, paio, carne seca);
  • Conservas (picles, azeitona, aspargo, palmito, milho, patês, algas, chucrutes, maionese pronta);
  • Enlatados (extrato de tomate, milho, ervilha, seleta de legumes e outros); 
  • Carnes salgadas (charque, camarão seco, defumados); 
  • Salgadinhos para aperitivos (batata frita, amendoim salgado, castanhas, chips);
  • Bolachas salgadas, recheadas, margarina ou manteiga com sal, requeijão normal ou light;
  • Café, bebidas achocolatadas e chocolate, chá preto, mate ou verde, espinafre, nozes, mariscos e frutos do mar. 

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